quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Sou simplesmente um peregrino..."


Publicamos a seguir as últimas palavras públicas do Papa Bento XVI, dirigidas as fieis reunidos em Castel Gandolfo, nessa tarde às 18h30, hora local.
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Obrigado!
Obrigado a vós!
Caros amigos, me sinto feliz de estar aqui convosco, rodeado pela beleza do Criado e pela vossa simpatia  que me faz muito bem. Obrigado pela vossa amizade, o vosso afeto.
Sabeis que este meu dia é diferente dos anteriores: não sou mais Pontífice Sumo da Igreja católica: até às oito da tarde o serei ainda, depois não mais. Sou simplesmente um peregrino que começa a última etapa da sua peregrinação sobre esta terra. Mas ainda gostaria ... [aplausos – obrigado!] mas gostaria ainda com o meu coração, com o meu amor, com a minha oração, com a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, trabalhar para o bem comum e o bem da Igreja e da humanidade. E me sinto muito apoiado pela vossa simpatia. Vamos pra frente com o Senhor para o bem da Igreja e do mundo. Obrigado, vos dou agora [aplausos]... com todo o coração a minha benção. Seja bendito Deus Onipotente, Pai e Filho e Espírito Santo. Obrigado, Boa noite! Obrigado a vós todos!

Fonte: Zenit.com

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

As profecias de São Malaquias


Nos últimos Conclaves para a eleição de João Paulo II e Bento XVI voltaram à baila as “profecias” de São Malaquias (não é o profeta São Malaquias, do Antigo Testamento), que, segundo o monge beneditino Dom Estevão Bettencourt, “carecem de toda e qualquer autoridade, segundo os resultados da boa crítica histórica”. A Igreja nunca se guiou por tais profecias. (cf. Revista “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”, n. 227/1978, pg. 451s). Coloco aqui algumas informações do citado artigo:
“São Malaquias (1095-1140) foi bispo do Armagh na Irlanda no século XII. Até o século XVI nenhum autor ou documento mencionou as suas “profecias”; estas foram ignoradas até 1595, quando o beneditino Arnoldo do Wyon as inseriu no seu opúsculo “Lignum Vitae”. Hoje em dia pode-se dizer que tal documento teve origem em 1590 durante o conclave que devia eleger o sucessor de Urbano VII; entre os Cardeais mais em vista estava Simoncelli, cidadão do Orvieto e antigo bispo desta cidade; ora os amigos do Simoncelli quiseram favorecer a eleição deste prelado, apresentando  uma lista “profética” de 111 Papas, em que o sufragado após   Urbano VII era o Papa “De antiquitate urbis” (Da antiguidade da cidade). Isto é, o Papa de Orvieto (= Urbs vetus, cidade antiga); em vista disto, forjaram uma série de dísticos papais mais ou menos condizentes com a realidade desde Celestino II (1143-1144), mas assaz arbitrária após Urbano  VII. Toda­via essa fraude foi vã, pois quem saiu eleito do conclave em 1590 foi o Cardeal Sfrondate, arcebispo do Milão, que tomou o nome de Gregório XIV. Estes dados bastam para dissipar qualquer dúvida acerca da pretensa autoridade das “profecias” de São Malaquias”.
Como agora, já na eleição de João Paulo II, em 1978,  estiveram em destaque as ditas “profecias de São Malaquias”. A imprensa as mencionava como referencial para se predizer a identidade do futuro Papa. Verificou-se, porém, que os resultados foram totalmente diversos do que se previa. A Igreja é conduzida por Deus e não pelos homens.
As “profe­cias” de São Malaquias previam o fim do mundo para o ano 2000 aproximadamente… Segundo o antigo intérprete dessas “profecias”, Ciacconio,  contam-se 38 Pontífices desde Urbano VII († 1590) até o fim do mundo, sendo que o Papa João Paulo II, que vem a ser “De labore solis” (Da fadiga do sol) ainda teria dois sucessores, o último dos quais, Pedro II, verá, com a geração dos seus contem­porâneos, a consumação da história.
A Profecia de Malaquias, logo depois de divulgada em 1595, obteve sucesso considerável. Segundo Dom Estevão Bettencourt, essas profecias “carecem de autoridade”, e os bons críticos não hesitam em rejeitar a sua  autenticidade, por isso a Igreja não lhe dá importância. Quem primeiramente a impugnou apelando para argumen­tos ainda hoje plenamente válidos, foi o Pe. Ménestrier S. J., no seu livro “’Réfutation des Prophéties faussement attribuées à S. Malachie sur les élections des Papes”’ (Paris 1689). Eis as principais razões desde então aduzidas contra a genuini­dade das Profecias:
1) Durante cerca de 450 anos, isto é, desde São Mala­quias († 1148) até o opúsculo “Lignum Vitae” (1595), jamais autor algum fez alusão aos oráculos de São Malaquias; nem os historiadores medievais e renascentistas, ao escrever a Vida dos Papas, mencionam tal documento, que certamente deveria ser citado, caso fosse conhecido.
2) A finalidade da Profecia (insinuar a época do fim do mundo) contraria a intenção de Cristo, que em mais de uma ocasião se negou a revelar aos homens a data do juízo final (cf. Mc 13,32; At 1,7). A  aplicação dos dísticos aos respectivos Papas baseia-se em notas acidentais e arbitrárias.
Alguns críticos julgam que a “Profecia de São Malaquias” foi forjada justamente nesse ano de 1590, quando o falsificador já conhecia parte da his­tória dos Papas que ele havia de caracterizar, ficando-lhe desconhecida a outra parte (a do futuro).
“Diante destas observações da crítica abalizada, vê-se que vão seria evocar a “Profecia” de São Malaquias, seja para ilustrar a história do Papado, seja para prever o decurso dos futuros tempos ou mesmo a época da segunda vinda de Cristo”.
O bom católico deve acreditar piamente nas razões pelas quais disse o Papa que renunciou, sem se deixar levar por fantasias, elucubrações, medos, e outras interpretações. Isso assusta as pessoas e não é bom.  Confiemos plenamente no Papa. Ouçamos apenas o que ele e a Igreja nos dizem, nada mais.  A Igreja pertence a Cristo (“a Minha Igreja”), e as forças do inferno jamais a vencerão.
Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Por que a Quaresma?


