sábado, 27 de agosto de 2011

Hoje: Santa Mônica

 "Não é possível que um filho de tantas lágrimas venha a perecer "

Santa Mônica casou-se, por arranjo dos seus pais, com um oficial pagão na África do Norte,muito mais velho do que ela , e embora generoso era de temperamento violento .Sua mãe que vivia com eles era igualmente difícil e provou ser um desafio a ser vencido por Mônica. Ela tinha três filhos: Agostinho, Navigius e Perpétua. Através de muitas preces e paciência conseguiu converter os seu marido e a mãe dele para fé católica em 370.Ele morreu um ano mais tarde .Perpétua e Navigius entraram na vida religiosa mas Santo Agostinho era muito mais difícil .Ela teve que orar e pregar para ele por 17 anos, inclusive pedindo orações dos seus amigos padres e monges, alguns dos quais a evitavam devido a sua persistência em conseguir o que parecia ser sem esperança. Um monge certa vez a consolou dizendo "Não é possível que um filho de tantas lagrimas venha a perecer " Este pensamento ,acompanhado de uma visão que tinha recebido a fortaleceu e um dia do ano 387,Santo Agostinho foi batizado por Santo Ambrósio e tornou-se o famoso santo que todos nós conhecemos. Ela morreu mais tarde no mesmo ano no caminho de volta a África de Roma da cidade italiana de Ostia.

É considerada a padroeira das mães de família.


Gloriosíssima e bem-aventurada, Santa Mônica! Grande na paciência, magnânima na esperança e ditosa no triunfo; mulher sábia e prudente, que soubestes edificar vossa casa e nela resplandecestes como o sol quando amanhece nas alturas do céu, e em tudo fostes exemplo esclarecido à mulher cristã; agora que estais já na "terra dos que vivem para sempre, onde não há prantos nem gemidos, nem dor algum", lembrai-vos das que ainda gememos e choramos neste vale, onde gemestes e chorastes; e intercedei diante do Senhor para que tenha compaixão de tantas mães e esposas em suas tribulações e trabalhos, e para que recolha nossos gemidos e escute nossas preces e nos conceda, como a vós, o fim de todos nossos desejos, e mereçamos, num dia, reinar e descansar na glória como vós, rodeadas de todos os entes queridos de nosso coração, e abençoar, ali, convosco as eternas misericórdias do Senhor, pelos séculos dos séculos. Amém.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A luz e a vidraça

Imagine um raio de sol refletindo numa vidraça; se o vidro estiver  manchado ou embaciado, não poderá fazê-lo brilhar nem o transformar em sua luz de modo total como faria se o vidro estivesse limpo e isento de todas aquelas manchas.  Antes tanto menos a esclarecerá quanto ela estiver menos desnuda daquelas manchas e embaciado, e tanto mais quanto mais limpa estiver.  O defeito não é  do raio, mas da vidraça, porque, se a vidraça estivesse perfeitamente límpida e pura, seria de tal modo iluminada e transformada pelo raio que pareceria o mesmo raio e daria a mesma luz.  Na verdade, o vidro, embora fique parecendo  raio de luz, conserva sua natureza distinta; contudo podemos dizer que, assim transformado, fica sendo raio ou luz por participação.  E assim a alma é como essa vidraça, sobre a qual sempre está investindo, ou, por melhor dizer, nela está morando esta luz divina do ser de Deus por natureza.

São João da Cruz

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pensamentos sobre Madri...

Hoje, a imprensa da Espanha, da Itália e de outros países comentam, admirada, a Jornada Mundial da Juventude. Fala de um Papa de 84 anos que atraiu dois milhões de jovens; fala da vitória da Igreja sobre o governo esquerdista e anticlerical da Espanha de Zapatero, fala do Papa que sabe falar aos jovens, fala da força da Igreja que renasce na Espanha…
Meu querido Leitor, é a mesmíssima imprensa que já afirmou repetidamente que Ratzinger não tem carisma algum, que a Igreja já não tem credibilidade nenhuma, que o escândalo dos padres pedófilos colocou por terra o período triunfalista de João Paulo II, que a Igreja entrou numa decadência sem fim e sem cura… A mesma imprensa que tinha certeza de que, sem João Paulo II, os jovens não mais se reuniriam em tamanha multidão…
Que lições devemos tirar de tudo isto? Aquelas que tenho recordado constantemente neste Blog: os cristãos não devem nunca interpretar as coisas de Deus a partir dos critérios do mundo, particularmente aqueles da imprensa! Nossa visão tem que ser a partir do Alto, a partir da cruz e da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Pense um pouco:

(1) Os jovens não foram a Madri por causa de Bento XVI – como no passado não foram por causa de João Paulo II: os jovens foram por causa de Cristo, foram para encontrar Jesus! Um Papa nunca é, nunca pode ser uma atração: não dança, não canta, não requebra, não é sarado, não faz pirueta e não aparece sob efeitos especiais! E se fizer isso, não é o Papa, é a Xuxa! Os jovens foram, vão e irão sempre a esses encontros pela sede que consome seus corações: por causa de Cristo, vida da nossa vida e saciedade da nossa esperança!
(2) Um Papa não tem que ser “carismático” no sentido mundano. Todo Papa é carismático, porque, uma vez eleito, recebeu o carisma, isto é a cháris, a graça própria do ministério petrino. Pode ser o comunicativo João Paulo II, o simpático João Paulo I, o bonachão João XXIII, o hierático e angelical Pio XII, o feioso Bento XV, o valente Pio XI, o melancólico Paulo VI ou o tímido Bento XVI. O verdadeiro católico não ama um Papa, não ama esse Papa, ama o Papa, escuta o Papa, obedece ao Papa – exatamente porque é o Papa, seja ele quem for! Para o católico todo Papa é Pedro, e basta!
(3) Essa multidão reunida não é, não deve ser e não pode ser uma prova de força da Igreja! Nossa força está unicamente na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo – é a mesma força da Semana Santa do ano passado, quando a imprensa acusava a Santa Igreja de Cristo de ser uma rede internacional de pedófilos e se diziam misérias contra o Santo Padre! Nossa força é Cristo, nossa vida é Cristo, nossa certeza é Cristo, nossa alegria e esperança é Cristo!
(4) É verdade que Zapatero, adversário ferrenho do cristianismo, está passando – como passaram outros e passarão tantos outros. Ficará a Igreja, a Mãe católica amabilíssima, porque Cristo assim o quis e assim o prometeu! Mas, não devemos pensar aqueles jovens como um triunfo da Igreja sobre ninguém. O único triunfo que devemos buscar é o triunfo sobre o pecado nosso e do mundo inteiro! Se Zapatero é um inimigo externo da Igreja, também nós a prejudicamos com nossos pecados e egoísmos, com nossa tibieza e falta de amor… Os piores inimigos da Igreja estão dentro dela!
(5) Quanto ao renascimento da Igreja na Espanha ou em qualquer parte do mundo, ele não pode ser medido por números, por multidões ou eventos… Somente o Senhor da Igreja conhece o número dos seus, somente ele sabe do vigor e da fraqueza de sua Santa Esposa, nossa Mãe católica! No entanto, se aquela multidão de jovens na casa dos vinte anos estava lá, significa que nas paróquias, nos grupos, nos movimentos, nas novas comunidades, nas congregações há uma Igreja viva, crente, orante, disposta a testemunhar o Senhor! Lembra do fermento na massa, do grão de mostarda, do tesouro escondido? Pois é, Jesus não erra nunca; Jesus sabe o que diz e sustenta o que fala!
(6) Quanto aos elogios a Bento XVI, que sabe falar aos jovens, ele fala de Cristo com simplicidade, clareza e a convicção de quem experimentou o Senhor ao longo de toda a vida. Isto basta! Mais impressionante que aquela multidão escutando o Papa de 84 anos, é vê-la, junto com o ancião pontífice, silenciosa, contida, piedosamente reverente, ante um pedacinho de pão que esses católicos bobos afirmam ser o próprio Jesus imolado e ressuscitado, realmente presente neste mundo! Basta ver isso para perceber a força da fé, a atuação da graça e a esperança do mundo.
(7) Para terminar, repito, mais uma vez: se fossem somente vinte jovens a comparecer a Madri, ainda assim Cristo estaria ali, vivo, atuante, potente, matando a sede de todo aquele que dele se aproxime.

