sábado, 31 de dezembro de 2011

Supertições de Ano Novo

Quanto mais cresce o neo-paganismo de nossos dias, mas cresce também o esoterismo, o ocultismo, as superstições, etc. Foi assim no tempo do paganismo pré-cristão em Roma, Grécia, Egito, Babilônia, Éfeso, etc., e hoje se repete em novas metrópoles modernas.
Quando o homem não encontra o Deus verdadeiro, e não se entrega a Ele, então, fabrica o seu deus, à sua pequena imagem e semelhança; semelhante á pedra, ao cristal, à magia, etc.
Este deus é um deus “que lhe obedece” mediante algumas práticas rituais um tanto secretas, misteriosas e mágicas. Ele busca neste deus com pés de barro, o conhecimento do futuro ou as revelações do presente, de modo a ser feliz durante o Ano que surge.
Sobretudo na festa de Ano Novo os espíritos esotéricos se exaltam em busca das melhores condições para serem agraciados por seus deuses e pelos poderes ocultos do além. Para uns é a exigência de começar o Ano com o pé direito; para outro é estar de roupa branca, mesmo as mais íntimas, ainda que alma não esteja tão clara; para outro é pular as ondinhas do mar… e a pobre miséria humana multiplica as fantasias e suas falsidades.
O homem tem sede de Deus! Ou ele adora e serve ao Deus verdadeiro, “Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis”, como diz o Credo, ou passa a adorar e a servir a deuses falsos, mesmo que conscien­temente não se dê conta disso. E assim as seitas se multiplicam a cada dia.
Outros ainda, mais desorientados, correm atrás de horóscopos, de zodíacos, de mapas astrais, de cartomantes, de necromantes, de búzios, de umbanda, de macumba e de todos os tipos de ocultismos, ten­tando encontrar uma forma de satisfazer as suas necessidades.
Nas grandes e pequenas livrarias, proliferam todos esses tipos de livros, muito bem explorados por alguns escritores e editoras. Lamentavelmente, muitos cristãos (e até católicos!), por ignorância religiosa na sua maioria, acabam também seguindo esses caminhos tortuosos e perigosos para a própria vida espiritual.
A doutrina cristã sempre condenou todas essas práticas re­ligiosas. Já no Antigo Testamento, Deus proibiu todos os cultos idolátricos, supersticiosos e ocultos. O livro do Deuteronômio relata a Lei de Deus dada ao povo: “Que em teu meio não se encontre alguém que se dê à adivinhação, à astrologia, ao agou­ro, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo ou à evocação dos mortos, porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas” (Dt 18,10-12).
É interes­sante que, logo em seguida, disse Deus ao povo: “Serás inteira­mente do Senhor; teu Deus” (Dt 18,13).
No livro do Levítico tam­bém encontramos: “Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19,31) e: “Não praticareis a adivinha­ção nem a magia” (Lv 19,26b).
A busca dessas práticas ocultistas revela grande falta de fé e confiança em Deus, já que a pessoa está buscando poder ou conhecimento do futuro, fora de Deus e contra a Sua vontade.
Ao cristão é permitido buscar unicamente em Deus, pela oração, todo consolo, auxílio e força de que necessita – e em nenhum outro meio ou lugar. São Paulo disse: “Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças” (Fl 4,6). E São Paulo advertiu severamente as comunidades cristãs de que fugissem da idolatria (cf. I Cor 10,14) e mais:
“As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios”
Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocara ira do Senhor?” (1 Cor 10,20-22)
Muitos católicos, por ignorância, quando não conseguem por suas orações as graças e favores que pedem a Deus, especialmente nos momentos difíceis da vida, perigosamente vão atrás dessas práticas supersticiosas proibidas pela fé católica, arriscando-­se, como disse São Paulo, a prestar culto ao demônio sem o saberem, magoando a Deus (cf. 1 Cor 10,20-22).

Quando Deus não atende um pedido nosso, Ele sabe a razão; e, se temos fé e confiança nEle, não vamos atrás de coi­sas proibidas. Toda busca de poder, de realização, de conheci­mento do futuro, etc., fora de Deus, sem que Ele nos tenha dado, é grave ofensa ao Senhor por revelar desconfiança nEle.
O Ano que começa é um grande presente de Deus para cada um de nós; e deve ser colocado inteiramente em Suas mãos para que Ele cuide de cada dia e de nós. Nada alegra tanto a Deus do que vivermos na fé.

Professor Felipe Aquino

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Jesus, Maria e José

A vida oculta de Jesus
edificante é relembrar;
dizer em verso a vida pobre
de Nazaré, humilde lar.

Na arte humilde de José,
jovem Jesus já se inicia
e ao trabalho do operário
de boa mente se associa.

Junto do filho está a mãe,
junto ao esposo a santa esposa.
Lá se compensam os cansaços
por amizade afetuosa.

