domingo, 24 de março de 2013

A Semana Santa



A Igreja propõe aos cristãos os sagrados mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus, tornado Homem, para no martírio da Cruz e na vitória sobre a morte, oferecer a todos os homens a graça da salvação.

Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos dá início à Semana Santa e lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, aclamado pelos judeus.A Igreja recorda os louvores da multidão cobrindo os caminhos para a passagem de Jesus, com ramos e matos proclamando: “Hosana ao Filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor”. (Lc 19, 38; Mt 21, 9). Com esse gesto, portando ramos durante a procissão, os cristãos de hoje manifestam sua fé em Jesus como Rei e Senhor.

Quinta-feira Santa
Celebramos a Instituição do Sacramento da Eucaristia. Jesus, desejoso de deixar aos homens um sinal da sua presença antes de morrer, instituiu a eucaristia. Na Quinta-feira Santa, destacamos dois grandes acontecimentos:
Bênção dos Santos Óleos
Não se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos. Fora de Roma, esta bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de Aleluia. O motivo de se fixar tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato de ser este último dia em que se celebra a missa antes da Vigília Pascal. São abençoados os seguintes óleos:
Óleo do Crisma - Uma mistura de óleo e bálsamo, significando a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É usado no sacramento da Confirmação (Crisma), quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento para ungir os “escolhidos” que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como “extrema unção”. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.
Instituição da Eucaristia e Cerimônia do Lava-pés
Com a Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde de quinta-feira, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e comemora a Última Ceia, na qual Jesus Cristo, na noite em que vai ser entregue, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores. Nesta missa faz-se, portanto, a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Durante a missa ocorre a cerimônia do Lava-Pés que lembra o gesto de Jesus na Última Ceia, quando lavou os pés dos seus apóstolos.O sermão desta missa é conhecido como sermão do Mandato ou do Novo Mandamento e fala sobre a caridade ensinada e recomendada por Jesus Cristo. No final da Missa, faz-se a chamada Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento ao altar-mor da igreja para uma capela, onde se tem o costume de fazer a adoração do Santíssimo durante toda a noite.

Sexta-feira Santa
Celebra-se a paixão e morte de Jesus Cristo. O silêncio, o jejum e a oração devem marcar este dia que, ao contrário do que muitos pensam, não deve ser vivido em clima de luto, mas de profundo respeito diante da morte do Senhor que, morrendo, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna. Às 15 horas, horário em que Jesus foi morto, é celebrada a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística. Depois deste momento não há mais comunhão eucarística até que seja realizada a celebração da Páscoa, no Sábado Santo.

Sábado Santo
No Sábado Santo ou Sábado de Aleluia, a principal celebração é a “Vigília Pascal”.
Vigília Pascal
Inicia-se na noite do Sábado Santo em memória da noite santa da ressurreição gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a chamada “a mãe de todas as santas vigílias”, porque a Igreja mantém-se de vigília à espera da vitória do Senhor sobre a morte. Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a bênção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a liturgia da Palavra, que é uma série de leituras sobre a história da Salvação; a renovação das promessas do Batismo e, por fim, a liturgia eucarística.

Domingo de Páscoa
A palavra “páscoa” vem do hebreu “Peseach” e significa “passagem”. Era vivamente comemorada pelos judeus do Antigo Testamento. A Páscoa que eles comemoram é a passagem do mar Vermelho, que ocorreu muitos anos antes de Cristo, quando Moisés conduziu o povo hebreu para fora do Egito, onde era escravo. Chegando às margens do Mar Vermelho, os judeus, perseguidos pelos exércitos do faraó teriam de atravessá-lo às pressas. Guiado por Deus, Moisés levantou seu bastão e as ondas se abriram, formando duas paredes de água, que ladeavam um corredor enxuto, por onde o povo passou. Jesus também festejava a Páscoa. Foi o que Ele fez ao cear com seus discípulos. Condenado à morte na cruz e sepultado, ressuscitou três dias após, num domingo, logo depois da Páscoa judaica. A ressurreição de Jesus Cristo é o ponto central e mais importante da fé cristã. Através da sua ressurreição, Jesus prova que a morte não é o fim e que Ele é verdadeiramente o Filho de Deus. O temor dos discípulos em razão da morte de Jesus, na Sexta-Feira, transforma-se em esperança e júbilo. É a partir deste momento que eles adquirem força para continuar anunciando a mensagem do Senhor. São celebradas missas festivas durante todo o domingo.
A data da Páscoa
A fixação das festas móveis decorre do cálculo que estabelece o Domingo da Páscoa de cada ano. A Páscoa deve ser celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia que segue o equinócio da primavera, no Hemisfério Norte (21 de março). Se esse dia ocorrer depois do dia 21 de abril, a Páscoa será celebrada no domingo anterior. Se, porém, a lua cheia acontecer no dia 21 de março, sendo domingo, será celebrada dia 25 de abril. A Páscoa não acontecerá nem antes de 22 de março, nem depois de 25 de abril. Conhecendo-se a data da Páscoa, conheceremos a das outras festas móveis. Domingo de Carnaval - 49 dias antes da Páscoa. Quarta-feira de Cinzas - 46 dias antes da Páscoa. Domingo de Ramos - 7 dias antes da Páscoa. Domingo do Espírito Santo - 49 dias depois.Corpus Christi - 60 dias depois.
Símbolos da Páscoa
Cordeiro: O cordeiro era sacrificado no templo, no primeiro dia da páscoa, como memorial da libertação do Egito, na qual o sangue do cordeiro foi o sinal que livrou os seus primogênitos. Este cordeiro era degolado no templo. Os sacerdotes derramavam seu sangue junto ao altar e a carne era comida na ceia pascal. Aquele cordeiro prefigurava a Cristo, ao qual Paulo chama “nossa páscoa” (1Cor 5, 7).
João Batista, quando está junto ao Rio Jordão em companhia de alguns discípulos e vê Jesus passando, aponta-o em dois dias consecutivos dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jô 1, 29 e 36).Isaías o tinha visto também como cordeiro sacrificado por nossos pecados ( Is 53, 7-12). Também o Apocalipse apresenta Cristo como cordeiro sacrificado, agora vivo e glorioso no céu. ( Ap 5,6.12; 13, 8).