Lembre dessas coisas, meu Leitor, quando daqui a pouco, por algum motivo, nalguma dificuldade, a imprensa novamente decretar que a Igreja está no fim, que o cristianismo passou, que a religião é coisa do passado… Então: firmes na fé, com os olhos fixos em Cristo!

por D. Henrique Soares, bispo auxiliar de Aracaju, SE

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Santuário de Fátima apresenta...

“FÁTIMA, UM MILAGRE NA EUROPA – A HISTÓRIA”

O primeiro episódio da série “Fátima e o Mundo” já se encontra disponível em DVD e legendado em cinco idiomas, Inglês, Alemão, Polaco, Italiano e Espanhol.
Intitulado “Fátima e a Europa A História”, narra, com ritmo, drama, mistério e fascínio, a impressionante ligação de Fátima aos grandes acontecimentos do século XX: a Segunda Guerra Mundial; a Guerra-Fria, o atentado ao Papa João Paulo II, a que se segue a queda do Muro de Berlim.
O filme testemunha também o nascimento de muitos locais de devoção e santuários dedicados a Nossa Senhora de Fátima, em países em que a palavra de Deus era proibida.
“Fatima e o Mundo” é um projecto da autoria do escritor português Manuel Arouca, desenvolvido com o apoio institucional do Santuário de Fátima. O Apostolado Mundial de Fátima tem dado uma preciosa colaboração para a realização do filme, através de entrevistas e de algum material fotográfico do nosso arquivo.
Ansiamos pela chegada dos próximos cinco episódios que estão já a ser realizados e que abordarão a devoção de Nossa senhora de Fátima noutras partes do mundo.
O DVD que tem a duração aproximada de 50 minutos, inclui ainda uma secção de filmagens extras, tais como “A história da entrega da bala que se encontra na cora de Nossa Senhora de Fátima”, “O Testemunho de infância sob o regime Comunista”, “O Avé de Fátima cantado em vários idiomas” e ainda um pequeno “Arquivo de fotos de Fátima.

SANTUÁRIO DE FÁTIMA APRESENTA DVD SOBRE AS APARIÇÕES DO ANJO

Neste ano em que se evocam de forma especial as aparições do Anjo em Fátima, o Santuário de Fátima propôs-se editar um pequeno filme de 20 minutos, em Português, para recordar os acontecimentos e a mensagem deste mensageiro de Deus aos homens.
Através deste trabalho percorrem-se os locais das aparições do Anjo em Fátima, em 1916, são lembradas as vivências familiares e de trabalho do início do século XX e destacados os principais intervenientes deste momento em que, através do Anjo da Paz, Deus se revela de novo à humanidade.
Entendeu-se intitular este trabalho audiovisual de “Santíssima Trindade, adoro-Vos profundamente” por ser o tema proposto pelo Santuário de Fátima para o corrente ano pastoral.
O filme pretende dar a conhecer o convite do Anjo da Paz para os dias de hoje, numa leitura actual e mobilizadora da atenção para a mensagem de Fátima.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Agora é a nossa vez!!!


Papa Bento XVI  observa brasileiros de longe


 Mais um grande evento internacional para o Rio de Janeiro e o Brasil.O papa Bento XVI confirmou, na manhã deste domingo (21), em Madri, que o Rio de Janeiro será a sede da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013, a de número XXVII. O evento foi antecipado em um ano para não coincidir com a realização da Copa do Mundo, no ano seguinte.
O Rio será a segunda cidade latinoamericana a receber o evento, a outra foi Buenos Aires, com a primeira Jornada, em 1987. Cerca de 20 milhões de jovens acompanharam os encontros que, além do Vaticano, aconteceram na capital argentina, em Santiago de Compostela (España), na cidade de Czestochowa (Polonia), em Denver (Estados Unidos), Manila (Filipinas), París (França), Roma (Italia), Toronto (Canadá), Colonia (Alemanha) e Sydney (Austrália.

O Sumo Pontífice anunciou o Rio depois de rezar o ‘Angelus’, na solenidade que reuniu mais de 1 milhão de peregrinos no aeródromo madrilhenho de Quatro Vientes. A missa celebrada completou uma intensa série de atos religiosos no decorrer destes dias, e que teve seu ponto alto neste final de semana. Em razão do forte calor, 2,753 pessoas foram atendidas entre o sábado e domingo.
As Jornadas Mundiais da Juventude nasceram em 1984, por iniciativa do Papa João Paulo II. A inicial foi em Roma, marcando as celebrações do Ano Santo da Redenção. Passou a ser permanente e cada encontro internacional tem como lembra uma frase bíblica e todas contam com um hino, inspirando os jovens a refletir sobre o Evangelho. A cada tres anos acontece um evento de caráter mundial, onde a celebração se estende por uma semana, com manifestações religiosas, culturais e festivas e se completa com uma Eucaristia comandada pelo Papa.

                                   
 Alegria e vibração do jovem brasileiro após a divulgação de que o Rio foi escolhido para a próxima Jornada.



A próxima visita do Papa ao Brasil indica também a atenção do Vaticano com o país onde vivem mais pessoas que professam a fé católica no mundo. Segundo dados da Santa Sé, antes da visita anterior do Pontífice, em 2007, eram 155,63 milhões, 84,5% da população naquele ano. A Conferencia Nacional de Bispos (CNBB), apontava 67% em 2005, enquanto o IBGE, nos dados de 2000, colocava o número de católicos em 125 milhões.

domingo, 21 de agosto de 2011

"Ser todo seu, inteiro seu..."