Vós, ó Senhor, que conheceis
bem o trabalho e o suor
dai vossa ajuda aos que trabalham
ouvi dos fracos o clamor.

A vós, Jesus, que pelo exemplo
a vida santa nos mostrais,
glória com o Pai e o Espírito
com Quem nos séculos reinais.

O Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, chamou a família de "Santuário da vida" (CF, 11). Santuário quer dizer "lugar sagrado". É ali que a vida humana surge como que de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família: guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida. O Concílio Vaticano II já a tinha chamado de "a Igreja doméstica" (LG, 11) na qual Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; nele também foi ensinado que: "A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar" (GS, 47)
Maria é a mulher submissa a Deus e a José, inteiramente a serviço do Reino de Deus: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra" (Lc 1,38). A vontade dela é a vontade de Deus; o plano dela é o plano de Deus. Viveu toda a sua vida dedicada ao Menino Deus, depois ao Filho, Redentor dos homens, e, por fim, ao serviço da Igreja, a qual o Redentor instituiu para levar a salvação a todos os homens.

José era o pai e esposo fiel e trabalhador, homem "justo" (Mt 1, 19), homem santo, pronto a ouvir a voz de Deus e cumpri-la sem demora. Foi o defensor do Menino e da Mãe, os tesouros maiores de Deus na Terra. Com o trabalho humilde de carpinteiro deu sustento à Família de Deus, deixando-nos a lição fundamental da importância do trabalho, qualquer que seja este. Em vez de escolher um pai letrado e erudito para Jesus, Deus escolheu um pai pobre, humilde, santo e trabalhador braçal. José foi o homem puro, que soube respeitar o voto perpétuo de virgindade de sua esposa, segundo os desígnios misteriosos de Deus.

A Família de Nazaré sempre foi e sempre será o modelo para todas as famílias cristãs. Acima de tudo, vemos uma família que vive por Deus e para Deus; o seu projeto é fazer a vontade de Deus. A Sagrada Família é a escola das virtudes por meio da qual toda pessoa deve aprender e viver desde o lar.

Sagrada Família, Rogai por nós!!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Sei em quem acreditei"

                    “Sei em quem pus minha confiança.” (2Tm 2, 12)



Pouco antes de morrer, encarcerado em Roma o Apóstolo São Paulo escreveu sua última carta, a 2Tm. Nela ele recorda que é anunciador da mensagem salvadora: “Cristo Jesus destruiu a morte, fez brilhar a vida e a imortalidade” (2, 10).
Por causa deste ministério ele sofreu muito como mostra em 2Cor 11, 23-29. Para seguir o Cristo, Paulo deixou todos os seus títulos de genuíno fariseu (Fl 3, 4-11) e enfrentou os desafios da pregação do Evangelho “loucura e escândalo” (1Cor 1, 23). Foi, por isto, acusado de subversivo contra César (cf. At 17, 7), nocivo à indústria dos ourives (cf. At 19, 23-40), prejudicial ao comércio dos adivinhos (cf. At 16, 16-19), traidor da Lei de Moisés (cf. At 18, 12-17). Suportou tudo por a amor a Jesus. Nunca se arrependeu de ter confiado no Cristo. Com alegria escreveu:
“Eis por que sofro estas coisas. Todavia… sei em quem pus a minha confiança, e estou certo de que Ele é capaz de guardar o meu depósito até aquele Dia” (2Tm 1, 12).
“Sei em quem acreditei (pepísteuka)”. Este verbo em grego indica algo de estável e imutável. Ele sabia que se entregou a sua vida não a um mero homem, nem a uma facção poderosa, mas a Jesus Cristo, Filho de Deus. Sabia que não seria decepcionado, mas, ao contrário, o seu depósito lhe seria guardado e entregue naquele Dia, no Dia do Juízo Final. Depósito, parathéke em grego, era um valor entregue aos cuidados de uma pessoa de confiança, e que deveria ser devolvido ao depositante, por um contrato baseado na rei romana.

Paulo termina a sua vida dizendo:
“Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo Juiz, naquele Dia” (2Tm 4, 7s).
Essas palavras do Apóstolo e a sua atitude, devem ser modelo de vida para nós cristãos. Quem abraça o Evangelho, deposita nas mãos de Jesus Cristo toda a sua vida; não pertence mais a si, mas é selado como propriedade dele (cf. 2Cor 1, 22; Ef 1, 13s). Esta decisão pode parecer arriscada, mas é sumamente sábia. O cristão pode e deve dizer: “Sei em quem pus a minha confiança…!”
Santo Agostinho procurou durante decênios a felicidade, e só a encontrou em Jesus Cristo; e depois exclamou: “Tarde eu te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde eu Te amei. Mas como? Tu estavas dentro de mim, e eu estava fora de mim… Tu estavas comigo, e eu não estava contigo. Retinham-nos longe de Ti as criaturas, que não existiriam se não existissem em Ti… Tu me chamaste, e teu clamor venceu a minha surdez. Tu exalaste o teu perfume, eu respirei, e eis que por Ti suspiro. Provei-Te, e tenho fome de Ti. Tu me tocaste e eu ardo de amor por causa da paz que Tu me deste” (Confissões, I.X, c. 27). O homem foi criado por Deus para o Infinito; e só Deus pode satisfazê-lo plenamente. Muitos, como Agostinho, procuram o Infinito, mas erradamente em bagatelas e ídolos. São enganados pelos falsos valores da vida de tal modo que se assemelham ao viajante que em sua caminhada, é seduzido pelas flores e borboletas da estrada, e esquece a meta à qual desejava chegar!