Pão e vinho: Na ceia do Senhor, Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor. Representando o seu corpo e sangue, eles são dados aos seus discípulos para celebrar a vida eterna.
Cruz: A cruz mistifica todo o significado da Páscoa na ressurreição e também no sofrimento de Cristo. No Conselho de Nicéia, em 325 d.C., Constantino decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo. Símbolo da Páscoa, mas símbolo primordial da fé católica.
Círio Pascal: É uma grande vela que é acesa no fogo novo, no Sábado Santo, logo no início da celebração da Vigília Pascal. Assim como o fogo destrói as trevas, a luz que é Jesus Cristo afugenta toda a treva do erro, da morte, do pecado. É o símbolo de Jesus ressuscitado, a luz dos povos. Após a bênção do fogo acende-se, nele, o Círio. Faz-se a inscrição dos algarismos do ano em curso; depois cravam-se cinco grãos de incenso que lembram as cinco chagas de Jesus, e as letras “alfa” e “ômega”, primeira e última letra do alfabeto grego, que significam o princípio e o fim de todas as coisas.

Ir. Ili Alves

Coordenadora diocesana da Catequese da Diocese de Palmas -Francisco Beltrão
 

sexta-feira, 22 de março de 2013

Pobre Bento XVI

A simplicidade e a humildade serão, de fato, características marcantes do pontificado do papa Francisco. Praticamente toda reportagem faz questão de ressaltar esses pontos, que são, realmente, elogiáveis. No entanto, a maior parte dos relatos da imprensa também faz questão de estabelecer um antagonismo entre Francisco e seu antecessor, Bento XVI. Não basta saber que o anel do novo papa é de prata, banhado a ouro; é preciso citar o de Ratzinger, feito de ouro maciço. Elogia-se o papa que mantém a cruz peitoral de ferro dos seus tempos de bispo, ao mesmo tempo em que se lembra que Bento XVI usava cruzes de ouro. A impressão é de que se pretende levar o leitor a pensar “esse, sim, é um bom papa, não é como o anterior”, como se um conclave fosse um concurso de simpatia.
O mote começa a beirar o exagero quando cerimônias como a do início do pontificado são elogiadas por sua “simplicidade” em contraposição às liturgias de Bento XVI. Na verdade, a missa em quase nada foi diferente do que teria sido se o papa anterior a tivesse celebrado. É verdade que o novo pontífice não parece demonstrar o mesmo interesse pela liturgia que tinha Bento XVI, mas é preciso levar em consideração que Ratzinger jamais viu nas vestes litúrgicas um instrumento de ostentação e autopromoção. Sua visão da beleza como elemento apologético está bem documentada em sua obra. E, simplicidade por simplicidade, Bento sempre fez questão de usar adereços litúrgicos – cada um deles carregado de simbologia, ou seja, não se trata de mero enfeite – já usados por outros papas e pertencentes ao Vaticano, com custo zero.
Francisco se sente muito à vontade entre a multidão, mas é até injusto comparar um pontífice com décadas de experiência pastoral com um acadêmico introvertido que fez praticamente toda a sua carreira eclesiástica em universidades e na Cúria Romana. E, mesmo assim, Bento nunca fugiu dos fiéis ou nunca se mostrou avesso ao contato com as pessoas. O “abraço coletivo” que ganhou dos dependentes de drogas na Fazenda Esperança, em Guaratinguetá (SP), é um dos momentos mais tocantes de sua visita ao Brasil, em 2007.
A julgar pelas repetidas menções que faz a seu “amado predecessor”, muito provavelmente o próprio papa Francisco rejeitaria comparações de estilo com a intenção de diminuir Bento XVI ou fazê-lo parecer fútil com suas cruzes douradas e sapatos vermelhos. Mas é difícil imaginar que os elogios ao papa simples e humilde vão continuar quando ele começar a se pronunciar sobre os tais “temas polêmicos” a respeito dos quais a imprensa sempre espera, em vão, por mudanças. Aí se perceberá que Bento XVI e Francisco não são tão diferentes quanto parecem.
http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1355625&tit=Pobre-Bento-XVI