Comunidade Mariana Aliança Eterna se consagra totalmente a Maria
Os anjos perguntavam muitas vezes uns aos outros: Quem esta? (Can. 3,  6;8,5)

Ontem, dia 20 de agosto, na Celebração Litúrgica da Assunção de Nossa Senhora, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Santa Missa presidida por Pe. Dilson e Pe.Heitor, membros da Comunidade Mariana Aliança Eterna firmaram seu compromisso perante a Igreja em sua Consagração Total a Santíssima Virgem Maria, através de preparação pelo método de São Luís Maria Grignion de Monfort.
Confira algumas fotos desta Celebração:



O que é a Consagração Total?
Também chamada santa escravidão de amor é a entrega de tudo o que somos e possuímos à Santíssima Virgem para que através dela possamos mais perfeitamente pertencer a Deus. A finalidade desta total entrega a Nossa Senhora é nos unir a Jesus Cristo e nos fazer crescer em sua graça.  Entregamo-nos totalmente a Nossa Senhora para que ela  nos ensine a cumprir em nossaa vida a Santíssima vontade de Deus. São Luís Maria de Monfort chama a Santa Escravidão de Amor de "A Verdadeira Devoção", simplesmente porque ela nos mostra quem é Nossa Senhora, qual seu lugar no plano de salvação e sua missão na vida da Igreja e de cada um de nós.





Na Consagração Total à Santíssima Virgem, tudo agora passa a pertencer a Maria. E você? Quer conhecer melhor esse ato de amor? Procure nossos servos ou entre em contato conosco porque haverá novas preparações para novas Consagrações este ano!

Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por ela que deve reinar no mundo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O que fazer quando temos aridez espiritual?


Muitas vezes, podemos passar por algum período de aridez espiritual, isto é, não temos vontade de rezar, torna-se difícil assistir a Santa Missa, a reza do Terço fica pesada, etc. Até mesmo a sagrada Comunhão se torna um sacrifício diante das dúvidas que podem atingir a nossa alma. Parece que o céu sumiu.
Como vencer esse estado de espírito no qual parece que Deus está longe e que nos falta a fé?
Primeiro é preciso verificar se esta situação não é tibieza, isto é, causada por nossa culpa em não perseverar no cuidado da vida espiritual, e, sobretudo, verificar se não há pecados graves em nossa alma, que possam estar afugentando dela a graça de Deus.
Se não houver pecados na alma, então, é preciso antes de tudo, calma, paciência e perseverança nos exercícios espirituais: oração, vida sacramental, caridade, penitência, etc. Mesmo sem vontade ou sem gosto, continuar, sem jamais parar, os exercícios espirituais.

Deus, às vezes, permite essas provações para que aprendamos a “buscar mais o Deus das consolações do que as consolações de Deus”, como disse um santo. São João da Cruz, místico que tanto experimentou o que chamou de “noite escura da fé”, afirmou que “o progresso da pessoa é maior quando ela caminha às escuras e sem saber.”
Muitas vezes, nos deleitamos nas orações gostosas, cheias de fervor sensível, como crianças quando comem doces. Mas quando vem a luta, deixamos a oração.
Veja o que nos diz a Palavra de Deus:
“Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pr 3,11s). Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige?… Mas se permanecêsseis sem a correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos… Aliás, temos na terra nossos pais que nos corrigem e, no entanto, os olhamos com respeito. Com quanto mais razão nos havemos de submeter ao Pai de nossas almas, o qual nos dará a vida? Os primeiros nos educaram para pouco tempo, segundo a sua própria conveniência, ao passo que este o faz para nosso bem, para nos comunicar sua santidade” (Hb 12,5-10).

Deus nos quer santos, e é também algumas vezes pela provação e pela aridez espiritual que Ele arranca as ervas daninhas do jardim de nossas almas. Coragem, alma querida de Deus! Jesus disse que Ele é a videira verdadeira, e Seu Pai o bom agricultor, que podará todo ramo bom que der fruto, para que produza mais fruto (cf. Jo 15,1-2).
Não podemos querer apenas o açúcar do pão e renegar o pão do sacrifício. Às vezes a meditação é difícil, a oração é penosa, distraída, surgem as noites e as trevas… Nessas horas é preciso silêncio, abandono, paciência. O Esposo há de voltar logo… Em breve vai raiar a aurora e os fantasmas vão sumir.

Quanto mais a noite fica escura, mais perto nos aproximamos da aurora. Deus sabe o que estamos passando, louvado seja o Seu santo Nome! É hora de abandono em Suas mãos paternas.
Em meio às trevas alguns sentem o coração como se fosse de gelo, não sentem mais amor a Jesus, perdem a piedade, se sentem condenados. Que desoladora confusão espiritual!
Nestas horas a única saída é fechar os olhos e dar as mãos a Jesus para ser guiado por Ele na fé; confiança e abandono, irmão! Só o Senhor sabe o caminho para sairmos deste matagal fechado e escuro.
Deus nos prepara para a contemplação pelas provas passivas, ensinam os santos. Ele as produz e a alma apenas tem que aceitar. É o duro caminho dos que querem a perfeição. Ele está purificando a alma; o Cirurgião Celeste está nos operando a alma.

São João da Cruz fala da famosa “noite dos sentidos” cheia de aridez e de provação, um verdadeiro martírio para a alma. Segundo o santo doutor, é Jesus que chama a alma a caminhar com Ele no deserto, mesmo queimando os pés e sendo queimado pelo sol, para se santificar.
Calma, alma querida de Deus, Ele faz isso porque o ama muito! O fogo bom não é aquele “fogo de palha”, alto e bonito, mas rápido, que logo se apaga; mas é o fogo baixo que pega na lenha grossa e permanece por muito tempo. O fogo de palha é só para começar…
É isso que está acontecendo; não se assuste; não se preocupe porque o gosto de rezar sumiu e se tornou um agora um sacrifício penoso… Fé não é sentimento e muito menos sentimentalismo; fé é adesão, com a mente, a Deus, às Suas verdades e às Suas determinações. Não se preocupe de estar ou não “sentindo” fé ou devoção; apenas viva-a; vá à Missa, ao grupo de oração, ao Terço, com ou sem vontade, com ou sem gosto, com ou sem sentimento. Assim, temos mais méritos ainda diante de Deus.
Nesta situação talvez você precise de um diretor espiritual, especialmente na Confissão, para uma boa orientação.

Prof.Felipe Aquino

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

"Não vos envergonheis do Senhor"

"Cristo é o que nos busca e sai ao encontro"
Bento XVI

"Venho aqui para me encontrar com milhares de jovens de todo o mundo, católicos, interessados por Cristo ou à procura da verdade que dê sentido genuíno à sua existência", afirmou o Papa Bento XVI, nesta quinta-feira, 18, em sua chegada a Madri, na Espanha, para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011.

"Não vos envergonheis do Senhor", disse Bento XVI. "Ele fez questão de fazer-se igual a nós e experimentar as nossas angústias para levá-las a Deus, e assim nos salvou", destacou.