Desde os primórdios do Cristianismo a “Quaresma marcou para os cristãos um tempo de graça, oração, penitência e jejum, afim de obter a conversão. Ela nos faz lembrar as palavras do Mestre divino: “Se não fizerdes penitência, todos perecereis” (Lc 13,3).
Esses quarenta dias que precedem a Semana Santa, são colocados pela Igreja para que cada um de nós se prepare para a maior de todas as Solenidades litúrgicas do ano, a Páscoa, a grande celebração da Ressurreição de Jesus, a vitória Dele e nossa sobre o Mal, sobre o pecado, sobre a morte e sobre o inferno.  
A celebração litúrgica não é mera lembrança do passado, algo que aconteceu com Jesus e passou, não. Jesus está presente na Liturgia. O Catecismo diz que: “Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção.” (§1069). Isto é, pela Liturgia da Igreja Ele continua a nos salvar, especialmente pelos Sacramentos, e faz tornar presente a nossa redenção.
Mas, para que o cristão possa se beneficiar dessa celebração precisa estar preparado, com a alma purificada e o coração sedento de Deus. A Igreja recomenda sobretudo que vivamos aquilo que ela chama de “remédios contra o pecado” (jejum, esmola e oração), que Jesus recomendou no Sermão da Montanha (Mt 6, 1-8) e que a Igreja nos coloca diante dos olhos logo na Quarta-feira de Cinzas, na abertura da Quaresma.
A meta da Quaresma é a expiação dos pecados; pois eles são a lepra da alma. Não existe nada pior do que o pecado para o homem, a Igreja e o mundo.
Todos os exercícios de piedade e de mortificação têm com objetivo de livrar-nos do pecado. O jejum fortalece o espírito e a vontade para que as paixões desordenadas, especialmente aquelas que se referem ao corpo (gula, luxúria, preguiça), não dominem a nossa vida e a nossa conduta. A esmola socorre o pobre necessitado e produz em nós o desapego e o despojamento dos bens terrenos; isto nos ajuda a vencer a ganância e o apego ao dinheiro. A oração fortalece a alma no combate contra o pecado. Jesus recomendou na noite de sua agonia: “Vigiai e orai, o espírito é forte mas a carne é fraca”. A Palavra de Deus nos ensina: “É boa a oração acompanhada do jejum e dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte, e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna” (Tb 12, 8-9).
“A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados”(Eclo 3,33). “Encerra a esmola no seio do pobre, e ela rogará por ti para te livrar de todo o mal” ( Eclo 29,15).
Jesus ensinou: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b); “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41a); “Pedi a se vos dará” (Mt 7,7) . E São Paulo recomendou: “Orai sem cessar” (I Ts 5,17).
Quaresma é pois tempo de rompimento total com o pecado. Alguns pensam que não têm pecado, se julgam irrepreensíveis, como aquele fariseu da parábola que desprezava o pobre publicano (Lc 18,10 ss); mas na verdade, muitas vezes não percebem os próprios pecados por causa de uma consciência mal formada que acaba encobrindo-os. Para não cairmos neste erro temos de comparar a nossa vida com aqueles que foram os modelos de santidade: Cristo e os Santos.
Assim podemos nos preparar para o Banquete pascal glorioso do dia 23 de março, encontrando-se com o Senhor ressuscitado e glorioso com a alma renovada no seu amor.
No Brasil, a CNBB incorporou à Quaresma a Campanha da Fraternidade, para aproveitar esse tempo forte de espiritualidade para o exercício da caridade e também da cidadania. Neste ano o tema é “Escolhe pois a vida”; a luta contra todo desrespeito à vida humana, sobretudo o aborto, eutanásia, inseminação artificial, manipulação de embriões, uso da “camisinha”, da pílula abortiva do dia seguinte, etc.
É uma grande oportunidade que Deus nos dá para lutarmos especialmente contra o aborto que ronda e ameaça ser legalizado em toda a América Latina. Nenhum católico pode se calar neste momento. O silêncio dos bons não pode permitir que a audácia dos maus sobressaia e implante o terrível crime em nosso país. O chão sagrado desta Terra de Santa Cruz, não pode ser manchado com o sangue inocente de tanta criança assassinada no ventre das mães. Nem as cobras fazem isso.
Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A importância do jejum