Só em Jesus Cristo está a nossa salvação. São Pedro deixou claro que “nenhum outro nome nos foi dado no qual tenhamos a salvação” (At 4,12). Mas Cristo confiou a missão de levar a salvação a todos à Igreja católica, fundada sobre Pedro e os Apóstolos. “Tú és Pedro…” (Mt 16, 16ss). Jesus confiou-lhe as Chaves do Reino dos céus, e garantiu que jamais a Sua Igreja seria vencida. Cabe ao Papa, sucessor de Pedro, exercer o “múnus petrino”, isto é, confirmar os irmãos na fé do Cristo e guarda-los na unidade de uma doutrina pura.
Nas epístolas pastorais escritas a Tito e a Timóteo (1/2Tm, Tt), que ele sagrou como bispos de Éfeso e Chipre, São Paulo insiste na expressão “hygiainousa didaskalía” (doutrina sadia) (cf. 1Tm 1,10; 6,3; 2Tm 1,13; 4,3; Tt 1,9.13…). No tempo do Apóstolo, como em outras épocas, havia muitas heresias, hairéseis, isto é, doutrinas que mutilavam e deterioravam o patrimônio da fé; ora o Apóstolo não hesita em chamá-las gangraina, gangrena (2Tm 2, 17); esta é algo de podre que se alastra e vai extinguindo a vida; S. Paulo compara as heresias à doença, nosos (1Tm 6,4), que se opõe à saúde e à vida (cf. 1Tm 4,2).
É a consciência do valor capital das verdades da fé que leva- nos a respeitar e a amar a doutrina católica. Ela vêm de Deus; pode ser ilustradas pela razão humana, embora esta não as explique plenamente. Não são meras verdades filosóficas, mas princípios eternos. São verdades reveladas por Deus; e assim intocáveis.Podemos e devemos aprofundá-las, sim, mas guardando absoluta fidelidade ao significado original. O cristão sabe que qualquer desvio infligido a tais proposições não tem conseqüências apenas no plano acadêmico, mas repercute no da vida do povo de Deus, que poder ser assim afetada por doença e gangrena!

A História da Igreja comprova a certeza de São Paulo: “sei em quem pus a minha confiança”! Nela podemos ver com clareza a sua transcendência e divindade. Nenhuma instituição humana sobreviveu a tantos golpes, perseguições, martírios e massacres durante 2000 mil anos; e nenhuma outra instituição humana teve uma seqüência ininterrupta de governantes. Já são 266 Papas desde Pedro de Cafarnaum.
Esta façanha só foi possível porque ela é verdadeiramente divina; divindade esta que provém Daquele que é a sua Cabeça, Jesus Cristo. Ele fez da Igreja o Seu próprio Corpo (cf. Cl 1,18), para salvar toda a humanidade.
Podemos dizer que, humanamente falando, a Igreja, como começou, “tinha tudo para não dar certo”. Ao invés de escolher os “melhores” homens do Seu tempo, generais, filósofos gregos e romanos, etc., Jesus preferiu escolher doze homens simples da Galiléia, naquela região desacreditada pelos próprios judeus.
“Será que pode sair alguma coisa boa da Galiléia?” Isto, para deixar claro a todos os homens, de todos os tempos e lugares, que “todo este poder extraordinário provém de Deus e não de nós” (2Cor 4,7); para que ninguém se vanglorie do serviço de Deus.