"Mas não! Não estão sozinhos", ressaltou Bento XVI. "Muitos da sua idade partilham os mesmos propósitos deles e, confiando inteiramente em Cristo, sabem que têm realmente um futuro à sua frente e não temem os compromissos decisivos que preenchem toda a vida. Por isso me dá imensa alegria poder escutá-los, rezarmos juntos e celebrar a Eucaristia com eles. A Jornada Mundial da Juventude traz-nos uma mensagem de esperança, como uma brisa de ar puro e juvenil, com aromas renovadores que nos enchem de confiança face ao amanhã da Igreja e do mundo".

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ao Céu

Maria é assunta ao céu, alegrem-se exércitos dos anjos!!! Tu és Maria a glória de Jerusalém, de Israel!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Minha Batina

Com que alegria e juvenil transporte                                    
Eu te vesti, batina tão querida!…
Nessa cor preta, que relembra a morte,
Com voz tão clara, só me dizes – Vida!…

O teu pesado e desejado porte
À epopéia de Cristo me convida!…
E eu, que era fraco, já me sinto forte;…
Era medroso, e só desejo a lida!…

Dentro de ti eu sinto-me guardado,
Tal qual se fora intrépido soldado
A combater de um forte baluarte!…

E eu juro a Deus, perante os céus e a Terra,              
Pois que a batina o meu futuro encerra:
Minha santa batina, eu juro honrar-te!…

Padre Manoel Albuquerque
* A pedido de seus alunos (seminaristas) que a receberam, em 1948, no dia de São José, em Braga, Portugal.

Fonte: http://www.santotomas.com.br/?p=397 / http://defesadafe.blogspot.com/

sábado, 13 de agosto de 2011

Entrevista com D.Roberto Francisco:parte II

Textos extraídos da Revista Somos Assim.

Sobre o homossexualismo:

"...Eu não vejo que a população gay seja excluída. O Brasil é o país  onde eles têm ganhado mais direitos civis.  E nós apoiamos os direitos civis e respeitamos a dignidade da pessoa. Eu não consideraria um grupo excluído, e sim discriminação, que é outra coisa.  Existem pessoas que os discriminam por serem gays.  Não admitem que existam pessoas que tenham essa condição, que não depende deles."

"... Eu diria que na maioria dos casos não depende, não é uma opção.  Ninguém decide ser homossexual. Mas isso não sou eu que digo, está no Catecismo da Igreja Católica. O que nós propomos, o que o cristianismo propõe a eles, é um caminho que se chama castidade, como é para os solteiros heterossexuais, também. Ou seja, lidar de uma forma responsável com a sua afetividade. Eles (gays) não estão excluídos do amor, nem da Igreja."

"... O ato genital homossexual para nós cristãos é contra a natureza, porque não consegue reunir as duas finalidades do ato conjugal, que são o amor e a transmissão da vida. Eles não conseguem. O ato genital para eles não é com órgãos que estão constituídos  para isso.  Mulher com mulher não há órgão. Que genitália o senhor está falando? Poderá ser de, digamos, outro tipo, mas não é a genitália que, biologicamente falando, foi constituída para transmitir a vida, para  reproduzir. No caso deles, não podemos dizer que este ato conjugal seja "segundo a natureza". Nós seguimos o direito natural da criação. Deus criou assim."

"... Acho que eles estão ganhando o direito que merecem."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Entrevista a D.Roberto Ferrería Paz

Textos extraídos da entrevista feita pela Revista Somos Assim:

Quanto aos excessos na Santa Missa e Liturgia:
"... nós não fizemos nada de novo, simplesmente recordamos o que está  na própria liturgia católica.  Porque a palma, em si, não é um sinal litúrgico.  Segundo: em certos momentos é totalmente inadequado.  Por exemplo na Quaresma, na Sexta-Feira Santa, Missa de Morto, com o corpo presente, você vai bater palma? Quer dizer tratamos de limitar ao momento de glória, ao momento dos santos... Não proibir.  Mesmo porque as proibições, assim, são vistas como imposições... O que nós queremos é "salvaguardar o sagrado".  Porque é uma tentação muito grande, é tornar a missa um espetáculo, um show.  A emoção, evidentemente tem que ser trabalhada, evangelizada.  Mas não pode ser a missa por adrenalina."

"... Tudo é questão de medida.  Deve haver momentos de silêncio. Corremos o risco de confundir a fé com os sentimentos externos. A fé não é isto. Segundo: depender de emoções que são muito ambiguas.  De fato, estas pessoas que batem palmas, choram, muitas vezes têm uma espiritualidade muito sensível ao impacto, mas não aprofundam a fé e são manipuláveis. Qualquer líder as faz acreditarem em qualquer coisa. Então, a religião cristã não vive de emoções baratas; mas de amor - de amor responsável."

"... A liturgia romana, por exemplo, mostra justamente a beleza do equilíbrio e da sobriedade. Tudo o que se faz na liturgia deve nos levar a Deus. O importante não somos nós - é Deus que deve operar. Aliás, tem aquela piada: "numa dessas igrejas, estava-se ouvindo gritos muito fortes. E então uma pessoa que passava perguntou: O que está acontecendo? O obreiro que estava na porta disse assim: Deus está operando nesse momento. O cara disse: Então ele está operando sem anestesia." (risos)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Nós viemos ao Monte Tabor...

...para em ti repousar



Mestre, ao sairmos daqui, nós iremos Teus passos seguir, com sementes nas mãos.  Mestre, nós queremos plantar o Teu Reino em todo lugar e viver como irmãos.