A Igreja chama o jejum, a esmola e a oração de “remédios contra o pecado”; pois cada uma dessas atividades, a seu modo, nos ajudam a vencer o maior mal deste mundo, o pecado. A oração nos fortalece em Deus; a esmola (obras de caridade) “cobre uma multidão de pecados”; e o jejum fortalece o nosso espírito contra as tentações da carne e do espírito e nos liberta e abre para os valores superiores da alma.
“Ordenai um jejum” (cf. Jl. 1, 14). São as palavras que ouvimos na primeira leitura da Quarta-feira de Cinzas, quando começa a Quaresma. O jejum no tempo quaresmal é também a expressão da nossa solidariedade com Cristo, preso, torturado, flagelado, coroado de espinhos, condenado à morte, crucificado e morto.
Ao jejuar devemos concentrar-nos não só na prática da abstenção do alimento ou das bebidas, mas no significado mais profundo desta prática. O alimento e as bebidas são indispensáveis para o homem viver, disso se serve e deve servir-se, mas não lhe é lícito abusar, seja da forma que for. O jejum tem como finalidade nos levar a um equilíbrio necessário e ao desprendimento daquilo que podemos chamar de “atitude consumística”, característica da nossa civilização.
O homem orientado para os bens materiais, muitas vezes, abusa deles. Hoje, busca-se, acima de tudo, a satisfação dos sentidos, a excitação que disso deriva, o prazer momentâneo e a multiplicidade cada vez maior de sensações. E isso acaba gerando um vazio no coração do homem moderno; pois sem Deus ele não pode se satisfazer. O barulho do mundo e o prazer das criaturas não conseguem preencher o seu coração.
A criança hoje (e também muitos adultos) vive de sensações, procura sensações sempre novas… E torna-se assim, sem se dar conta, escrava desta paixão atual; a vontade fica presa ao hábito, a que não sabe se opor.
O jejum nos ajuda a aprender a renunciar a alguma coisa. Ele nos faz capazes de dizer “não” a nós mesmos, e nos abre aos valores mais nobres de nossa alma: a espiritualidade, a reflexão, a vontade consciente. Essa prática nos coloca de pé e de cabeça para cima. Há muitos que caminham de cabeça para baixo; isso acontece quando o corpo comanda o espírito e o esmaga. É o prazer do corpo que o comanda e não a vontade do espírito.
É preciso entender que a renúncia às sensações, aos estímulos, aos prazeres e ainda ao alimento ou às bebidas, não é um fim em si mesmo, mas apenas um “meio” que deve apenas preparar o caminho para conquistas mais profundas. A renúncia do alimento deve servir para criar em nós condições para podermos viver os valores superiores. Por isso o jejum não pode ser algo triste, enfadonho, mas uma atividade feliz que nos liberta.
Os Padres da Igreja davam grande valor ao jejum. Diz, por exemplo, São Pedro Crisólogo (†451): “O jejum é paz do corpo, força dos espíritos e vigor das almas” e ainda: “O jejum é o leme da vida humana e governa todo o navio do nosso corpo” (Sermão VII: sobre o jejum, 3.1).
Santo Ambrósio (†397) diz: “A tua carne está-te sujeita (…): Não sigas as solicitações ilícitas, mas refreia-as algum tanto, mesmo no que diz respeito às coisas lícitas. De fato, quem não se abstém de nenhuma das coisas lícitas, está também perto das ilícitas» (Sermão sobre a utilidade do jejum, III. V. VII). Até escritores que não pertencem ao Cristianismo declaram a mesma verdade. Esta é de alcance universal. Faz parte da sabedoria universal da vida.
O Mahatma Gandhi dizia:
“O jejum é a oração mais dolorosa e também a mais sincera”. “Cada jejum é a oração intensa, purificação do pensamento, impulso da alma para a vida divina, a fim de nela se perder”. “O jejum é para a alma o que os olhos são para o corpo”. (Toschi, Tomas – Gandhi mensagem para hoje, Editora mundo 3, pag. 97, SP, 1977).
O jejum confere à oração maior eficácia. Por ele o homem descobre, de fato, que é mais “senhor de si mesmo” e que se tornou interiormente livre. E se dá conta de que a conversão e o encontro com Deus, por meio da oração, frutificam nele.
Assim, essa atividade não é algo que sobrou de uma prática religiosa dos séculos passados, mas é também indispensável ao homem de hoje, aos cristãos do nosso tempo.
A Bíblia recomenda muito o jejum, tanto o Antigo como o Novo Testamento; Jesus o realizou por quarenta dias no deserto antes de enfrentar o demônio e começar a vida pública; e muito o recomendou. “Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum” (Mt 17,20).
“Boa coisa é a oração acompanhada de jejum, e a esmola é preferível aos tesouros de ouro escondidos” (Tb 12,8).
O nosso jejum deve ser acompanhado de mudança de vida, de conversão, de arrependimento dos pecados e volta para Deus. O profeta Isaías chamava a atenção do povo para isso:
“De que serve jejuar, se com isso não vos importais? E mortificar-nos, se nisso não prestais atenção? É que no dia de vosso jejum, só cuidais de vossos negócios, e oprimis todos os vossos operários”. Passais vosso jejum em disputas e altercações, ferindo com o punho o pobre. Não é jejuando assim que fareis chegar lá em cima vossa voz. O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor? Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? – diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo” (Is 58,3-6).
Cada um de nós tem a própria individualidade; por isso, cada um deve realizar a forma de jejum que mais lhe seja adequada. Este livro prático do monsenhor Jonas Abib, sobre o jejum, ajudará você a buscar a forma correta de viver esta prática espiritual tão importante.
Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Um Papa certo para tempos incertos