Aqueles Doze homens simples, pescadores na maioria, “ganharam o mundo para Deus”, na força do Espírito Santo que o Senhor lhes deu no dia de Pentecostes. “Sereis minhas testemunhas… até os confins do mundo”(At 1, 8).
Pedro e Paulo, depois de levarem a Boa Nova da salvação aos judeus e aos gentios da Ásia e Oriente Próximo, chegaram a Roma, a capital do mundo, e ali plantaram o Cristianismo para sempre. Pagaram com suas vidas sob a mão criminosa de Nero, no ano 67, juntamente com tantos outros mártires, que fizeram o escritor cristão Tertuliano de Cartago (†220) dizer que: “o sangue dos mártires era semente de novos cristãos”. Estimam os historiadores da Igreja em cem mil mártires nos três primeiros séculos. Mas estes homens simples venceram o maior império que até hoje o mundo já conheceu. Aquele que conquistou todo o mundo civilizado da época, não conseguiu dominar a força da fé. As perseguições se sucederam com os Césares romanos: Nero, Décio, Dioclesiano, Domiciano, Valeriano, etc…, até que Constantino, cuja mãe se tornara cristã, Santa Helena, se converteu ao Cristianismo. No ano 313 ele assinava o edito de Milão, proibindo a perseguição aos cristãos, depois de três séculos de sangue. E nem mesmo o imperador Juliano, o apóstata, conseguiu fazer recuar o cristianismo, e no leito de morte exclamava: “Tu venceste, ó galileu!”.

O grande Império se ajoelhou diante da Igreja dos pobres! A espada foi dobrada pela Cruz. A marca impressionante desta Igreja invencível e infalível, esteve sempre na pessoa do sucessor de Pedro, o Papa. Os Padres da Igreja cunharam aquela frase que ficou célebre: “Ubi Petrus, ibi ecclesia; ubi ecclesia ibi Christus” (Onde está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja está Cristo).
Depois da perseguição romana, vieram as terríveis heresias. Já que o demônio não conseguiu destruir a Igreja, a partir de fora, tentava agora fazê-lo a partir de dentro. De alguns patriarcas das grandes sedes da Igreja, Constantinopla, Alexandria, Antioquia, Jerusalém, e outras partes, surgiam as falsas doutrinas, ameaçando dilacerar a Igreja por dentro. Era o pelagianismo, o maniqueísmo, o gnosticismo, o macedonismo, nestorianismo, etc.. Mas o Espírito Santo incumbiu-se de destruir todas elas, e o barco da Igreja continuou o seu caminho até nós.
Cristo deixou a Sua Igreja na terra como “a coluna e o sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15). Todas as outras igrejas cristãs são derivadas da Igreja Católica; as ortodoxas romperam em 1050; as protestantes em 1517; a anglicana, em 1534, etc.

Depois que desabou o Império Romano do Ocidente, coube à Igreja o papel de mãe destes filhos abandonados nas mãos do bárbaros. S.Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, enfrentou Átila, rei dos hunos, às portas de Roma, e impediu que este bárbaro, o “flagelo da História”, destruísse Roma; o mesmo fez depois com Genserico. Aos poucos a Igreja foi cristianizando os bárbaros, até que o rei e a rainha dos francos, Clovis e Clotilde, recebessem o batismo no ano 500. Era a entrada maciça dos bárbaros no cristianismo. Papel importantíssimo nesta conquista lenta e silenciosa coube aos monges e seus mosteiros espalhados em toda a Europa, especialmente os beneditinos, que preservaram a cultura do ocidente.
Em toda a Idade Média imperou a marca da Cristandade na Europa. Aspirava-se e respirava-se a fé. Surgiram as Catedrais como a bela expressão da fé; as Cruzadas ao Oriente no zelo de libertar a Terra Santa profanada pelos muçulmanos; as Universidades cristãs, Bolonha, Sorbonne, Oxford, Salamanca, La Sapienza, etc, todas fundadas pela Igreja de Cristo.
Mas a fé sempre esteve ameaçada; nos tempos modernos levantaram-se contra a Igreja as forças do materialismo, do comunismo, do nazismo, e todos eles fizeram milhares de mártires cristãos, especialmente neste triste século vinte que chegou ao fim marcado por tantas ofensas ao Criador.
Certa vez Stalin, ditador soviético, para desafiar a Igreja, perguntou quantas legiões de soldados tinha o Papa; é pena que não sobrevivesse até hoje para ver o que aconteceu com o comunismo. Mas a Igreja continua como nunca, até o final da História, quando Cristo voltará para assumir a Sua Noiva. Será as Bodas definitivas e eternas do Cordeiro com a Sua Igreja.

Professor Felipe Aquino
http://www.cleofas.com.br/

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Uma noite feliz

Na  última sexta-feira, dia 23 de dezembro, aconteceu na sede da Comunidade Aliança Eterna uma noite de louvor e distribuição de cesta básica, para os moradores da Comunidade Tira Gosto. Foi uma véspera de Natal partilhada com os irmãos, segue algumas fotos:

As cestas básicas que foram doadas

       As mães que chegavam na Capela, muitas com seus filhos...

                                       Momento de oração...
                                      Distribuição dos alimentos

Deus seja Louvado!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!