domingo, 7 de agosto de 2011

Oração a Maria

Por São Luíz Montfort

Ave, Maria, Filha bem-amada do Pai eterno; ave, Maria, Mãe admirável do Filho; ave, Maria, Esposa fidelíssima do Espírito Santo; ave, Maria, minha querida Mãe, minha amável Senhora e poderosa soberana; ave, minha alegria, minha glória, meu coração e minha alma! Vós me pertenceis toda por misericórdia, e eu vos pertenço todo por justiça; mas não vos pertenço bastante ainda; de novo me dou a vós todo inteiro, na qualidade de escravo perpétuo, sem nada reservar para mim ou para outrem.  Se vede em mim qualquer coisa que não vos pertença, eu vos suplico de tirá-la agora, e de vos tornar Senhora absoluta de tudo o que possuo;de destruir e desarraigar e aniquilar tudo o que desagrada a Deus; e de plantar tudo e promover e operar tudo o que vos agradar.
Que a luz de vossa fé dissipe as trevas de meu espírito; que vossa humildade profunda tome o lugar de meu orgulho; que vossa contemplação sublime suste as distrações de minha imaginação vagabunda; que a vossa vista contínua de Deus encha a minha memória de sua presença; que o incêndio de vosso coração dilate e abrase a tibieza e frieza do meu; que vossas virtudes substituam os meu pecados; que vossos méritos sejam o meu ornamento e suplemente perante Deus. Enfim, mui querida e bem-amada Mãe, fazei, se possível for, que não tenha outro espírito senão o vosso, para conhecer Jesus Cristo e suas divinas vontades; que não tenha outra alma senão a vossa, para louvar e glorificar o Senhor;  que não tenha outro coração senão o vosso, para amar a Deus com um amor puro e ardente como vós.  Não vos peço visões ou revelações ou gozos ou mesmo prazeres, nem mesmo espirituais.  É privilégio vosso ver claramente, sem trevas; gozar plenamente, sem amargor; triunfar gloriosamente à direita de vosso Filho, no céu, sem humilhação alguma; dominar absolutamente sobre os anjos, os homens e os demônios, sem resistência, e, enfim, de dispor de todos os bens de Deus, sem restrição alguma.  Eis, divina Maria, a ótima parte que o Senhor vos deu e que não vos será tirada; e isto me deleita sobremaneira. Por minha parte, não quero nesta terra senão o que vós tivestes, a saber: crer puramente, sem nada gozar ou ver; sofrer alegremente, sem consolação de criaturas; morrer continuamente a mim mesmo, sem relaxamento; e trabalhar resolutantemente, até à morte, por vós, sem interesse algum, como o mais vil dos escravos.  A única graça que vos peço, por pura misericórdia, é que, a todos os dias e momentos de minha vida, eu diga três vezes amém: Assim seja, a tudo que fizestes na terra, enquanto nela vivestes.  Assim seja, a tudo que fazeis agora no céu.  Assim seja, a tudo que operais em minha alma, a fim de que nela só vós estejais para glorificar plenamente a Jesus em mim, no tempo e na eternidade. Assim seja.

sábado, 6 de agosto de 2011

Deixe-se amar

"Em um sentido mais profundo, o homem chega a si mesmo não através do que faz, mas através do que recebe. Ele deve esperar pelo dom do amor, e o amor somente pode ser recebido como um dom, como dádiva. Ninguém está em condições de “produzir” o amor por si, sem o outro; deve-se esperar por ele, deixá-lo ser entregue a alguém. Não é possível se tornar plenamente humano de nenhum outro modo, a não ser deixando-se amar. Se o homem não se permite ser presenteado com o dom do amor, ele se destrói."

Bento XVI

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Convite: Festa de São João Maria Vianney

Na próxima segunda-feira, 8 de agosto, o Senhor Bispo Administrador Apostólico, D. Fernando Arêas Rifan, celebrará Solene Missa Pontifical, na forma extraordinária, em honra do padroeiro daquela circunscrição eclesiástica, às 19h, na Paróquia Imaculado Coração de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Igreja Principal da Administração Apostólica, à Av. Visconde de Alvarenga, 354/386, Pq. Leopoldina, Campos dos Goytacazes, RJ.

Todos estão convidados

"O padre não é para si. Não dá a si a absolvição. Não administra a si os sacramentos. Ele não é para si, é para vós"

São João Batista Maria Vianney

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Oração para Benção das Famílias

Minha Família, minha benção!


Deus todo poderoso, Vós fazeis habitar em casa os desamparados e levais os vencidos à prosperidade. Vede nossa aflição, e vinde em nosso auxilio; vencei o perverso inimigo, a fim de que, afastada a presença do adversário, a liberdade se transforme em paz para nós. E, assim, retornados ao Vosso terno amor, nós possamos confessar que és admirável, pois destes força ao Vosso povo. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.
Ó Deus, criador e defensor do gênero humano, que formastes o homem e a mulher à Vossa imagem, e de modo mais admirável os recriastes pela graça do Batismo, olhai para nós, Vossos servos, e atendei às nossas súplicas. Fazei brilhar em nossos corações o esplendor da Vossa gloria para que, afastado todo o terror, medo e temor, com mente e espírito sereno, nós possamos louvar-Vos com os irmãos e irmãs na Vossa Igreja. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Visitai, Senhor, esta casa, e afastai as ciladas do inimigo; nela habitem Vossos Santos Anjos, para nos guardar na paz, e a Vossa Benção fique sempre conosco. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Grupo de Oração Aliança Eterna

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bem-aventurados os puros

Pessoal, ontem foi na liturgia o dia de Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo e Doutor da Igreja, Patrono dos Confessores e Moralistas. E por isso, hoje vamos falar sobre seu Tratado de Castidade, muito rico e profundo:
EXCELÊNCIA DA CASTIDADE

Ninguém melhor que o Espírito Santo saberá apreciar o valor da castidade. Ora, Ele diz: “Tudo o que se estima não pode ser comparado com uma alma continente” (Ecli 26, 20), isto é, todas as riquezas da terra, todas as honras, todas as dignidades, não lhe são comparáveis. Santo Efrém chama a castidade de “a vida do espírito”; São Pedro Damião, “a rainha das virtudes”; e São Cipriano diz que, por meio dela, se alcançam os triunfos mais esplêndidos. Quem supera o vício contrário à castidade, facilmente triunfará de todos os mais; quem, pelo contrário, se deixa dominar pela impureza, facilmente cairá em muitos outro vícios e far-se-á réu de ódio, injustiça, sacrilégio, etc.

A castidade faz do homem um anjo. “Ó castidade, exclama Santo Efrém (De cast.), tu fazes o homem semelhante aos anjos”. Essa comparação é muito acertada, pois os anjos vivem isentos de todos os deleites carnais; eles são puros por natureza; as almas castas, por virtude. “Pelo mérito desta virtude, diz Cassiano (De Coen. Int., 1. 6, c. 6), assemelham-se os homens aos anjos”; e São Bernardo (De mor. et off., ep., c. 3): “O homem casto difere do anjo não em razão da virtude, mas da bem-aventurança; se a castidade do anjo é mais ditosa, a do homem é mais intrépida”. “A castidade torna o homem semelhante ao próprio Deus, que é um puro espírito”, afirma São Basílio (De ver. virg.).
O Verbo Eterno, vindo a este mundo, escolheu para Sua Mãe uma Virgem, para pai adotivo um virgem, para precursor um virgem, e a São João Evangelista amou com predileção porque era virgem, e, por isso, confiou-lhe Sua santa Mãe, da mesma forma como entrega ao sacerdote, por causa de sua castidade, a santa Igreja e Sua própria Pessoa.
Com toda a razão, pois, exclama o grande doutor da Igreja, Santo Atanásio (De virg.): ‘Ó santa pureza, és o templo do Espírito Santo, a vida dos Anjos e a coroa dos Santos!”.
Grande, portanto, é a excelência da castidade; mas também terrível é a guerra que a carne nos declara para no-la roubar. Nossa carne é a arma mais poderosa que possui o demônio para nos escravizar; é, por isso, coisa muito rara sair-se ileso ou mesmo vencedor deste combate. Santo Agostinho diz (Serm. 293): “O combate pela castidade é o mais renhido de todos: ele repete-se cotidianamente, e a vitória é rara”. “Quantos infelizes que passaram anos na solidão, exclama São Lourenço Justiniano, em orações, jejuns e mortificações, não se deixaram levar, finalmente, pela concupiscência da carne, abandonaram a vida devota da solidão e perderam, com a castidade, o próprio Deus!”
Por isso, todos os que desejam conservar a virtude da castidade devem ter suma cautela: “É impossível que te conserves casto, diz São Carlos Borromeu, se não vigiares continuamente sobre ti mesmo, pois negligência traz consigo mui facilmente a perda da castidade”.