Pedro fala pela boca de Bento XVI. O legado que deixará à Igreja é um tesouro incalculável, desde a sua teologia a sua humildade cristã.


Nos primeiros séculos do cristianismo, mais precisamente no século III, a Igreja Católica sofreu grandes abalos, ora advindos das perseguições bárbaras e pagãs, ora dos próprios membros da Igreja, com suas heresias acerca da Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Crises como as do Gnosticismo e do Arianismo teriam destruído a Igreja, dada a proporção de seus seguidores, não fosse a providência divina e a assistência do Espírito Santo ter suscitado grandes santos para a defesa de nossa fé, dando cumprimento a promessa de Cristo de que "as portas do Inferno não prevalecerão".
O ano de 451 foi marcado pelas grandes controvérsias cristológicas. Apartados da fé apostólica, inúmeros bispos passaram a acreditar na heresia monofisista. Essa heresia afirmava que Cristo possuía apenas a natureza divina. Contra isso, levantou-se o Papa São Leão Magno no seu famoso "Tomo a Flaviano", no qual declarava a união hipostática de Cristo, ou seja, que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O discurso do Santo Padre foi aclamado pelos bispos conciliares, reunidos em Calcedônia, sob a célebre frase: "Pedro falou pela boca de Leão".
A Doutrina Católica ensina que o Papa é o "Servo dos Servos de Cristo". Sob ele recai o múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja. Por isso, o Santo Padre "é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos bispos, quer da multidão dos fiéis". Como sucessor de São Pedro, o Sumo Pontífice tem o santo dever de confirmar a todos na fé (Luc. 22, 31-32). Esse carisma da unidade na fé e na caridade fez com que o escritor inglês G.K. Chesterton dissesse uma vez, parafraseando um antigo ditado: "Se o Papa não existisse, seria necessário inventá-lo".
Assim, se os Bispos de Calcedônia diziam: "Pedro falou pela boca de Leão" - hoje podemos afirmar que Pedro está falando pela boca de Bento XVI. Joseph Ratzinger é o Papa certo para tempos incertos. Num momento em que a Igreja vive uma encruzilhada entre a apostasia do relativismo e o martírio da ridicularização, o testemunho valente do Bispo de Roma tem dado aos católicos, principalmente aos jovens, o impulso necessário para a vivência virtuosa e apostólica da fé cristã.
No final do ano passado, quando todos os prognósticos da mídia certificavam a falência da autoridade papal, devido às corajosas condenações do Papa Bento XVI ao aborto e em defesa do matrimônio, a mensagem do Santo Padre encontrou eco onde menos se esperava: na juventude. Incentivando os fiéis católicos e os homens de boa vontade - até mesmo os de outras religiões - a se unirem em defesa dos princípios inegociáveis da dignidade humana, o Papa pediu que a verdade fosse anunciada sem medo de represálias.
Para surpresa de todos, mas sobretudo daqueles que são inimigos da Igreja Católica, o pedido do Santo Padre foi atendido. As ovelhas ouviram a voz de seu pastor (Jo 10.3). Em todo mundo começaram a surgir movimentos em defesa da vida e da família.
No Reino Unido, mais de mil padres e bispos assinaram uma carta aberta ao Governo contra a união de homossexuais. Na França, 800 mil pessoas foram às ruas de Paris dizer um veemente não ao projeto do governo socialista de legalizar o "casamento" gay. Na Irlanda, 30 mil pessoas marcharam contra a legalização do aborto. E nos EUA, na capital da terra da liberdade, Washington D.C., 650 mil pessoas, na sua maioria jovens, protestaram contra os 40 anos da aprovação do aborto no país . Foi a maior marcha pela vida de toda a história dos americanos.
Há poucos dias, durante outra Marcha pela Vida nos EUA, mas dessa vez em São Francisco, 50 mil pessoas pediram o fim da lei do aborto no Estado americano. Como fez durante a Marcha pela Vida em Washingnton D.C., Bento XVI enviou uma mensagem de apoio aos participantes do protesto. Uma das coordenadoras do evento, Eva Muntean, revelou ter ficado admirada com o silêncio que os manifestantes fizeram para se ouvir as palavras do Santo Padre: "Podia-se escutar um alfinete cair. Estava tão silencioso, todo mundo prestava atenção. Isso foi muito especial para nós".
Pedro fala pela boca de Bento XVI. Sim, e o legado que esse Papa deixará à Igreja é um tesouro incalculável, desde a sua teologia a sua humildade cristã. Bento XVI é o Papa da Dominus Iesus, da certeza de que a única Igreja de Cristo é a Católica. O Papa que desmantelou a Teologia da Libertação e pôs abaixo a babilônia dos teólogos liberais. O Papa que ensinou ao homem que Cristo não veio trazer um mundo melhor, veio trazer Deus. Que desmascarou a "ditadura do relativismo", mostrando que o único caminho de felicidade para o homem é a verdade de Cristo. Que recordou os povos de que "caridade sem verdade é sentimentalismo"e que "um governo sem princípios morais não passa de uma quadrilha de malfeitores". Que "Deus é amor" e que somos "Salvos na Esperança". E, finalmente, que "a porta da fé, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós".
O católico tem um amor natural pelo sacerdote, ainda mais pelo Papa. São Josemaria Escrivá, no seu livro "Caminho", agradecia a Deus com a seguinte expressão: "Obrigado, meu Deus, pelo amor ao Papa que puseste no meu coração".
Na Santa Missa "Pro Eligendo Romano Pontifice" - Missa de abertura do Conclave - o Cardeal Joseph Ratzinger encerrou sua memorável homilia rogando a Deus para que mandasse um novo pastor à Igreja, e que este fosse capaz, acima de tudo, de guiar o rebanho "ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria". A festa que se seguiu na Praça São Pedro após o anúncio do Cardeal Medina de que Joseph Ratzinger era o novo Papa só viria a confirmar o pedido do antigo cardeal a Deus. Como bem disse o jornalista Peggy Noonan em um artigo para o The Wall Street Journal, "o primeiro milagre de João Paulo II não foi o da sua beatificação, o primeiro milagre de João Paulo II foi Bento XVI".