Por Dom Fernando Arêas Rifan

O primeiro Natal, do qual celebraremos a memória no dia 25, foi realmente  alegre e feliz. Que alegria e que felicidade! Nasceu Jesus, o Messias prometido desde o Paraíso perdido, esperado pelos Patriarcas desde Adão, razão de ser do povo eleito, o Salvador da humanidade, o Senhor feito homem. E os anjos anunciaram aos pastores essa felicidade. A aparição da estrela misteriosa fez renascer a felicidade no coração dos Magos que vieram do Oriente.
Segundo a filosofia (Cícero e Boécio), felicidade é o estado constituído pelo acúmulo de todos os bens com a ausência de todos os males.
Então, como poderemos chamar feliz um Natal onde houve desprezo, rejeição - Jesus nasceu numa estrebaria por falta de lugar para Ele nas casas  e nas hospedarias -, lágrimas, gritos, morte, luto - Herodes, perseguindo Jesus, mandou matar as crianças de Belém - fuga, desterro, pobreza, sacrifícios?
Realmente, felicidade perfeita, na definição filosófica, só se encontrará no Céu, na Jerusalém celeste, onde Deus "enxugará toda a lágrima dos seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque tudo isto passou" (Ap 21,4).
É a grande lição do Natal: como se pode ser feliz no desterro, na dor, no desprezo, no luto, até com lágrimas, aqui na terra.
Aqui, a felicidade consiste em ter Jesus, em estar com Jesus, em amar Jesus de todo o coração, com a esperança de tê-lo perfeitamente um dia no Céu.
Aqui, o que faz a felicidade é a esperança: "alegres pela esperança, pacientes na tribulação" (Rm 12,12). O cristão é otimista pela esperança. É feliz porque espera. Mesmo quando sofre.Mesmo no meio dos sofrimentos, angústias e dores, pode-se ter a felicidade.
Por isso, o primeito Natal foi cheio de felicidade. A pobre estrebaria de Belém era o Céu. Ali faltava tudo e não faltava nada. Ali estava a felicidade que a todos encheu de alegria: Jesus.
O presépio de Belém é o princípio da pregação de Jesus, o resumo da sua boa nova, o Evangelho. Dali, daquele pequeno púlpito, silenciosamente, ele nos ensina o desprezo da vanglória desse mundo, o valor da pobreza e do desprendimento, o nada das riquezas, a necessidade da humildade, o apreço das almas  simples, a paciência, a mansidão, a caridade para com o próximo, a harmonia na convivência humana, o perdão das ofensas, a grandeza de coração, a pureza de alma. enfim, todas as virtudes cristãs que fariam o mundo muito melhor, se as praticasse.
É por isso que o Natal cristão é festa de paz e harmonia, de confraternização em família, de troca de presentes entre amigos, de gratidão e perdão. Pois é a festa daquele que, sendo Deus, tornou-se nosso irmão aqui na terra.
FELIZ E ABENÇOADO NATAL PARA TODOS!

Fonte: Jornal Folha da Manhã  do dia 21 de dezembro de 2011.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Menssagem do Anjo da Paz

 As aparições da Mãe de Deus em Fátima foram precedidas pelas do Anjo: as silenciosas de março a outubro de 1915; e as três dialogadas em 1916.
Não foi um Anjo qualquer, mas um especial, como ele próprio se chamou. Na primeira aparição, na primavera de 1916, cognominou-se pela sua tarefa específica: “Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo”. Mas na segunda foi mais claro ao revelar-se: “De tudo o que puderdes oferecei um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim sobre a vossa Pátria a Paz. Eu sou o Anjo da sua Guarda, o Anjo de Portugal”.

As aparições silenciosas do Anjo, dão-nos uma visão de conjunto de toda a revelação de Fátima. Está ali, de facto, uma tríplice mensagem:
a) pureza de vida, ou vida em graça, que é “o que Nossa Senhora quer”. As aparições começaram no primeiro dia em que Lúcia vai guardar o rebanho com as companheiras que a Sra. Maria Rosa propositadamente escolhera para acautelar a saúde moral da filha. Na véspera fora para a serra com os restantes pastores e veio de lá desanimada com o ambiente pagão que encontrou. Por isso, a mãe procurou companheiras de toda a confiança. Foi exatamente nesse dia (provavelmente 24 março) que o Anjo apareceu pela primeira vez.
b) terço: o Anjo aparece quando rezam o terço, mantém-se visível enquanto o terço perdura, e desaparece logo que este termina.
c) ato de Fé: os videntes compreendem que o personagem da aparição não é deste mundo. Não sobe da terra, não desce para ela e mantém-se, suspenso no ar, contra as leis físicas. Há, portanto, um outro mundo (ato de Fé, em miniatura). Ora, a mensagem de Fátima, começa por um ato de Fé. O primeiro pedido que o Céu faz à Terra, na Loca do Cabeço, é esta oração: “Meu Deus, eu creio...”

