domingo, 29 de dezembro de 2013

O Santuário do Santíssimo Milagre



Igreja de Santo Estevão ou do “Milagre”
Igreja Paroquial, dedicada ao mártir Santo Estêvão e localizada no sítio mais alto de Santarém, ficava dentro dos muros que cercavam a vila, num dos locais mais antigos do burgo. Já existia no século XIII, tendo sido sagrada em 1241, a 16 de Fevereiro, e passou a ser conhecida pela Igreja do Milagre, porque nela guarda a Partícula Consagrada.
Foi restaurada e transformada – reconstruída, em boa verdade – no sec.XVI, com acentos renascentistas, tendo perdido os traços de antiguidade e garantindo-lhe uma nova expressão. A Igreja voltou a sofrer uma intervenção, ao que parece por volta da primeira metade do século XVIII, que lhe conferiu características barrocas.

A circunstância da ocorrência do SS. Milagre, conferiu à Igreja de Santo Estêvão uma notoriedade e importância ímpar. Passou a ser local de peregrinação “obrigatória” de reis e notáveis, que se deslocassem a Santarém, e testemunha da prática de um culto intenso e profundo à Sagrada Partícula, por parte das gentes do povo, que, na sua fé simples, lhe alteraram o nome para Igreja do Milagre.
A vila e o seus arredores eram enobrecidos  com muitos Conventos, de diferentes Ordens Religiosas: o dos Padres Eremitas de Sto.Agostinho – Convento da Graça; o de Nossa Senhora de Jesus, dos Religiosos Terceiros; o de Santa Clara; o Convento das “Donas”, Religiosas Dominicanas; Convento dos Religiosos da Santíssima Trindade; o de S.Francisco; o dos Frades Arrábicos; o de S.Bento e o de S.Domingos.



Eram viveiros de espiritualidade, promotores da expansão do Evangelho. Mas a esta Igreja, em todos os tempos, no fervor religioso se acolheram corpos esfarrapados, corações famintos, feridas incuráveis – na procura de pão, paz, compreensão e amor.
“...Inflamou-se tanto nos corações dos moradores desta Vila a devoção do Santíssimo Milagre, vendo acontecer tão repetidos prodígios que de outras freguesias vinham fazer habitação à de S.Estêvão...”

Está bem viva hoje a devoção dos fiéis cristãos ao SS.Milagre. São muitos os milhares que, todos os anos, se deslocam em peregrinação ao Santuário, numa manifestação de fé e respeito  pelo Milagre Eucarístico.
De acordo com os registros existentes, entre 1983 e 2007, o Santuário do SS.Milagre foi visitado pro 270.853 peregrinos, na sua maioria estrangeiros, oriundos de todo o mundo cristão.

Oração ao Santíssimo Milagre

Senhor nosso Deus e nosso Pai,
de muitos e variados modos
nos fazeis conhecer os mistérios da Vossa vontade.
Na plenitude dos tempos
Enviaste O Vosso Filho Jesus Cristo,
Sacramento de Salvação para toda a humanidade.
Pelo dom do Espírito Santo
continuais a obra do Vosso amor,
em lugares onde nós Vos podemos encontrar,
como um amigo se encontra com outro amigo.
Por isso, Vos pedimos
que no meio das dificuldades da nossa vida,
guiados pela Vossa Palavra,
fortalecidos com o alimento
do SS.Milagre da Eucaristia,
saibamos discernir os sinais da Vossa Bondade,
para sermos sempre testemunhas da Vossa Caridade,
amando-nos uns aos outros
como Vós nos mandais por Vosso Filho,
e participemos com maior solicitude
no mistério da Vossa vida,
na fidelidade à vocação a que nos chamais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Fonte: O “Santíssimo Milagre” DE Santarém, Martinho Vicente Rodrigues. Santuário – Santarém 2008.
           

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Porque Jesus salvou os pecadores?