Fonte: http://padrepauloricardo.org

Bento XVI apresenta renúncia ao Ministério Petrino



VATICANO, 11 Fev. 13 / 08:57 am (ACI).- Nesta segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013, através de um comunicado divulgado pela Rádio Vaticano, o Papa Bento XVI anunciou sua decisão de renunciar ao ministério como bispo de Roma afirmando também que a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado um Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice”.

Papa revelou a sua decisão durante o consistório originalmente convocado para decidir três causas de canonização. Bento XVI admitiu que "para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado". Joseph Ratzinger, de 85 anos, foi eleito em abril de 2005 para suceder o Beato João Paulo II. O último Papa a renunciar ao cargo foi Gregório XII, em 1415.

Dentro de pouco haverá uma uma conferência de imprensa na Sala Stampa do Vaticano para mais detalhes, que serão fornecidos pelos correspondentes do grupo ACI no local em breve.

Abaixo ACI Digital publica na íntegra o comunicado da renúncia do Papa:

Caríssimos Irmãos,
 "Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus".

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

Bento XVI

Fonte: www.acidigital.com

Rezemos pela Santa Igreja, e pelo novo Papa que virá para governar a Santa Igreja. 
São Miguel Arcanjo rogai por nós!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Monte Sant`Angelo

Nos fins do século V, quando na cadeira de São Pedro regia a Igreja o Papa São Gelásio, um pastor que apascentava uma manada de vacas no alto do Monte Gargano, na Itália, província da Apúlia, querendo obrigar um novilho a sair de uma caverna onde se refugiara, desferiu lá dentro uma flecha, a qual retrocedeu com a mesma velocidade, vindo ferir quem a lançara.

Este fato causou admiração nos que presenciaram este acontecimento e a notícia foi longe e chegou também aos ouvidos do Bispo de Siponto, cidade que ficava no sopé da montanha.

Julgou ele tratar-se de algum misterioso sinal da parte de DEUS e ordenou um jejum de três dias em toda a diocese, pedindo ao SENHOR se dignasse revelar-lhe do que se tratava. DEUS escutou as orações do Prelado e, passados três dias, apareceu- lhe o Arcanjo São Miguel declarando-lhe que o SENHOR queria que a ele, Anjo tutelar da Igreja, e aos outros Anjos, se edificasse naquela caverna, onde se manifestou o prodígio, uma igreja em sua honra, para reavivar a fé e a devoção dos fiéis no seu amor e proteção, como Anjo custódio da Igreja Católica.