DA VIGILÂNCIA SOBRE OS PENSAMENTOS
1) A respeito dos maus pensamentos encontra-se, muitas vezes, um duplo engano:
a) Almas que temem a Deus e não possuem o dom do discernimento e são inclinadas aos escrúpulos, pensam que todo mau pensamento que lhes sobrevêm é já um pecado. Elas estão enganadas, porque os maus pensamentos em si não são pecados, mas só e unicamente o consentimento neles. A malícia do pecado mortal consiste toda e só na má vontade, que se entrega ao pecado com claro conhecimento de sua maldade e plena deliberação de sua parte. E, por isto, Santo Agostinho ensina que não pode haver pecado onde falta o consentimento da vontade.
Por mais que sejamos atormentados pelas tentações, pela rebelião de nossos sentidos, pelas comoções ou sensações desregradas de nossa natureza corpórea, não existe pecado algum enquanto faltar o consentimento, como ensina também São Bernardo, dizendo: “O sentimento não causa dano algum, contanto que não sobrevenha o consentimento”.
Para consolar tais almas timoratas e escrupulosas, quero oferecer-lhes aqui uma regra prática, aceita por quase todos os teólogos: Quando uma alma que teme a Deus e detesta o pecado, duvida se consentiu ou não em um mau pensamento, não está obrigada a confessar-se disso, porque, em tal caso, se tivesse realmente cometido um pecado mortal, não estaria em dúvida a esse respeito, porque o pecado mortal, para uma alma que teme a Deus, é um monstro tão horrendo, que não poderá ter entrada em seu coração sem o perceber.
b) Outros, que possuem uma consciência mais relaxada e são mal instruídos, julgam, pelo contrário, que os maus pensamentos nunca são pecados, mesmo havendo consentimento neles, contanto que não se chegue a praticar. Este erro é muito mais pernicioso que o primeiro. O que se não pode fazer, não se pode também desejar; por isso, o mau pensamento em si contêm toda a malícia do ato. Assim como as más obras nos separam de Deus, também os maus pensamentos nos afastam d’Ele e nos privam de Sua graça. “Pensamentos perversos nos separam de Deus” (Sab 1, 3). Como as más obras estão patentes aos olhos de Deus, também Sua vista alcança todos os nossos maus pensamentos para condená-los e puni-los, pois “um Deus de ciência é o Senhor, e diante d’Ele estão patentes todos os pensamentos” (I Rs 2, 3).
2) Logo, nem todos os maus pensamentos são pecados, e nem todos os que são pecados trazem em si o mesmo cunho de malícia. Devemos considerar três coisas quando se trata de um pecado de pensamento, a saber: a sugestão, a deliberação e o consentimento. Alguns esclarecimentos a esse respeito:

a) Sob a palavra sugestão entende-se o primeiro pensamento que nos incita a praticar o mal que nos vem à mente. Esta instigação ou incitamento ainda não é pecado; se a vontade a repele imediatamente, é mesmo uma fonte de merecimentos. “Para cada tentação a que opuseres resistência, se te deverá uma coroa”, diz Santo Antão. Até os Santos foram perseguidos por tais pensamentos. São Bento revolveu-se sobre os espinhos para vencer uma tentação impura, e São Pedro de Alcântara lançou-se em poço de água gelada. São Paulo nos informa que também ele foi tentado contra a pureza: “E para que a grandeza das revelações não me ensoberbesse, foi-me dado um espinho em minha carne, um anjo de satanás para me esbofetear” (2 Cor 12, 7). O Apóstolo suplicou várias vezes ao Senhor que o livrasse desse inimigo: “Por essa causa roguei ao Senhor três vezes que o afastasse de mim”. O Senhor não quis, porém, dispensá-lo do combate, e respondeu-lhe: “Basta-te a minha graça”. E por que não queria o Senhor livrá-lo? Para que adquirisse maiores méritos por sua resistência à tentação: “Porque a virtude se aperfeiçoa na fraqueza”. São Francisco de Sales diz que quando um ladrão procura arrombar uma porta, é porque não está ainda dentro da casa; assim também, quando o demônio tenta uma alma, é porque se acha ela ainda na graça de Deus.
Santa Catarina de Sena foi uma vez horrivelmente atormentada pelo demônio, durante três dias, com fortes tentações impuras. Apareceu-lhe então o Senhor para consolá-la, e ela perguntou-lhe: – Mas onde estivestes, Senhor meu, durante estes três dias? Jesus respondeu-lhe: Dentro do teu coração, dando-te força para resistires à tentação. E o Senhor deu-lhe a conhecer que o seu coração estava, depois da tentação, mais puro que antes.
b) À sugestão segue-se a deleitação. Quando nos damos ao trabalho de repelir imediatamente a tentação, sentimos nela uma certa complacência ou prazer, que nos vai arrastando ao consentimento. Mesmo então, se a vontade não dá seu assentimento, não há pecado mortal; quando muito, poderá haver pecado venial. Se, porém, não recorrermos então a Deus e não nos esforçarmos por resistir à tentação, facilmente nos sentiremos arrastados ao consentimento e perdidos, segundo as palavras de Santo Anselmo (De similit., c. 40): “Se não procuramos impedir a deleitação, ela se transformará em consentimento e matará a alma”.
Uma senhora, que tinha fama de santa, teve, um dia, um mau pensamento, que não repeliu imediatamente, e pecou por pensamento. Por vergonha deixou de confessar esse pensamento criminoso e morreu, pouco depois, em estado de pecado. Porque morreu com fama de santidade, mandou o bispo que fosse sepultada em sua própria capela. No dia seguinte, porém, apareceu-lhe ela, toda circundada de fogo, e confessou-lhe, infelizmente já tarde demais, que estava condenada por ter consentido num mau pensamento.
c) Toda a malícia do mau pensamento está, porém, no consentimento. Havendo pleno consentimento, perde-se a graça de Deus e chama-se sobre si a condenação eterna, quer se tenha o desejo de cometer um pecado determinado, quer se pense ou reflita com prazer no pecado como se o estivesse cometendo. Esta última espécie de pecado chama-se uma deleitação deliberada ou morosa, e deve-se distinguir bem da primeira, isto é, do pecado de desejo.
3) Se fores, pois, molestada por tais tentações, alma cristã, não deves perder a coragem, antes, animosamente combater, empregando os meios que te vou indicar, e não sucumbirás:
a) O primeiro é humilhar-se continuamente diante de Deus. O Senhor castiga muitas vezes os espíritos soberbos, permitindo que caiam em qualquer pecado impuro. Sê, pois, humilde, e não confies em tuas próprias forças. Davi confessa que caiu no pecado por não ter se humilhado e ter confiado demais em si mesmo: “Antes de me haver humilhado, eu pequei” (Sl 118, 67). Devemos temer sempre a nossa própria fraqueza e colocar em Deus toda a nossa confiança, esperando firmemente que nos preserve desse vício.