sexta-feira, 15 de março de 2013

Conclave, uma lição para o mundo

Nos seus dois mil anos, a Igreja soube aperfeiçoar o modo de escolher o Papa, considerando a ação da natureza e da graça de Deus nessa hora. Como disse Santo Agostinho: “A graça não age sem a natureza humana; não a anula e nem a dispensa, mas a pressupõe e a enriquece”.
Na eleição do Papa a Igreja aprendeu muito; no início, o povo e o clero de Roma elegiam os Papas nos primeiros séculos; ainda assim houveram problemas, já no ano 217 houve um primeiro antipapa, papa não legítimo, que depois acabou morrendo mártir junto com o Papa Ponciano, na Sicília. Ambos foram canonizados. A Igreja teve cerca de 37 antipapas.
Com o crescimento da Igreja, e a cristianização do Império Romano, a importância do Papa no mundo antigo cresceu; então, todos queriam fazer os papas: as famílias nobres italianas (Médicis, Colonnas, Túsculus, Crescêncios, Spoletos, Segnis, Borgheses, etc), e também os imperadores francos e germânicos. Por isso, os Conclaves que começaram a acontecer a partir do século XII eram muito tumultuados. A disputa era enorme, as crises eram imensas e houve até assassinatos e muitos antipapas.
Mas, a Igreja superou todas essas crises e aprendeu a escolher bem o Papa. Hoje, o Conclave é uma bela lição de como se escolhe bem um governante da Igreja. Que bom seria se nossos governantes políticos fossem escolhidos, não do mesmo modo, mas com a mesma seriedade, lisura, honestidade e simplicidade.
Os eleitores e candidatos básicos do Papa são os cardeais, “Príncipes” da Igreja, homens dotados de grande saber, doutos e preparados. Os cabelos brancos revelam a sua experiência. Foram escolhidos pelos dois últimos papas entre cerca de quatro mil bispos. Isso já garante uma boa escolha qualquer que seja o eleito. Que bom se nossos governantes laicos fossem escolhidos entre pessoas de tão grande gabarito; não haveria tantos desastres eleitorais e governamentais!
Os cardeais se conhecem, se encontram nos Consistórios com o Papa, conhecem os problemas principais da Igreja; e, antes do Conclave analisam com profundidade as dificuldades internas e externas da Igreja para deixar que o Espírito Santo lhes mostre o nome adequado para próximo Papa.
No Conclave prioriza-se a meditação, o retiro, a oração e a invocação persistente do Espírito Santo para que a inteligência dos cardeais seja iluminada com a luz do alto. E o povo católico de todo o mundo se põe de joelhos na mesma intercessão. Que bom se no mundo da politica houvesse isso! Que bom se Deus tivesse a chance de inspirar os candidatos, os eleitores e os eleitos!
Parece que há dois Conclaves simultâneos, um dos cardeais na Capela Sistina, outro, bem diferente e deformado, na mídia. O primeiro é seríssimo. Um cardeal que fizer campanha para outro ser eleito, ou que fizer conchavo para eleger alguém, ou que aceitar receber pedidos de fora, é excomungado da Igreja. Que seriedade! Durante este tempo, o Conclave fica isolado do mundo para não ser influenciado, mas apenas pelos demais cardeais na análise dos problemas atuais da Igreja. Que bom se na política houvesse essa seriedade!
De maneira simples e rápida – normalmente hoje o Conclave não passa de cinco dias – o Papa é eleito; o custo é baixo, o voto é secreto e a votação é simples e segura. Uma lição de simplicidade.
Antes das eleições os cardeais se reúnem para que todos possam falar, expor suas preocupações atuais, etc. Nas reuniões que precederam o atual Conclave, 168 cardeais se inscreveram para falar; o que mostra que os problemas da Igreja foram bem abordados, analisados e pesados. A partir daí cada cardeal, pode então escolher aquele que diante de Deus, pensa ser o mais preparado para ser o Vigário de Cristo na Terra; o “doce Cristo na Terra” (Santa Catarina de Sena). Que bom se no mundo da política fosse assim. Na amizade e na oração, sem deixar de cada um ter o seu papel próprio, o Papa é eleito.
Prof. Felipe Aquino

Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.
Papa Francisco

quarta-feira, 13 de março de 2013

Temos um Pai! Franciscus!