Nos seus “Sermões sobre o Natal e a Epifania”, São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja (440-461): “Gloriava-se o demônio porque o homem, enganado por seu ardil, estava privado dos dons divi­nos e, despojado da imortalidade, encontrava-se sujeito a uma dura sentença de morte; assim, tendo um companheiro de pre­varicação, encontrava algum alívio em seus males (…).”
“Cristo nasceu de uma virgem para “ocultar ao demônio que a salvação nascera para os homens, a fim de que, ignorando a geração espiritual, não julgasse que havia nascido de modo diferente aquele que via semelhante aos outros. Notando que Sua natureza era igual a de todos, supunha que Sua origem fosse a mesma; e não percebeu que estava livre dos laços do pecado aquele que não encontrou isen­to da fraqueza dos mortais.”
“Deus não recorreu a Seu poder; mas a Sua justiça. Pois o antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava com certa razão seu direito à tirania sobre os homens e oprimia com po­der não usurpado aqueles que havia seduzido, fazendo-os pas­sar voluntariamente da obediência aos mandamentos de Deus para a submissão à sua vontade. Era portanto justo que só per­desse seu domínio original sobre a humanidade sendo venci­do no próprio terreno onde vencera”.

 “Conhecendo o veneno com que corrompera a natureza humana, jamais (o demônio) jul­gou isento do pecado original aquele que, por tantos indícios, supunha ser um mortal. Obstinou-se pois o salteador impru­dente e cobrador insaciável em se insurgir contra aquele que nada lhe devia; mas, ao perseguir n’Ele a falta original comum a todos os outros homens, ultrapassa os direitos em que se apoi­ava, exigindo daquele em quem não encontrou vestígio de culpa a pena devida ao pecado."

 “Fica portanto anulada a sentença (cf. Cl 2,14) do pacto mortal que ele havia maldosamente ins­pirado e, por ter exigido contra a justiça além do que era devi­do, todo o débito é cancelado. Aquele que era forte é amarra­do com seus próprios laços. (…) O príncipe deste mundo é acorrentado, são-lhe tirados seus instrumentos de captura (…) a morte é destruída por outra morte, o nascimento renovado por outro nascimento, porque ao mesmo tempo a redenção põe fim a nosso cativeiro, a regeneração transforma nossa ori­gem e a fé justifica o pecador.”
Ele veio para tirar o homem das trevas e o mundo da desgraça; Ele veio para nos devolver a vida que nunca acaba; Ele veio para dar sentido a todas as coisas.
Celebrar o seu Natal é se alegrar com sua chegada e o receber com um coração puro e disposto a fazer a sua vontade.

Professor Felipe Aquino

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Passos para viver com o Santo Anjo


1°) Conhece-me
2°) Ouve-me
3°) Pergunta-me
4°) Obedece-me
5°) Aprende
6°) Consagra-te
7°) Agradece-me

Padre Miguel - ORC
Foto : Anjo de Portugal - Casa "Mãe Gabriele". Fátima- Portugal.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Fátima em fotos

                                                              13 de maio de 1967

                                                          13 de maio de 1949

                                                          Ano de 1937 - Construção da Basílica



                                                     Ano de 1922 - Capelinha das Aparições









 Como acontece até hoje, nos dias 13 de maio a 13 de outubro, muitas famílias alugam trailers ou ficam acampadas envolta do Santuário.

                                 Inúmeros trailers da época ao redor do Santuário


         Casa dos videntes Jacinta e Francisco, na foto seus pais na entrada da casa




                                Peregrinação de joelhos, como acontece até hoje


 Foto atual mostrando o caminho pelo qual os fiéis fazem de joelhos, é o mesmo mostrado na foto antiga acima.
Oração que os fiéis fazem antes da peregrinação de joelhos no Santuário de Fátima
                                        Artista trabalhando na construção do Santuário

                       Casa dos pastorinhos Jacinta e Francisco recebendo os peregrinos

Fotos: Acervo do Hotel Domus Pacis - Fátima, Portugal

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Santuário de Nossa Senhora de Ortiga

 O Santuário de Nossa Senhora da Ortiga é localizado na aldeia portuguesa de Ortiga, freguesia de Fátima, concelho de Ourém, Portugal.