Tendo o Bispo comunicado ao povo a visão que tivera e o que lhe fora pedido, foi ele próprio, com muita gente, observar o local. Encontraram uma caverna espaçosa em forma de templo, cavada na rocha, com uma fenda natural na abóbada, de onde jorrava a luz que a iluminava. Nada mais era preciso que pôr um altar-mor para celebrar os Divinos Mistérios. Levantado o altar, o Bispo consagrou-o. Todos os povos vizinhos acudiram para a cerimônia cheios de alegria e a festa durou vários dias.

Nunca mais até hoje se deixou de celebrar ali a Santa Missa, como também os outros ofícios litúrgicos, e DEUS consagra este lugar através dos séculos, com graças e milagres de toda a espécie, em favor dos que lá acorrem, doentes de corpo e alma, mostrando quanto Lhe é grata a devoção em honra do glorioso arcanjo São Miguel que defendeu, quando da revolta de lúcifer, a fidelidade ao DEUS Uno e Trino, soltando este grito: AMIGOS, QUEM É COMO DEUS?

O Santuário do glorioso Arcanjo na gruta do Monte Gargano, é considerado um dos mais célebres e devotos de todo o Mundo. A Igreja, para atestar este fato histórico, marcou para o Calendário Litúrgico Universal a Festa Comemorativa desta aparição, no dia 8 de maio. Esta festa foi obrigatória para toda a igreja até à nova reforma litúrgica após o Concílio Vaticano II.

Atualmente, só é obrigatória na diocese de origem e em alguns calendários particulares.O Monte Gargano onde está este santuário, fica perto do convento de Nossa Senhora da Graça, onde viveu e morreu o célebre estigmatizado Padre Pio de Pietrelcina, falecido há pouco, em odor de santidade.

Dois anos depois da primeira aparição do Arcanjo São Miguel no Monte Gargano, quando da invasão da armada do rei godo Odoacro, São Lourenço, Bispo de Síponto, diocese a que pertencia Gargano, subiu ao local para pedir proteção a São Miguel que ali pedindo ao povo que o acompanhasse na oração e no jejum e se aproximasse dos Sacramentos da Confissão e da Comunhão. Na aurora do dia 29 de setembro do ano 492, estando o Bispo em oração, apareceu-lhe São Miguel, prometendo-lhe a vitória mas dando ordens para que não se atacasse o inimigo antes das quatro horas da tarde, a fim de que o sol fosse testemunha do seu poder. À hora fixada, os sipontinos saíram da cidade ao encontro dos bárbaros. O céu estava sereno. Mas eis que se ouviu um grande trovão, uma nuvem espessa cobriu o Monte Gargano. 

São Miguel desprendeu dessa nuvem flechas inflamáveis e fez compreender que a tempestade fustigava os bárbaros que, espavoridos, fugiram em debandada. Estas flechas não atingiram os sipontinos que perseguiam os invasores até perto de Nápoles.

O Bispo com o povo subiram à gruta do Arcanjo e todos viram, à entrada, os traços dos pés de um homem, gravados na rocha, indicando a presença de São Miguel.Com lágrimas nos olhos, todos beijaram comovidos estes traços, que eram testemunhas da presença angélica que os defendera.

A terceira aparição de São Miguel deu-se deste modo: No dia 8 de maio de 493, São Lourenço, o Bispo de Siponto foi com o povo ao Monte Gargano, à entrada da gruta, para agradecer a DEUS, a aparição de São Miguel. Tinha um grande desejo de lá entrar para celebrar o Santo Sacrifício da Missa, mas por respeito, não entrou.

Como o Papa São Gelásio se encontrava numa localidade perto, onde fora no seu múnus pastoral, mandou-lhe emissários a expor-lhe o assunto de transformar a gruta num santuário. O Santo Padre disse que se devia escolher o dia 29 de setembro, dia da vitória sobre os godos, para se dedicar a igreja localizada na gruta, fazendo dela um templo em honra a São Miguel e aos Anjos. Recomendou que se fizessem preces públicas para conhecer a vontade do Arcanjo.

Estas preces foram ouvidas e São Miguel apareceu pela terceira vez a São Lourenço, Bispo de Siponto, e disse: "Cessa de pensar mais, decide-te a consagrar a minha gruta que eu escolhi para meu domínio e que consagrei com os meus Anjos; tu verás os sinais ardentes desta consagração, a saber: a minha imagem colocado por mim, o altar edificado pelos Anjos, meu manto e minha Cruz. Esta noite, tu e mais sete bispos, entrareis na minha gruta para aí rezardes com a minha assistência. Amanhã celebrarás o Santo Sacrifício da Missa e comungarás com o povo. Haveis de ver quantas bênçãos espalharei neste tempo." 

Tudo se fez como São Miguel recomendou. Penetrando na gruta, viram a imagem milagrosa de São Miguel lutando contra lúcifer, o altar armado com uma Cruz de cristal com cinco palmos, um manto cor de púrpura, símbolo do Amor de DEUS, e no fundo uma fonte milagrosa. O Bispo celebrou a Missa, deu a Sagrada Comunhão ao povo. Em seguida, mais três altares foram consagrados na gruta. O Papa mandou então que este fato passasse a ser celebrado na Igreja Universal no dia 29 de setembro de cada ano. A Basílica de São Miguel no Monte Gargano, é a única no Mundo que ele próprio e os seus Anjos consagraram.