FRANCISCUS
13 de março de 2013

Annuntio vobis gaudium magnum;
habemus Papam:
Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum,
Dominum Georgium Marium
Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Bergoglio
qui sibi nomen imposuit Franciscum


Bênção Apostólica "Urbi et Orbi":
Irmãos e irmãs, boa-noite!
Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.
[Recitação do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai]
E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela!
E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim.
[…]
Agora dar-vos-ei a Bênção, a vós e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade.
[Bênção]
Irmãos e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e até breve! Ver-nos-emos em breve: amanhã quero ir rezar aos pés de Nossa Senhora, para que guarde Roma inteira. Boa noite e bom descanso!
Fonte: vatican.va 

Por isto, rezemos.
Jesus, Nosso Senhor, cobri com a proteção do vosso divino Coração o nosso Santíssimo Padre Papa Francisco e sede sua luz, sua força e seu consolo.
V. Oremos pelo nosso Sumo Pontífice Francisco.
R. O Senhor o conserve, vivifique e beatifique na terra, e não o entregue nas mãos de seus inimigos. Amém.
Padre Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai


segunda-feira, 11 de março de 2013

Bento XVI, o Papa Emérito


É um momento histórico que, mesmo registrado pelas centenas de câmeras dos jornalistas, não pode ser esmiuçado, contado, explicado, apenas meditado.

domingo, 10 de março de 2013

Por mais que o mundo inteiro fale, novo Papa não mudará a doutrina da Igreja


ROMA, 08 Mar. 13 / 12:40 pm (ACI).- Antes da decisão do Colégio Cardinalício de que os cardeais já não falariam com a imprensa o Arcebispo emérito de Salvador (Bahia), afirmou ao Vatican Insider, uma seção do jornal italiano La Stampa, que que  um novo Papa não mudará os pontos essenciais da doutrina da Igreja com tal de “modernizá-la”, como reclamam certos meios de comunicação e críticos da Igreja Católica.

Ante uma certa expectativa dos meios de que um novo papa “modernizaria” a Igreja modificando alguns dos seus ensinamentos em relação à sexualidade, defesa e da vida e moral, entre outros, o purpurado brasileiro defende que “o Papa deve ser fiel ao Evangelho. Ele não pode dizer: de agora em diante mudamos o que está no evangelho de Jesus Cristo. Por exemplo em matéria de aborto, as coisas não mudarão. Por mais que o mundo inteiro fale, não ocorrerá”.  “Não serão permitidas novas uniões sacramentais depois do divórcio. Não se trata de conservadorismo. Nossa posição são os mandamentos da lei de Deus, com eles damos uma resposta ao mundo de hoje. É importante que o Papa se faça presente para chamar a atenção, seja da Igreja ou entre os homens de boa vontade, para oferecer uma reflexão sobre diversos assuntos. Deve ser um pontífice que esteja atento, para suscitar um debate na própria humanidade”, destacou.


O Cardeal assinalou também que “Bento XVI não foi um “Papa de transição”. 

“Em sua eleição havia, entre todos os cardeais, uma pessoa com um maior tempo de exercício em uma das congregações mais importantes do Vaticano como a Doutrina da Fé. Isso fez que ele conhecesse bem a Igreja, sua vida, suas dificuldades e também as alegrias. Isso instintivamente perceberam os cardeais eleitores e portanto a eleição caiu sobre ele. Para mim, agora não temos algum que sobressaia. Existem personagens de vários segmentos da Igreja no mundo e que têm características que chamam a atenção. Estão todos mais ou menos nivelados”, afirmou o Cardeal Majella. 
Falando sobre o perfil do novo Papa o cardeal brasileiro afirmou que “é importante que ele seja um grande pastor para todos e também para falar com os homens de boa vontade”.

Segundo Dom Geraldo, a procedência geográfica pesará minimamente na eleição do Pontífice. 

“Não se diz: agora precisamos um Papa que venha da África ou da Ásia ou de outra parte do mundo. Isso não ocorrerá. Tampouco se formarão blocos de cardeais por país que votarão por alguém em específico.

"Não tenhais medo"







Tenho a impressão de sentir a sua mão forte que estreita a minha; parece que vejo os seus olhos sorridentes e que ouço as suas palavras, dirigidas neste momento particularmente a mim: "Não tenhas medo!".