   Conta a tradição que, andando no lugar da Ortiga certa pastorinha muda, a guardar o seu rebanho, lhe apareceu Nossa Senhora que lhe pediu uma ovelhinha. A menina sentiu a língua solta e respondeu que não daria a ovelha sem licença do pai, que morava no Casal de Santa Maria.
   Foi a correr falar ao pai, que ficou muito admirado ao ouvir a filha falar e disse que fizesse tudo o que a Senhora pedisse. A pastorinha foi falar à Mãe de Deus que lhe ordenou a construção ali de uma capela.
   Indo o pai da menina ao local por esta indicado, encontrou sobre uma pedra entre ortigas uma imagem de Nossa Senhora, que levou para o Casal de Santa Maria, mas a imagem desapareceu dali para ser vista entre as ortigas. Foi construída ali uma pequena capela que depois foi tornada maior.
   O Santo Padre Pio VII concedeu jubileu a esta capela, em 1801, a ganhar no primeiro Domingo e nos dois dias imediatamente seguintes de Julho de cada ano.
   Todos os dias a esta imagem de Nossa Senhora ali venerada acorrem numerosos peregrinos e fiéis, solicitando e agradecendo milagres que, por Ela, Deus lhes vai concedendo.
   Nos dias do Jubileu, o santuário, e terrenos em redor, veste-se de festa e aparecem as tendas para os almoços de família. Parece a bíblica Festa das Tendas.
   Na tarde de Terça-Feira do Jubileu, a imagem da Senhora é levada em procissão pelos rapazes e raparigas que completam, nesse ano, 20 anos de nascimento.
   De longa tradição é também este santuário, no Domingo do Jubileu, pois, à tarde, rapazes e raparigas encontram-se e alguns começam ali o seu tempo de namoro.
   A par com dois grandes salões multifuncionais e modernos, existe ainda a velha casa das confissões, com a sua varanda.
   Um velho moinho ainda pode ser observado no terreno do santuário.


                                                Foto da antiga Capela

                                                 Interior da Igreja

                                             Imagem da Nossa Senhora de Ortiga

domingo, 15 de dezembro de 2013

Igreja Paroquial de Fátima


Francisco passava longas horas a rezar nesta Igreja, a "consolar Nosso Senhor..." Foi também aqui que Lúcia fez a sua primeira comunhão.



               Pia Baptismal onde foram baptizados os Pastorinhos

                                                      Acolher como a Jacinta

                                              Contemplar como o Francisco

sábado, 14 de dezembro de 2013

Valinhos e a quarta aparição de Fátima

Valinhos, uma propriedade da família dos pastorinhos e que dista uns 500 metros de Ajustrel, onde moravam os pastorinhos.

 No dia 13 de Agosto de 1917, não houve aparição de Nossa Senhora de Fátima, porque o Administrador de Vila Nova de Ourém levou os 3 Pastorinhos para a prisão, onde os reteve 3 dias.
No Domingo seguinte, 19 de Agosto, Nossa Senhora apareceu nos Valinhos, pelas 4 horas da tarde, aparição que é assinalada por este monumento.
Na quarta aparição, Nossa Senhora deixou este impressionante apelo: "Rezai, rezai muito, e fazei sacrifícios pelos pecadores, porque vão muitas almas para o inferno por não haver quem reze e se sacrifique por elas."

 Lúcia estava com Francisco e seu irmão João Marto,  pelas 4 horas da tarde, como já dito, começaram a produzir-se as alterações atmosféricas que precederam as aparições anteriores, uma súbita diminuição da temperatura e um esmorecimento do Sol. Lúcia, sentindo que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e os envolvia, pediu ao primo João para chamar rapidamente a Jacinta, João não queria ir porque não queria perder a aparição, para convence-lo Lúcia deu a ele 2 moedas que o fez ir chamar Jacinta, a qual chegou a tempo de ver Nossa Senhora que - anunciada, como das outras vezes, por um reflexo de luz - apareceu sobre uma azinheira, um pouco maior que a da Cova da Iria.
Na foto abaixo estão as 2 moedas dadas por Lúcia a João Marto. Elas estão em um monstruário da Família Marto, em um pequeno museu feito pela família na última casa que os pais de Jacinta e Francisco moraram em Ajustrel.

                                        Santinhos e fotos da Família Marto

               Álbum de fotos de João Marto, com resgistros da sua viagem a Terra Santa

                                           Imagem pessoal de João Marto

 Nessa foto temos a Jacinta Marto, filha de João Marto, irmão dos pastorinhos de Fátima, que gentilmente abriu sua casa e seus pertences mais ricos e partilhou essa linda história conosco, sua infância e o que ouvia de seu pai, testemunho vivo da História de Fátima. Temos aí viva a descendência mais próxima dos pastorinhos, cujo o pai quis homenagear com o mesmo nome: Jacinta.