Oração
O Anjo ensina duas fórmulas novas de oração. A primeira – “Meu Deus, eu creio...” – contém todos os atos reduzidos à expressão mais simples, por vezes, a uma só palavra. Oração perfeitamente adaptada ao século XX (é cada vez menor o tempo reservado à oração) e oportuníssima para qualquer momento do dia. Oração universal: nela pedimos por nós e por todos. A segunda – “Santíssima Trindade...” – constitui uma bela preparação e uma excelente ação de graças da Missa e da Comunhão. Contém, além disso, de maneira muito clara e ordenada, os quatro elementos teológicos da oração perfeita: adoração, oferta, reparação e petição.
O Anjo pede oração contínua: “Oferecei constantemente ao Altíssimo, orações...”. Isto é viver em união com Deus, elevando continuamente a alma até Ele.
O Anjo convida-nos a rezar com Ele: “Orai comigo”. A união com o Anjo, que vive permanentemente na visão beatífica, torna mais intensa e perfeita a nossa oração.

Penitência
Significa aceitação do sofrimento que Deus envia. “Sobretudo aceitai e suportai, com submissão, o sofrimento que o Senhor vos enviar”. Significa também, cumprimento dos deveres de estado (implícito no pedido anterior, uma vez que os deveres próprios são a expressão mais direta e clara da vontade de Deus); e conversão de toda a vida em sacrifício, isto é, em oferta constante ao Senhor: “Oferecei constantemente ao Altíssimo... sacrifícios”. Tudo o que é de acordo com a vontade divina pode ser objeto de oferta a Deus, quer agrade quer desagrade a nossa sensibilidade.
Eucaristia
O Anjo adora a Eucaristia e leva os videntes a adorá-la consigo (prostração e oração eucarística). Recomenda a receção da Eucaristia: “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo”. Pede a Eucaristia como meio de reparação: “Reparai os seus crimes (dos homens) e consolai o vosso Deus”.
Ecumenismo
Não podemos deixar de considerar relevante a dimensão ecuménica da aparição do Anjo no recurso simultâneo à liturgia romana (comunhão de Lúcia só com o Pão) e bizantina-eslava (comunhão de Jacinta e Francisco com o Vinho, prostração, etc...) (cfr. Diálogos de Fátima, M. Dias Coelho, 1977, Sameice, pg. 6 e 7).


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A Liturgia do Natal

Natal não é festa de uma idéia, mas é a festa que celebra a nossa salvação.
É no ano 336 que temos a primeira notícia da Festa do Natal, ocorrida em Roma. Por intermédio de Santo Agostinho, temos conhecimento de que essa festa era celebrada no século IV também na África. Também na Espanha, no final do século IV, o Natal já era celebrado.
A data 25 de dezembro não é confirmada historicamente como oficial ao nascimento de Jesus. Segundo estudiosos, a explicação mais provável nasce na tentativa de a Igreja de Roma suplantar a festa pagã do “Natalis (solis) incicti”.
Foi no século III que se difundiu no mundo greco-romano o culto ao sol. Foi o Imperador Aureliano (275 d.C.) que deu a esse culto uma importância oficial. Assim, o culto ao sol tornou-se um símbolo da luta pagã contra o Cristianismo. A data principal dessa festa era 25 de dezembro. Era celebrada no solstício 1 de inverno e representava a vitória anual do sol sobre as trevas. Visando purificar essa celebração pagã, a Igreja deu a ela um significado diferente, tendo como base uma rica temática bíblica: Lucas 1,78; Efésios 5,8-14. Enquanto celebrava-se o nascimento do sol, a Igreja apresentou aos cristãos o nascimento do verdadeiro Sol: Cristo, que apareceu ao mundo após longas noites de pecado.

Celebrar o Natal é celebrar o Sol da Vida, que nos ilumina com Sua graça salvadora. É a Luz de um novo tempo que nasce em nosso coração e deseja fazer morada definitiva em nós.

São Leão Magno, em seu "Sermão de Natal", escreve: “O Natal do Senhor não se apresenta a nós como lembrança do passado, mas o vemos no presente”. Fazemos memória presente do nascimento de Cristo em meio à nossa frágil humanidade. Natal não é festa de uma ideia, mas é a festa que celebra a nossa salvação. A Festa do Natal é o ponto de partida para nossa salvação realizada por Cristo.
O Tempo do Natal começa com as primeiras Vésperas do Natal e termina no domingo depois da Epifania (entre 2 e 8 de janeiro). Interessante ressaltar que a Liturgia do Natal do Senhor se caracteriza por quatro Celebrações da Eucaristia, assim distribuídas:

1 – Na tarde do dia 24 se celebra a Missa vespertina . Esta Missa tem caráter festivo, com o canto do Glória e a Profissão de Fé.
2 – Na noite de 25, em geral à meia-noite, celebra-se a primeira Missa do Natal do Senhor.
3 – Ao alvorecer se celebra a segunda Missa do Natal.
4 – Durante o “dia” de Natal se celebra a terceira Missa da festividade.