Este local é ainda hoje um dos mais célebres da cristandade e onde se realizam mais conversões e curas do corpo e da alma. A assistência religiosa está atualmente confiada aos filhos de São Bento, os monges beneditinos.

Muitos Sumos Pontífices têm ido em peregrinação a este Santuário, e no mês de maio de 1987, ali esteve também o nosso Papa João Paulo II.
Palavras ditas por JESUS CRISTO à Carmela de Milão, célebre carismática dos nossos dias, filha espiritual do célebre Padre Pio de Pietrelcina, falecido em odor da santidade, já com o processo de beatificação em Roma, e que eu tive a felicidade de o conhecer pessoalmente:
"Invoca muitas vezes o arcanjo São Miguel que se encontra à cabeça dos 9 coros angélicos, e que o meu Vigário, pela vontade do ESPÍRITO SANTO, quis estabelecer como defensor da Igreja.

Dirige muitas vezes o teu pensamento para ele, porque grande é o seu poder e a sua força. Ele é o terror dos anjos rebeldes que venceu na terrível batalha dos Anjos bons contra os maus e que os precipitou no abismo. Ele defendeu infatigavelmente a Igreja contra as heresias e ajuda toda a alma que o invoque com devoção e amor, a vencer as batalhas da vida, sobretudo, contra os demônios.

Ele é o Arcanjo da humildade e alegra-se em ensinar a prática desta virtude aos homens que lhe pedem.O seu brado: "QUEM É COMO DEUS?" que significa o seu nome, é mais adequado para exprimir a virtude tão necessária da humildade, que consiste no conhecimento da grandeza de DEUS ante o vosso nada. Pela sua intercessão pede a humildade para todos os homens da Terra. Reza-lhe não só pela Igreja, mas também por todas as nações, para que ele de novo traga a paz ao Mundo, onde os demônios vão semeando uma horrenda carnificina. Estabelece-o como defensor da tua casa, para que ele afaste o maligno e todos os males, sejam eles quais forem."


Um pouco de história:

Em meio ao Parque Nacional do Gargano,na província de Foggia, Itália, às margens da Floresta Umbra, Monte Sant’ Angelo atrai o olhar do visitante desde longe pelas suas pequenas casas brancas colocadas em fila no vertente. De lá se goza de um sugestivo panorama sobre o golfo de Manfredonia.

O seu nascimento se coliga com a aparição do Arcanjo Miguel em uma gruta no 8 de maio de 490 e de outras (492 e 493) que, fizeram desse lugar um ponto de devoção e meta de peregrinação.
Foram esses últimos a fazer de Monte Sant`Angelo um ponto religioso do próprio estado, decretando assim o Santuário Nacional tornandorse meta de peregrinos, papas, santos, reis e imperadores.
Aqui terminava a via Sacra que unia Mont Saint Michel na França à Monte Sant’ Angelo.
No IX, deu- se início a construção do Castelo depois ampliado pelos normandos.
O santuário, saqueado pelos saracenos em 871, como toda a Puglia teve que sofrer mais de um século de confrontos entre longobardos e bizantinos a fim de conhecer finalmente uma fase de paz com o início do domínio dos normandos (XI). Foram eles mesmos a construirem as muralhas a fim de proteger o burgo e a magnífica Torre dos Gigantes. 
Tornou- se cede do baronato da família Grimaldi em 1552 e, assim permaneceu até 1802, ano pelo qual passou ao Cardinal Ruffo di Calabria por vontade dos Borboni.
Em 1861, depois do final do Reino das Duas Sicílias, pela intervenção sabauda e das tropas comandadas por Garibaldi, a Puglia e Monte Sant’ Angelo entraram a fazer parte do Reino da Itália.

A visita a esse burgo fascina e, é impressionante a sua riqueza e densidade de obras arquitetônicas românicas: partindo do Santuário de San Michele Arcangelo, de onde é possível admirar a arte escultórica do arquidiácono Acceptus (XII) ao lado da qual se tem a Torre dos Giganti.
Os restos da Igreja de S. Pietro (XII) conservados na Tumba de Rotari, na realidade um Batistério românico dedicado a San Giovanni. E, ali perto, é possível visitar a românica Igreja de Santa Maria Maggiore (XII) com uma bonita fachada e afrescos ao seu interior (XII- XIV).

