Na eleição do Papa a Igreja aprendeu muito; no início, o povo e o clero de Roma elegiam os Papas nos primeiros séculos; ainda assim houveram problemas, já no ano 217 houve um primeiro antipapa, papa não legítimo, que depois acabou morrendo mártir junto com o Papa Ponciano, na Sicília. Ambos foram canonizados. A Igreja teve cerca de 37 antipapas.
Com o crescimento da Igreja, e a cristianização do Império Romano, a importância do Papa no mundo antigo cresceu; então, todos queriam fazer os papas: as famílias nobres italianas (Médicis, Colonnas, Túsculus, Crescêncios, Spoletos, Segnis, Borgheses, etc), e também os imperadores francos e germânicos. Por isso, os Conclaves que começaram a acontecer a partir do século XII eram muito tumultuados. A disputa era enorme, as crises eram imensas e houve até assassinatos e muitos antipapas.
Mas, a Igreja superou todas essas crises e aprendeu a escolher bem o Papa. Hoje, o Conclave é uma bela lição de como se escolhe bem um governante da Igreja. Que bom seria se nossos governantes políticos fossem escolhidos, não do mesmo modo, mas com a mesma seriedade, lisura, honestidade e simplicidade.
Os eleitores e candidatos básicos do Papa são os cardeais, “Príncipes” da Igreja, homens dotados de grande saber, doutos e preparados. Os cabelos brancos revelam a sua experiência. Foram escolhidos pelos dois últimos papas entre cerca de quatro mil bispos. Isso já garante uma boa escolha qualquer que seja o eleito. Que bom se nossos governantes laicos fossem escolhidos entre pessoas de tão grande gabarito; não haveria tantos desastres eleitorais e governamentais!
Os cardeais se conhecem, se encontram nos Consistórios com o Papa, conhecem os problemas principais da Igreja; e, antes do Conclave analisam com profundidade as dificuldades internas e externas da Igreja para deixar que o Espírito Santo lhes mostre o nome adequado para próximo Papa.
No Conclave prioriza-se a meditação, o retiro, a oração e a invocação persistente do Espírito Santo para que a inteligência dos cardeais seja iluminada com a luz do alto. E o povo católico de todo o mundo se põe de joelhos na mesma intercessão. Que bom se no mundo da politica houvesse isso! Que bom se Deus tivesse a chance de inspirar os candidatos, os eleitores e os eleitos!
Parece que há dois Conclaves simultâneos, um dos cardeais na Capela Sistina, outro, bem diferente e deformado, na mídia. O primeiro é seríssimo. Um cardeal que fizer campanha para outro ser eleito, ou que fizer conchavo para eleger alguém, ou que aceitar receber pedidos de fora, é excomungado da Igreja. Que seriedade! Durante este tempo, o Conclave fica isolado do mundo para não ser influenciado, mas apenas pelos demais cardeais na análise dos problemas atuais da Igreja. Que bom se na política houvesse essa seriedade!
De maneira simples e rápida – normalmente hoje o Conclave não passa de cinco dias – o Papa é eleito; o custo é baixo, o voto é secreto e a votação é simples e segura. Uma lição de simplicidade.
Antes das eleições os cardeais se reúnem para que todos possam falar, expor suas preocupações atuais, etc. Nas reuniões que precederam o atual Conclave, 168 cardeais se inscreveram para falar; o que mostra que os problemas da Igreja foram bem abordados, analisados e pesados. A partir daí cada cardeal, pode então escolher aquele que diante de Deus, pensa ser o mais preparado para ser o Vigário de Cristo na Terra; o “doce Cristo na Terra” (Santa Catarina de Sena). Que bom se no mundo da política fosse assim. Na amizade e na oração, sem deixar de cada um ter o seu papel próprio, o Papa é eleito.
Prof. Felipe Aquino
Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.
Papa Francisco
Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.
Papa Francisco
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