A solenidade do Natal prolonga sua celebração por 8 dias contínuos, conhecidos como: Oitava do Natal.

Cada uma destas quatro Missas tem Leituras e Orações próprias, a saber:

1 – Missa da Vigília: Primeira Leitura: Is 62,1-5; Salmo Responsorial: Sl 88; Segunda Leitura: At 13,16-17.22-25; Evangelho: Mt 1,1-25.
2 – Missa da Noite: Primeira Leitura: Is 9,1-6; Salmo Responsorial: Sl 95; Segunda Leitura: Tt 2,11-14; Evangelho: Lc 2,1-14.
3 – Missa da Aurora: Primeira Leitura: Is 62,11-12; Salmo Responsorial: Sl 96; Segunda Leitura: Tt 3,4-7; Evangelho: Lc 2,15-20.
4 – Missa do Dia: Primeira Leitura: Is 52,7-10; Salmo Responsorial: Sl 97; Segunda Leitura: Hb 1,1-6; Evangelho: Jo 1,1-18.

Natal é tempo de festa e alegria. É tempo de estar unido à comunidade celebrando o dom da vida manifestada no nascimento de Jesus Cristo. Celebrar o nascimento de Cristo é estar unido à Igreja em todo o mundo que se une na fé e na esperança de um novo tempo. A participação nas Missas é fundamental, pois nos reunimos em comunidade, na qual o Cristo se revela a cada um de nós e a todos por meio do Pão da Palavra e do Pão da Eucaristia. Para melhor participarmos destas celebrações é interessante meditarmos antecipadamente as Leituras que serão proclamadas durante a Missa. O silêncio exterior e interior é oportunidade para melhor celebrarmos o Sol da Vida, que nos ilumina com Seu amor salvífico.

Padre Flávio Sobreiro

Caros amigos e leitores, para esclarecer, é muito importante ressaltar que as Missas que devemos assistir no Natal são duas, a do dia 24 de dezembro e uma no dia 25 de dezembro, as duas são Missas de preceito e todos nós católicos devemos participar. É importante falar isso aqui, porque muitos pensam que ou se participa da missa do dia 24 ou do dia 25, basta escolher, mas não, as duas são votivas.
PAZ!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Um Santo louco de amor

"Não perca o cuidado de orar e espere, em desnudez e vazio, que não tardará teu bem."
 São João da Cruz


Na última quarta-feira, dia 14 de dezembro, celebramos o dia de São João da Cruz.
Dizem que a santidade está de mãos dadas com a loucura. Se existe uma “sã loucura” esta é própria dos santos, que toma dos “loucos normais” a contradição que os caracteriza. Neles, aquilo que parece inconciliável encontra feliz conexão. Os radicais, no sentido de penderem por um único lado da balança da vida, são os homens comuns, ora rastejantes sobre a terra, alienados das coisas do alto, ora perdidos nas realidades do alto, alienados das coisas da terra. Os santos não. Destes tudo se pode esperar, são imprevisíveis, admiravelmente terrenos, surpreendentemente divinos!

São João da Cruz é um emblema deste tipo de homem.

Vivido entre 1542 e 1591 na Espanha, sua vida é marcada, por um lado, pela dor infligida-lhe pela dura realidade externa, e por outro pela alegria da descoberta crescente de uma vasta e luminosa realidade interior.
Órfão de pai aos 3 anos, João de Yepes – seu nome civil - prova o esforço da mãe que procura corações benevolentes a garantir-lhe a sobrevivência. Na adolescência pode trabalhar e estudar.

Aos 21 anos faz-se religioso carmelita, mas sofre a angústia de não poder viver ali como queria, e sonha com a austeridade e o silêncio monástico dos cartuxos.
No ano em que se ordena sacerdote, em 1567, encontra-se com Santa Teresa, que o conquista para a sua obra de reforma entre os frades. No ano seguinte, em 1568, torna-se o primeiro carmelita descalço, assume o novo nome de João da Cruz e vive momentos de indescritível felicidade, num casebre perdido da zona rural de Ávila. A partir daqui empenha-se, até o fim da vida, em diversas tarefas entre os carmelitas descalços que vêem-se em ligeira expansão. Sua missão somente é interrompida pela perseguição dos padres da Ordem Carmelitana, que o escolhem como vítima do conflito gerado pelo crescimento dos descalços. Durante 9 meses, entre 1577 e 1578, é encarcerado no convento da cidade de Toledo. No meio de um sofrimento físico e moral somente imaginável por quem passou pela dura realidade da prisão, brotam do seu coração as mais belas poesias místicas já escritas, que revelam a experiência de um Deus que se faz prisioneiro do nosso amor.