Bento XVI

sexta-feira, 8 de março de 2013

Cada cardeal é filho de uma história pessoal

De onde eles vêm?
Esta pergunta, além do aspecto geográfico, que também detalharemos, tem outras duas perspectivas: quem os nomeou e qual é o seu tipo de presbiterado (ou seja, se eles são diocesanos ou religiosos).
Os cardeais criados pelo beato João Paulo II são 49; os que receberam o título das mãos do papa emérito Bento XVI são 67.
Qual é a influência desta casuística na tendência ao voto? Pode haver algum tipo de influxo relacionado com a antiguidade no colégio cardinalício, que torna alguns cardeais mais conhecidos do que outros; é natural que dos cardeais mais recentes se saiba menos, com destaque para algum fato ou posição na cúria que lhes tenha dado mais exposição pública.
Não é casual, portanto, o que o cardeal arcebispo de Nova Iorque, Timothy Dolan, tenha declarado a um jornal italiano que aproveitará os dias de conversas em Roma para conhecer melhor os seus irmãos, “alguns dos quais só conheço pelos livros que escreveram”.
Cada cardeal é filho de uma história pessoal, marcada principalmente pelo tipo de vida que abraçou desde jovem. Dito em outras palavras, alguns têm origem no clero secular, ou seja, são diocesanos, enquanto outros se formaram sob a tutela de uma família religiosa que deixou neles traços característicos.
Um religioso recebe a formação própria do carisma da sua ordem ou congregação, com uma visão universal. Pode ser que ele tenha sentido um chamado particular a um estilo de vida mais focado na docência, como educador; pode ser, ainda, que o seu impulso vocacional tenha se voltado às missões ou à juventude, e até mesmo ao maior crescimento intelectual, para mencionar apenas alguns exemplos.
No caso dos diocesanos, eles em geral desenvolveram sua formação e posterior ministério na vida paroquial, impregnados de uma espiritualidade diocesana e em estreita colaboração com seus bispos. Salvo experiências pontuais de missão ou de estudos, eles não costumam ser enviados para fora da sua diocese e menos ainda do seu país.
As estatísticas do próximo conclave, neste aspecto, nos apresentam 97 cardeais cuja origem é o clero diocesano, enquanto 18 provêm da vida religiosa.
Sobre estes, um é jesuíta, três são franciscanos menores e um é franciscano capuchinho. Participam também quatro salesianos, dois dominicanos, um redentorista, um lazariano e um sulpiciano. Há também um cardeal de cada uma das seguintes famílias religiosas: Schoenstatt, escalabrinianos, Oblatos de Maria Imaculada e Ordem Maronita da Santíssima Virgem Maria.
Também é cardeal eleitor um membro da prelatura pessoal do Opus Dei, que parece ter sido incluído nas estatísticas oficiais como parte dos provenientes do clero secular.


vimos que o papa emérito Bento XVI criou 90 cardeais em cinco consistórios, dos quais 84 ainda vivem. Dentre estes, 67 purpurados têm direito ao voto.
O beato João Paulo II tinha convocado nove consistórios entre os anos de 1983 e 2003, para conceder a dignidade cardinalícia a 231 prelados, entre eles um não-bispo, o presbítero e teólogo suíço Hans Urs von Balthasar, que, porém, não pôde receber a nomeação porque faleceu dois dias antes do consistório. Do grupo do papa Wojtyla, ainda vivem 123 cardeais, mas só 48 poderão votar.
Dos criados pelo papa Paulo VI, dois ainda vivem, mas não são eleitores. Trata-se do brasileiro dom Paulo Evaristo Arns, OFM, e do norte-americano dom William W. Baum.
In pectore
O papa polonês também criou quatro cardeais in pectore, ou seja, “em segredo”. Um deles foi o cardeal chinês Ignatius Gong Pin-mei, bispo de Xangai, falecido em março de 2000. Sua dignidade foi conhecida apenas no consistório de 1991, apesar de ter sido criado cardeal em 1979.
O papa Wojtyla também criou como cardeal in pectore o arcebispo polonês nacionalizado ucraniano dom Marian Jaworski, bispo emérito de Leópolis da Ucrânia. O prelado teve um braço amputado por uma bomba detonada perto de seu carro nos anos sessenta, durante o regime soviético. Nomeado cardeal em 1998, só foi revelado como tal no consistório de 2001, com o título presbiteral de São Sisto.
De igual modo, foi mantida in pectore a criação do cardeal Janis Pujats, arcebispo emérito de Riga, na Letônia, e ex-presidente da conferência episcopal do país. Por ser uma vítima sobrevivente do regime soviético, na época em que o país ainda fazia parte da URSS, sua nomeação não foi divulgada até o consistório de 2001.
Durante o último consistório de 2003, João Paulo II criou mais um cardeal in pectore, cujo nome ele não quis publicar antes de morrer. Existe, assim, um cardeal que ainda não pode ser oficializado, cujo nome, em todo o seu pontificado, Bento XVI tampouco revelou.
Os octogenários
Os cardeais que já têm oitenta anos completos não podem participar do conclave como eleitores. Entretanto, com o direito que cabe a todo batizado homem, qualquer um deles poderia ser eleito como o sucessor de Pedro, razão pela qual todos devem acompanhar o evento com atenção…
Os cardeais maiores de oitenta anos que se sentirem aptos podem responder ao pedido da constituição apostólica Universi Dominici Grecissobre a sé vacante, que lhes recomenda, em seu número 85, unir-se aos fiéis em oração, seja nas basílicas patriarcais de Roma, seja em cada Igreja particular.
Nesta panorâmica, uma vez terminadas as congregações gerais que estão acontecendo nestes dias e nas quais alguns octogenários estão participando com ideias e reflexões, boa parte deles poderá ficar na Urbe para rezar e esperar o anúncio do novo papa.
Os cardeais da Ásia, da África e da Oceania
Depois de encerradas as congregações preparatórias, que, entre outras tarefas, elegem os cardeais que desempenharão funções específicas durante o conclave, além de estabelecer a sua data de início, o número de cardeais habilitados para votar se prepara para a “clausura”, tanto na Casa Santa Marta, onde eles ficam hospedados dentro dos muros vaticanos, quanto na Capela Sistina, onde terão que se reunir até ser eleito o novo papa.
Os eleitores da Ásia são dez, sendo a metade da Índia. Os outros cinco são um de cada país seguinte: Filipinas, China, Líbano, Vietnã e Sri Lanka.
Da África, participarão 11, sendo 2 da Nigéria e 1 de cada país seguinte: Gana, Tanzânia, África do Sul, Sudão, Senegal, Quênia, Egito, Guiné e República Democrática do Congo.
Da Oceania participa um único cardeal, vindo da Austrália.
Os cardeais da Europa e da América
95 cardeais se distribuem entre a Europa (60), a América do Norte excetuado o México (14) e a América Latina (19).
No grupo europeu, a maior quantidade é de italianos: 28. A seguir, vêm os 6 alemães, os 5 espanhóis, os 4 franceses, os 4 poloneses e os 2 portugueses. Finalmente, 1 por cada país seguinte: Irlanda, Hungria, Suíça, República Tcheca, Bélgica, Países Baixos, Áustria, Bósnia-Herzegovina, Lituânia, Croácia e Eslovênia.
Da América do Norte, vêm 11 dos Estados Unidos e 3 do Canadá.
Tomarão assento na Capela Sistina também os 5 cardeais eleitores do Brasil, os 3 do México e os 2 da Argentina. Colômbia, Chile, Peru, Venezuela, Honduras, República Dominicana, Cuba, Bolívia e Equador têm 1 cardeal cada.
No próximo e último artigo desta série, explicaremos a composição do conclave de acordo com o lugar onde os cardeais desenvolvem o seu ministério pastoral. Faremos ainda uma rápida análise dos grupos etários, para comparar as possibilidades que alguns deles têm de comandar durante um longo período a barca de Pedro.
Ficamos, por agora, com a frase publicada pelo jornal italiano Avvenire, citando o prefeito emérito da Sagrada Congregação para as Causas dos Santos, o cardeal português José Saraiva Martins: “A Igreja não tem cores, não é branca, nem negra, nem amarela. Nem africana, nem europeia, nem asiática. O papa pode ser de qualquer cor”.