Nota: as duas últimas fotos acima, foram tiradas no mesmo local, ainda preservado.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Nossa Senhora da Nazaré



                   Nazaré - Portugal . Vista panorâmica do Bico do Milagre

 
Nazaré - Portugal - Vista do monte e da praia 

No dia 14 de setembro de 1182, D.Fuas Roupinho, alcaide do castelo de Porto de Mós, caçava com os seus companheiros nas matas do litoral, envoltas em denso nevoeiro, quando avistou um veado que de imediato começou a perseguir. O veado dirigiu-se para o cimo de uma falésia. D.Fuas, no meio do nevoeiro, isolou-se dos outros caçadores. Quando se deu conta de estar no topo de um penhasco, à beira do precipício, em perigo de morte, reconheceu o local. Estava mesmo ao lado de uma gruta onde encontrara e venerara uma imagem da Virgem Maria. Rogou então, em voz alta : Senhora, Valei-me! Milagrosamente o cavalo imobilizou-se, no extremo de um penedo rochoso suspenso sobre o vazio, o Bico do Milagre, evitando assim uma queda que seria certamente fatal. D.Fuas desmontou e em lágrimas desceu à gruta para rezar e agradecer a salvação. De seguida ordenou aos seus companheiros que chamassem pedreiros para construírem, em memória do milagre, uma capela de pedra com cobertura em abóboda, a Capela da Memória. Os pedreiros antes de entulhar a gruta, para sobre ela erguer a capela, demoliram o altar lá existente e descobriram, inesperadamente, um cofre em marfim contendo relíquias de dois Santos e um pergaminho, com história da imagem, que então se denominava Virgem de Nazaré e hoje nomeamos Nossa Senhora de Nazaré.
                                   Pintura no interior da Igreja retratando o milagre

                                     Igreja Nossa Senhora da Nazaré - Portugal


Segundo o velho pergaminho, a imagem foi venerada em Nazaré, na Terra Santa, desde os primórdios do Cristianismo até ao século quinto, época em que o monge grego Ciríaco a levou para o Mosteiro de Cauliniana perto de Mérida, em Espanha. Ali permaneceu, até 711, ano da batalha de Guadalete, na qual as forças Cristãs foram derrotadas por um exército vindo do Norte da África que em poucos anos conquistou quase toda a Península Ibérica.
Quando a notícia da derrota dos Cristãos chegou a Cauliniana, os monges prepararam-se para fugir. Entretanto D.Rodrigo, o rei vencido, conseguira escapar do campo de batalha e disfarçado de mendigo refugiara-se no mosteiro. Porém, quando pediu a um dos monges, Frei Romano, para o ouvir em Confissão, teve de se identificar. O monge propôs-lhe então fugirem para o litoral atlântico e levarem consigo as relíquão Brás e São Bartolomeu e a milagrosa imagem da Virgem de Nazaré, que se venerava no mosteiro.

A 22 de novembro de 711 chegaram ao seu destino e instalaram-se no monte Siano, hoje o monte de São Bartolomeu, perto da vila de Nazaré, em Portugal. Pouco tempo depois separaram-se. O rei ficou, o monge levou consigo a imagem e instalou-se numa gruta situada no topo de uma falésia, sobre a praia do mar, a três quilômetros do monte. A existência de um mosteiro nas imediações, do qual subsiste a Igreja de São Gião, Monumento Nacional, terá sido um fator determinante na escolha desta zona para destino final da fuga.
D.Rodrigo passado um ano decidiu partir mas Frei Romano ficou no seu abrigo, junto à arriba, até à sua morte. A imagem permaneceu no altar onde ele a deixou até ser mudada para a capela construída por D.Fuas Roupinho, em 1182.

                                          Interior da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré

                                                Imagem de Nossa Senhora de Nazaré 

Em 1377, devido à significativa afluência de peregrinos, o Rei D.Fernando mandou construir, perto da capela, uma igreja para a qual foi transferida a imagem. No século dezesseis, o templo medieval começou a ser reconstruído e aumentado, tendo as obras sido prolongadas, por várias empreitadas, até finais dos séculos dezenove. O atual Santuário é resultado destas obras sucessivas que lhe conferiram um caráter peculiar com grande qualidade estética. A sagrada imagem está exposta na capela-mor num nicho integrado no retábulo barroco, ao qual os devotos podem aceder subindo uma escada que parte da sacristia.
Conforme a tradição oral inscrita numa lápide colocada na Capela da Memória, em 1623, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré teria sido esculpida por São José Carpinteiro quando Jesus era bebê. Algumas décadas depois, São Lucas Evangelista teria pintado os rostos e as mãos. Assim sendo poderá ser a mais antiga imagem venerada por Cristãos.