A visita então se conclui ao Castelo, uma testemunha incrível de um passado distante (IX , remanejado diversas vezes), de onde é possível admirar um panorama único de toda a região.
A mais ou menos dois quilômetros de Monte Sant’ Angelo é possível visitar a Abadia de Santa Maria de Pulsano, construída em 591 sobre os restantes de um templo pagão dedicado ao herói- vidente Calcante.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Santa Maria e São José: modelo para os casais de hoje


Vamos direto ao ponto: pode-se afirmar que santa Maria, a mãe de Jesus, teve relações sexuais com são José, seu esposo? A resposta é negativa. Com efeito, a Igreja sempre ensinou que Maria permaneceu virgem antes, durante e depois do parto de seu único filho, Jesus de Nazaré. Jamais houve comércio sexual entre os cônjuges da sagrada família! Sem embargo, conforme explicou Ratzinger, “(...) a doutrina do ser divino de Jesus não sofreria nenhuma restrição, se Jesus fosse o fruto de um casamento humano convencional, porque a filiação divina, que é objeto da fé cristã, não é um fato biológico e sim ontológico (...).” (“Introdução ao Cristianismo”, p. 204).
Em que consistia a intimidade conjugal de Maria e José? É e não é difícil dizê-lo. Comecemos pelo “não é”. Certamente, como em muitos matrimônios, Maria e José nutriam entre si um amor esponsal imenso, expresso assim na caridade como em permutas afetivas honestas, para empregar as palavras dos especialistas em teologia moral. Por outro lado, é difícil delinear o pano de fundo dessas santíssimas interações entre a mãe e o pai adotivo de Jesus, porquanto não dispomos de elementos, quer escriturísticos quer oriundos da sagrada tradição.
Numa sociedade que supervaloriza o sexo, soa um tanto quanto incongruente  propor os sagrados cônjuges como modelo de casal. Afinal de contas, há quem diga,   inclusive em “curso de noivos”, que o sexo é 70% responsável pelo sucesso do casamento. No entanto, com arrimo na fé, a sagrada família é um paradigma lucipotente e insuperável dos comportamentos maduros e amorosos a serem concretizados entre esposos e filhos. Conclui-se, portanto, que o mais importante no casamento é o amor, e não o sexo. A fé dos cônjuges, também, é relevante. Bento XVI, aproveitando o Ano da Fé (2012 a 2013), sublinhou a relevância decisiva da virtude teologal da fé por parte dos casados: “(...) Cerrar-se a Deus ou rechaçar a dimensão sagrada da união conjugal e do seu valor na ordem da graça tornam árdua a vivência concreta do altíssimo modelo de matrimônio concebido pela Igreja, segundo o plano de Deus (...)” (Discurso aos auditores da Rota Romana, 26/1/2013).
Verificamos, então, que é na sagrada família, uma célula social do passado distante, prenhe de amor e de fé, que os casais católicos têm de buscar inspiração para a vivência concreta do seu respectivo conúbio, embora, conforme escrevemos acima, haja parcos dados a propósito do convívio histórico entre Maria e José. Neste momento, socorre-nos a meta-história, vez que Maria santíssima, qual arquétipo perfeito de mãe e de esposa, do céu assiste qualquer casal que a ela recorre, que lhe pede para rogar a Jesus, o único dador das graças, por luzes e forças para a vida a dois.        
Não resta dúvida de que o rosário ou terço, uma oração cristológica caríssima a nossa Senhora, é um meio exímio de os casais contemporâneos implementarem no seu casamento específico a essência do que constituiu o matrimônio terrestre entre Maria e José.
Edson Luiz Sampel é Teólogo e doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano. Membro da Academia Marial de Aparecida (AMA) e da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp).
Fonte: zenit.org

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Menino manifesta-se contra o aborto


WASHINGTON DC, 31 Jan. 13 / 09:47 am (ACI).- Um menino de sete anos identificado como Alexander G. escreveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos Barack Obama pedindo que por favor “modifque a lei que mata bebês quando ainda estão na barriguinha das suas mães”.

A mãe do menino, Marina G. em uma nota dirigida ao National Right to Life News (NRL por suas siglas em inglês), explicou que compartilha a carta de seu filho escrita no dia 25 de janeiro –Dia da grande Marcha pela Vida em Washington-, porque “apesar de ser um menino de sete anos, ele tem um sonho, uma crença e um coração”.
Marina assinalou que seu filho se converterá na “geração de homens e mulheres com valentia que estão preparados para defender o direito de viver de cada pessoa, nascidos ou não”.


Na carta, escrita com faltas ortográficas próprias de sua idade, publicada no Lifenews.com no dia 29 de janeiro, do menino lhe diz ao mandatário:
Querido Presidente Obama
Meu nome é Alexander. Tenho 7 anos.
Por favor, mude a lei que mata bebês quando
ainda estão na barriguinha das suas mamães.
Estes bebês estão vivos e nenhum deles escolheu morrer.
Por favor faça uma nova lei que proteja os bebês.
Martin Luther King Jr tinha um sonho e mudou (os) Estados
Unidos, e eu também tenho o sonho que as mamães cuidem
bem dos seus bebês na barriguinha e tragam os bebês
aos orfanatos para que outras mamães possam adotá-los
e eles serão felizes.
Eu também serei presidente quando crescer.
Seu amigo
Alexander G. 

Fonte: ACI digital