Fonte: Zenit.com

quinta-feira, 7 de março de 2013

Santuário de Fátima fixa a data da evocação das aparições e da mensagem do Anjo

A partir deste ano, o Santuário de Fátima fixa a data de 21 de março para evocação das aparições do Anjo da Guarda aos videntes, Lúcia, Francisco e Jacinta.
Não tendo a Irmã Lúcia nos seus escritos, nem os interrogatórios oficiais realizados aos videntes e aos seus familiares indicado em concreto os dias das três aparições ocorridas em 1916, o Santuário de Fátima decidiu passar a evocar estas aparições numa data que se aproximará da data da primeira aparição.
Foi escolhido 21 março, dia do equinócio da primavera; passará portanto a ser esta data a celebrativa destas aparições.
Este ano o programa será o seguinte:
21:30 - ROSÁRIO E PROCISSÃO aos locais das aparições do Anjo, com início na Capelinha das Aparições.
O anúncio da intenção de realização desta evocação anual das aparições do Anjo foi feito recentemente pelo Reitor do Santuário de Fátima, no XXXII Encontro de Guias-Intérpretes, realizado a 14 e 15 de fevereiro, no qual participaram mais de 50 pessoas, entre guias-intérpretes e funcionários dos serviços de acolhimento aos peregrinos do Santuário.
“O Santuário de Fátima celebra com solenidade e com grande visibilidade as aparições de Nossa Senhora, nunca tivemos a tradição de celebrar as aparições do Anjo. Queremos agora persistir para que também estas aparições se tornem um momento significativo no nosso calendário”, afirmou o Padre Carlos Cabecinhas recordando no entanto o grande destaque que lhes foi dado no ano pastoral de 2010-2011, em que todas as celebrações e iniciativas estiveram centradas na mensagem destas aparições.
O Reitor destacou igualmente que o programa proposto para a vigília de oração do próximo dia 21 terá necessariamente de ser preparado a pensar também nos peregrinos de outros idiomas que eventualmente estejam em Fátima e que pretendam participar.
Recorde-se que, na tentativa de esclarecer melhor as datas destas aparições, a Irmã Lúcia, nas suas memórias (Memórias da Irmã Lúcia I), escreve: “Parece-me no entanto que deveu ser na Primavera de 1916 que o Anjo nos apareceu, pela primeira vez, na Loca do Cabeço (…); a segunda deveu ser no pino do Verão, nesses dias de maior calor (…); a terceira aparição parece-me que deveu ser em Outubro ou fins de Setembro, porque já não íamos passar as horas da sesta a casa”.
O padre Luciano Cristino, diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima, na publicação “Santíssima Trindade, adoro-Vos profundamente”, recorda que “a identificação mais completa dos sítios (das aparições do Anjo) só foi possível na visita que a própria Irmã Lúcia fez, a 21 de Maio de 1946, à Cova da Iria, Cabeço, Valinhos, Aljustrel e Fátima”.
(Fonte: boletim informativo do Santuário de Fátima)