b) O segundo meio é recorrer imediatamente a Deus, sem entrar em diálogo com a tentação. Logo que se apresentar ao nosso espírito um pensamento impuro, devemos elevar a Deus imediatamente o nosso pensamento ou dirigi-lo a qualquer objeto indiferente. A coisa melhor será invocar imediatamente os Santíssimos Nomes de Jesus e Maria, e não cessar de repeti-los até desaparecer a tentação. Se ela for muito forte, será bom repetir muitas vezes o seguinte propósito: Ó meu Deus, prefiro morrer a Vos ofender. Peça-se socorro, dizendo: Ó meu Jesus, socorrei-me. Maria, assisti-me. Os Nomes de Jesus, Maria e José possuem uma força especial para afugentar as tentações do demônio.
c) O terceiro meio é a recepção assídua dos Santos Sacramentos da Confissão e da Comunhão. É de suma importância revelar quanto antes ao confessor as tentações impuras. “Uma tentação revelada já está meio vencida”, diz São Filipe Néri. E se alguém teve a infelicidade de consentir em uma tentação, não se demore nenhum instante em se confessar disso. São Filipe Néri livrou um rapaz desse vício, induzindo-o a confessar-se logo depois de cada queda.

A Santa Comunhão, está fora de dúvida, confere uma grande força na resistência às tentações desonestas. O Sangue de Jesus Cristo, que recebemos na Sagrada Comunhão, é chamado pelos Santos de ‘Vinho gerador de Virgens’ (Zac 9, 17). O vinho natural é um perigo para a castidade; este Vinho Celestial é o seu conservador.
d) O quarto meio é a devoção à Imaculada Mãe de Deus, que é chamada a Virgem das Virgens. Quantos jovens não se conservaram puros e castos como Anjos, devido à devoção à Santíssima Virgem!
e) O quinto meio é a fuga da ociosidade. O Espírito Santo diz (Ecli 33, 21): “A ociosidade ensina muita coisa má”, isto é, ensina a cometer muitos pecados. E o profeta Ezequiel (Ez 16, 49), assevera que foi a ociosidade a causa das abominações e ruína final dos habitantes de Sodoma. Conforme São Bernardo, a ociosidade motivou a queda de Salomão. Por isso São Jerônimo exorta a Rústico (Ep. ad Rust., 2) que esteja sempre ocupado, para que o demônio não o preocupe com suas tentações. “Quem trabalha é tentado por um demônio só; quem vive ocioso, é atacado por uma multidão deles”, diz São Boaventura.
f) O sexto meio consiste no emprego de todas as precauções exigidas pela prudência, tais como a modéstia dos olhos, a vigilância sobre as inclinações do coração, a fugida das ocasiões perigosas, etc.

DA MODÉSTIA DOS OLHOS
Quase todas as paixões que se revoltam contra nosso espírito têm sua origem na liberdade desenfreada dos olhos, pois os olhares livres são os que despertam em nós, de ordinário, as inclinações desregradas. “Fiz um contrato com meus olhos de não cogitar sequer em uma virgem”, diz Jó (Job 31, 1). Mas, por que diz ele de não pensar sequer em uma virgem? Não parece que deveria dizer: Fiz um contrato com meus olhos de não olhar sequer? Não, ele tem toda a razão de falar assim, porque o pensamento está intimamente ligado ao olhar, não se podendo separar um do outro, e, para não ter maus pensamentos, propôs-se esse santo homem nunca olhar para uma virgem.
Santo Agostinho diz: “Do olhar nasce o pensamento, e do pensamento a concupiscência”. Se Eva não tivesse olhado para o fruto proibido, não teria pecado; ela, porém, achou gosto em contemplá-lo, parecendo-lhe bom e belo; apanhou-o então, e fez-se culpada da desobediência.

Aqui vemos como o demônio nos tenta primeiramente a olhar, depois a desejar e, finalmente, a consentir. Por isso nos assegura São Jerônimo que o demônio só necessita de nosso começo: dá-se por satisfeito se lhe abrimos a metade da porta, pois ele saberá conquistar a outra metade. Um olhar voluntário, lançado a uma pessoa do outro sexo, acende uma faísca infernal que precipita a alma na perdição. “As primeiras setas que ferem as almas castas, diz São Bernardo (De mod. ben. viv., serm. 23), e não raro as matam, entram pelos olhos”. Por causa dos olhos caiu Davi, esse homem segundo o coração de Deus. Por causa dos olhos caiu Salomão, esse instrumento do Espírito Santo. Por causa dos olhos, quantas almas não se perderam eternamente?
Vigie, pois, cada um sobre seus olhos, se não quiser chorar uma vez com Jeremias: “Meus olhos me roubaram a vida” (Jer 3, 51); as afeições criminosas que penetraram em meu coração por causa dos meus olhares, lhe deram a morte. São Gregório diz (Mor. 1, 21, c. 2): “Se não reprimires os olhos, tornar-se-ão ganchos do inferno, que a força nos arrastarão e nos obrigarão, por assim dizer, a pecar contra a nossa vontade”. “Quem contempla objeto perigoso, acrescenta o Santo, começa a querer o que antes não queria”. É também o que diz a Sagrada Escritura (Jdt 16, 11), quando diz que a bela Judite escravizou a alma de Holofernes, apenas este a contemplou.