segunda-feira, 4 de março de 2013

Bella


                                                       "Obrigada por salvar a minha vida"
Um filme emocionante sobre o valor da vida
Vencedor do Festival de Filmes de Toronto/Canadá
Márcio e Jerusa - " Nas Missões de Páscoa um dos momentos mais marcantes em que muitos são tocados é na exibição do filme a Paixão de Cristo, na sexta feira Santa. No Movimento Regnum Christi, como meio de formação para a família são feitos cine-fóruns, os quais consistem em um encontro para assistir um filme, porém comentado por alguém que tenha estudado sobre este e sua mensagem. Nós também iniciamos a alguns anos uma coleção de filmes sobre a vida dos santos.  Sempre temos filmes para presentear às pessoas como forma de conquistá-las para Cristo. Também como meio de educar nossos filhos, que amam assistir este filmes e passaram a se identificar com a história dos santos.
Há mais de cinco anos leciono junto a um projeto de preparação de adolescentes em situação de risco para o mercado de trabalho e foi ali que usei como ferramenta de ensino o filme "Bella" (www.filmebella.com), do ator e produtor Eduardo Verastequi, e pude perceber aterrorizada, que a realidade do aborto circulava na vida daqueles jovens, sendo que todos conheciam alguém que já havia recorrido a esse crime. O filme "Bella" tocou esses jovens e proporcionou uma resposta a essa realidade da gravidez não planejada. Ele mostra que não basta fazer de conta que não existe nada, que "o problema" pode ser eliminado.... O filme "Bella" faz um contraponto entre duas realidades a dor da perda de uma filha, de mãe solteira, que teve a chance de nascer e a dor de uma mãe decidida em matar o filho sem lhe dar o direito a vida. Percebi que meus alunos passaram de favoráveis ao aborto a defensores da vida, o filme marcou suas vidas para sempre. Mesmo sem ser um filme explicitamente católico consegue passar uma mensagem cheia de valores cristãos, isso pode ser uma vantagem pois assim derruba-se as barreiras anticristãs existentes em alguns indivíduos. O filme mostra que ser contra o aborto não é uma postura exclusiva dos católicos, mas sim uma atitude cheia de amor a vida que se espera de todas as pessoas minimamente sensíveis independente da religião."
Nota: Marcio é membro do Regnum Christi, zelador do Apostolado da Oração junto a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes em Caxias do Sul, casado com Jerusa com quem tem 4 filhos (Chiara 10, Tobias 6, Maria Cecilia 2 e Antonio 3 meses ) Formado em engenharia elétrica pela UFRGS e mestre em instrumentação eletro-eletrônica, foi professor universitário por 8 anos e hoje é proprietário da empresa Comlink Equipamentos Eletrônicos. Jerusa é esposa de Márcio e também membro do Regnum Christi, Zeladora do Apostolado da Oração, advogada e professora de educação financeira e direito do consumidor.
Fonte: zenit.com

Bella é um filme dirigido por Alejandro Gomez Monteverde estrelado pelo ator mexicano Eduardo Verastegui e Tammy Blanchard. Lançado em 2007. 91 min.

domingo, 3 de março de 2013

Silêncio

Não tenhamos medo de criar o silêncio fora e dentro de nós, se quisermos ser capazes não só de ouvir a voz de Deus, mas também a voz de quem está ao nosso lado, a voz dos outros.
Bento XVI

sábado, 2 de março de 2013

Um Pontífice revolucionário

Desde a sua eleição, Bento XVI foi retratado como um severo guardião da ortodoxia, um ancião rígido, conservador da estrutura. Na realidade, em seus oito anos de pontificado, ele realizou uma obra de renovação, reforma e refundação da Igreja que chega a ser revolucionária.
Ratzinger ainda não era papa quando, na meditação da nona estação da via crúcis de 2005, disse: "O que pode nos dizer a terceira queda de Jesus sob o peso da cruz? Talvez ela nos faça pensar na queda do homem em geral, no afastamento de muitos de Cristo, na deriva, à mercê de um secularismo sem Deus".
Não era uma reflexão fora do tempo. Ele salientou: "Não devemos pensar, também, no quanto Cristo tem que sofrer dentro da sua própria Igreja?".

"Quantas vezes se abusa do Santíssimo Sacramento da sua presença! Em que vazio de corações ele tem que entrar tantas vezes! Quantas vezes celebramos apenas nós próprios, sem perceber a presença dele! Quantas vezes sua Palavra é distorcida e mal empregada!".
"Que pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja, inclusive entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a ele! Quanto orgulho, quanta autossuficiência! Que pouco respeito nós temos pelo sacramento da reconciliação, onde ele nos espera para nos levantar sempre que caímos!".
"Tudo isto está presente na sua paixão. A traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue, isto é certamente o maior sofrimento do Redentor, aquele que lhe atravessa o coração! Não nos resta mais que clamar, do fundo do coração: Kyrie eleison - Senhor, salvai-nos! (cf. Mt 8,25)".
A coragem e a força destas palavras convenceram os cardeais e o Espírito Santo a tal ponto que o cardeal Joseph Ratzinger foi eleito papa com o nome de Bento XVI.
Ele rejeitou imediatamente a tentação de um pontificado de transição, que servisse apenas para evitar o naufrágio da barca de Pedro nas dificuldades externas e internas que cresciam.

Apesar da fragilidade de saúde e do peso dos anos, ele aceitou com alegria e fé o desafio de renovar a igreja, empurrando-a para a nova evangelização.
Ele sabia das dificuldades. Quando se apresentou na janela da basílica de São Pedro, se disse "um humilde trabalhador na vinha do Senhor".
Poucos compreenderam. O primeiro trabalho que se faz na vinha é a poda. Como disse o núncio no Quirguistão e Tajiquistão, dom Miguel Maury Buendía em entrevista à EWTN Notícias, Bento XVI "tem feito uma limpeza do episcopado. Ele tem removido dois ou três bispos por mês em todo o mundo, porque as dioceses deles eram uma bagunça, ou a disciplina deles era um desastre".
"Os núncios locais iam até o bispo e diziam: ‘O Santo Padre pede, pelo bem da Igreja, que o senhor renuncie’. Quase todos os bispos, quando o núncio chegava, reconheciam o desastre e concordavam em renunciar. Houve dois ou três casos em que eles disseram que não; o papa, então, simplesmente os removeu. E esta é uma mensagem para os bispos: façam o mesmo na sua diocese".
É difícil essa tarefa da limpeza. Na homilia da sua primeira missa como papa, Bento XVI pediu aos fiéis: "Não me deixem só, rezem por mim, para que eu não fuja, com medo, diante dos lobos".
Estas palavras fortes nos voltaram à mente quando soubemos que o mordomo do papa fotocopiava e roubava a correspondência privada do pontífice, passando-a para pessoas que usavam as informações para criar escândalo, divisões e medos.
Mas seria enganoso pensar no pontificado de Bento XVI como mero trabalho de limpeza da Igreja, ainda que heróico.
Juntamente com a poda da árvore milenar da Igreja, Bento XVI cuidou e regou as raízes e fez crescer os ramos e os brotos. Ele nos deliciou com suas catequeses semanais e com seus livros e discursos. Falou com coragem e sabedoria para os governos do mundo; tentou consertar os cismas com as várias denominações cristãs, oferecendo soluções iluminadoras; apoiou os leigos e os movimentos eclesiais, incentivou o clero e os religiosos, suscitou vocações; foi incansável em recomendar a prática da confissão e da eucaristia; empurrou toda a Igreja a se aprofundar no ano da fé, a fim de encontrar o entusiasmo para a nova evangelização.
Ciente da gravidade do momento histórico e da importância da Igreja católica para o mundo, Bento XVI se confiou à misericórdia divina, assumindo o papel de papa emérito e abrindo espaço para um conclave que elegerá um novo papa.
Agradecemos a Deus por tudo o que o nosso amado papa Bento XVI fez pela Igreja e pela humanidade, e esperamos confiadamente pela chegada do novo pontífice.

Fonte: Zenit.com

sexta-feira, 1 de março de 2013

Oremos pela Sede Vacante

“A transformação da humanidade está na frágil, branca, Hóstia Consagrada, Sacramento da Presença de JESUS no mundo.” Bento XVI


Acompanhamos em Adoração ao Santíssimo Sacramento as últimas horas do Pontificado de Bento XVI e as primeiras horas do período de Sede Vacante.

“Vigiai e Orai” a renúncia do Papa acontece no momento em que recordamos “Jesus no horto das Oliveiras”. (Quinta-Feira à noite)

Recomendamos a todos nesse período de Sede Vacante que oremos pela nossa Santa Igreja. Vigiai e Orai pelo Papa e pela Igreja - uma vigília que comece às 15:00h (Hora da Divina Misericórdia) no Brasil. E/ou a noite “vigiando e orando” (cf Mt 26, 36-46) a partir das 21hs até 00:00h na Passio Domini ( saiba mais no nosso tópico sobre a Passio Domini)

Recomenda-se vivamente uma sadia preparação para a Vigília com a Confissão, Santa Missa e Sagrada Comunhão!

O Papa Bento nos pediu: 

"Continuem a recordar-se de mim diante de Deus."

Os que não podem estar diante do Santíssimo exposto ou no Sacrário, coloque-se em oração na sua própria casa!