Sêneca diz que a cegueira é mui útil para a conservação da inocência. Seguindo esta máxima, um filósofo pagão arrancou-se os olhos para quardar a castidade, como nos refere Tertuliano. Isso, porém, não é lícito a nós, cristãos; se queremos conservar a castidade, devemos, contudo, fazer-nos cegos por virtude, abstendo-nos de olhar o que possa despertar em nós os maus pensamentos. “Não contemples a beleza alheia; disso origina-se a concupiscência, que queima como o fogo” (Ecli 9, 8). À vista seguem-se as imaginações pecaminosas, que acendem o fogo impuro.
São Francisco de Sales dizia: “Quem não quiser que o inimigo penetre na fortaleza, deve conservar as portas fechadas”. Por essa razão foram os Santos tão cautelosos em seus olhares. Por temor de enxergarem inesperadamente qualquer objeto perigoso, conservavam os olhos quase sempre baixos, e se abstinham de olhar coisas inteiramente inocentes. São Bernardo, depois de um ano inteiro no noviciado, não sabia ainda se o teto de sua cela era plano ou abobadado. Na igreja do convento havia três janelas e ele não o sabia, porque conservara os olhos baixos. Evitavam os Santos, com cautela maior ainda, pôr os olhos em pessoa de outro sexo. São Hugo, bispo, nunca olhava para o rosto das mulheres com quem tinha de conversar. Santa Clara nunca olhava para a face de um homem. Aconteceu uma vez que, levantando os olhos para a Hóstia Sagrada, durante a Elevação, viu o rosto do sacerdote, com o que ficou profundamente aflita.
Julgue-se agora quão grande é a imprudência e temeridade dos que, não possuindo a virtude dum desses Santos, ousam passear suas vistas em todas as pessoas, não exceptuando as de outro sexo, e querendo ainda ficar livre de tentações e do perigo de pecar. São Gregório diz (Dial. 1.2, c. 2) que as tentações que levaram São Bento a revolver-se sobre espinhos, provieram de um olhar imprudente sobre uma senhora. São Jerônimo, achando-se na gruta de Belém, onde continuamente orava e macerava seu corpo com as mais atrozes penitências, foi por longo tempo atormentado pela lembrança das damas que vira tempos antes em Roma. Como, pois, poderemos ficar preservados de tentações, quando nos expomos ao perigo, olhando e até fitando complacentemente pessoas de outro sexo?
O que nos prejudica não é tanto o olhar casual como o premeditado, o mirar. Razão porque Santo Agostinho diz (Reg. ad Serv. Dei, n. 6): “Se vossos olhos casualmente caírem sobre uma pessoa, cuja vista vos pode ser prejudicial, guardai-vos, ao menos, de fitá-la”. E São Gregório diz: “Não é lícito contemplar ou extasiar-se com a vista daquilo que não é lícito desejar, pois, ainda que expulsemos os maus pensamentos que costumam seguir o olhar voluntário, deixam sempre uma mancha na alma”. Tendo-se perguntado ao irmão Rogério, franciscano, dotado de uma pureza angélica, por que se mostrava tão reservado em seus olhares, quando trata va com mulheres, respondeu: “Se o homem foge à ocasião, Deus o protege; se se expõe a ela, Nosso Senhor o abandona e facilmente cairá no pecado”.
Suposto mesmo que a liberdade que se concede aos olhos não produzisse outros males, impediria sempre o recolhimento da alma durante a oração; pois tudo o que vimos e nos impressionou, apresenta-se aos olhos de nossa alma e nos causa uma imensidade de distrações. Quem já tem recolhimento de espírito durante a oração, tome muito cuidado para não se ver privado dessa graça dando liberdade a seus olhos.
Está fora de dúvida que um cristão que vive sem recolhimento de espírito não pode praticar as virtudes cristãs da humildade, da paciência, da mortificação, como deveria. Guardemo-nos, por isso, de olhares curiosos, e só olhemos para objetos que elevam para Deus o nosso espírito. “Olhos baixos elevam o coração para o Céu”, dizia São Bernardo. São Gregório Nazianzeno (Ep. ad Diocl.) escreve: “Onde habita Cristo com Seu amor, reina aí a modéstia”. Com isso não quero, porém, dizer que nunca se deva levantar os olhos ou considerar coisa alguma; pelo contrário, é até bom, às vezes, olhar coisas que elevam nosso coração para Deus, como santas imagens, prados floridos, etc, já que a beleza dessa criatura nos atrai à contemplação do Criador.
Deve-se notar também que a modéstia dos olhos é necessária não só para nosso próprio bem, como para a edificação do próximo. Só Deus vê o nosso coração; os homens vêem apenas nossas obras externas e, ou se edificam, ou se escandalizam com elas. “Pelo rosto se conhece o homem”, diz a Escritura (Ecli 19, 26), isto é, pelo exterior se depreende o que é o homem interiormente. Todo cristão, por isso, deve ser o que era São João Batista, conforme as palavras do Salvador (Jo 5, 35): “Uma lâmpada que arde e ilumina”. Interiormente deve arder em amor divino; exteriormente, alumiar, pela modéstia, a todos os que o vêem. Também a nós se podem aplicar as palavras que São Paulo dirigiu a seus discípulos (I Cor 4, 9): “Somos o espetáculo dos anjos e dos homens”. “A vossa modéstia seja conhecida de todos os homens” (Filip 4, 5).
Pessoas devotas são observadas pelos anjos e pelos homens, e, por isso, sua modéstia deve ser notória a todos, do contrário, deverão dar rigorosas contas a Deus no dia do Juízo. Observando a modéstia, edificamos sumamente os outros e os estimulamos à prática da virtude.
É celebre o que se conta de São Francisco de Assis: Uma vez deixou ele o convento junto a uma companheiro, dizendo que ia pregar; tendo dado uma volta pela cidade com os olhos baixos, entrou novamente no convento. ‘Mas quando farás o sermão?’, perguntou-lhe o companheiro. ‘Já o fiz, respondeu-lhe o Santo, consistiu todo no resguardo dos olhos, do que demos exemplo ao povo’.
Santo Ambrósio diz que a modéstia das pessoas virtuosas é uma exortação mui poderosa ao coração dos mundanos. “Quão belo não seria se bastasse te apresentares em público para fazeres bem aos outros!” (In ps. 118, s. 10). De São Bernardino de Sena se conta que, mesmo antes de entrar para o convento, bastava só a sua presença para pôr fim às conversas livres de seus companheiros; mal o avistavam, diziam uns para os outros: Silêncio, Bernardino vem vindo; e então calavam-se ou começavam a falar de outras coisas. Santo Efrém, segundo o testemunho de São Gregório de Nissa, era tão modesto, que já a sua vista estimulava à devoção, e não se podia vê-lo sem se sentir levado a se tornar melhor. Mais admirável ainda é o que nos refere Suvio, do santo sacerdote e mártir Luciano: só por sua modéstia moveu muitos pagãos a abraçarem a santa Fé. O imperador Mazimiano, que fôra disso informado, temendo sentir a sua influência e ser obrigado a converter-se, citou-o à sua presença, mas não quis vê-lo, e sujeitou-o ao interrogatório ocultando-o a suas vistas por uma cortina estendida entre os dois.
Nosso ideal mais perfeito de modéstia foi, porém, o nosso Divino Salvador mesmo, pois, como nota um célebre autor, os Evangelistas dizem, várias vezes, que o Redentor levantou os olhos em certas ocasiões, dando a entender, com isso, que tinha ordinariamente os olhos baixos. Por isso exalta o Apóstolo a modéstia de seu Divino Mestre, escrevendo a seus discípulos: “Rogo-vos pela mansidão e modéstia de Cristo” (II Cor 10, 1).
Concluo com as palavras de São Basílio a seus monges: “Se quisermos que nossa alma tenha suas vistas sempre postas no Céu, filhos queridos, conservemos nossos olhos sempre voltados para a terra”. De manhã, ao despertar, devemos já pedir, com o Profeta: “Afastai meus olhos, Senhor, para que não vejam a vaidade” (Sl 118, 37).