Terminado o tempo da prisão, retoma suas atividades, até o ano de 1591, quando, em meio a uma surda perseguição dos seus próprios superiores, alegra-se por ver aproximar-se o almejado momento de poder ver rompida a tênue tela que o separava do seu divino amado.

São João da Cruz deixou-nos escritos de maravilhosa profundidade de vida espiritual. Seus escritos revelam a densidade de vida que ele mesmo viveu, e constitui doutrina insuperável, pela originalidade das considerações, a respeito do itinerário da vida cristã, desde seus primeiros passos às mais altas realizações nesta vida. A forma que envolve o conteúdo dos ensinamentos do místico doutor, é de igual modo, plena de beleza poética, pois somente a poesia é capaz de expressar sentimentos e realidades indizíveis.

Além das cartas, de pensamentos e ditos e outros escritos menores, São João da Cruz deixou-nos quatro grandes escritos que interrelacionam-se e onde desenvolve o dinamismo que toda pessoa humana é chamada a percorrer em sua relação com Deus. Tais obras são: Subida do Monte Carmelo, Noite escura, Cântico espiritual e Chama viva de Amor. As duas primeiras obras acentuam a purificação como passagem e caminho que concretiza a união, purificação que envolve atitudes que têm por protagonismo ora a pessoa que responde à graça, ora Deus mesmo que, aos passos da pessoa, toma o processo em suas mãos. As outras obras, ainda que tocando a realidade da purificação, centram sua atenção na vivacidade do amor que tudo pervade e nas consequências positivas da união com Deus, ideal último para o qual todos nós fomos criados.

O centro de tudo é sem dúvida o amor: força propulsora do processo, objeto de purificação que consiste em concentrar toda a sua força para Deus, fim e ideal do caminho. A união com Deus é união de amor com aquele que é amor. Ordenado para Deus, nosso amor recupera sua veemência, sua característica de força e movimento, afinal o amor é forte como a morte e sua medida é ser sem medida. Tão infinito como Deus é o amor, e, do mesmo modo como ele nos amou, à loucura, quando o amamos, somos levados a cometer por ele loucuras de amor. "Com ânsias de amores inflamada", diz um trecho de uma sua poesia, é assim que a alma caminha em seu caminho com Deus e para Deus. Amando assim, este santo carmelita tornou-se, sem dúvida, um louco, louco de paixão por Deus, e nenhum de nós que dele se aproxima e por ele deixa-se guiar, pode deixar de almejar a mesma loucura, de um mesmo amor.

"Não faça coisa alguma, nem diga palavra alguma, que Cristo não faria ou não diria se se encontrasse nas mesmas circunstâncias de você, e tivesse a mesma saúde e idade suas."
São João da Cruz

http://www.carmelo.com.br/

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Uma homenagem a João Paulo II

" Abram as portas a Cristo"
                                    João Paulo II

Pessoal, existe um lindo site criado pelo Vaticano que aborda tudo sobre a vida do Beato João Paulo II, recorda seu Pontificado; seu Pontificado ano por ano, com lindos vídeos; seus Ensinamentos; as suas Orações; sua Biografia; e muito mais.
Não deixe de acessar e ler: http://www.joaopauloii.va/pt/

Há também a página oficial de sua Beatificação: http://www.karol-wojtyla.org/

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Guadalupe: Padroeira da América Latina

Segundo arraigada tradição, a imagem da Virgem de Guadalupe apareceu impressa na manta do índio Juan Diego, em 1531, na cidade do México. Por isso permaneceu alguns dias na capela episcopal do Bispo Dom Frei Juan de Zumárraga e depois na Sé. Em 26 de Dezembro do mesmo ano foi solenemente levada para uma ermida aos pés do cerro de Tepeyac. Seu culto propagou-se rapidamente muito contribuindo para a difusão da fé entre os indígenas. Após a construção sucessiva de três templos ao pé do mesmo cerro, edificou-se o atual, concluído em 1709 e elevado à categoria de Basílica por São Pio X em 1904.

Em 1754 Bento XIV confirmou o patrocínio da Virgem de Guadalupe sobre toda a Nova Espanha (Do Arizona até a Costa Rica) e concedeu a primeira Missa e Ofício próprios. Porto Rico proclamou-a sua Padroeira em 1758. Em 12 de Outubro de 1892 houve a coroação pontifícia da imagem, concedida por Leão XIII, que no ano anterior aprovara um novo Ofício próprio. Em 1910 São Pio X proclamou-a Padroeira da América Latina; em 1935, Pio XI designou-a Padroeira das Ilhas Filipinas; e em 1945 Pio XII deu-lhe o título de “Imperatriz da América”.

A veneração da Virgem de Guadalupe, solícita a prestar auxílio e proteção em todas as tribulações, desperta no povo grande confiança filial; constitui,além disso, um estímulo à prática da caridade cristã, ao demonstrar a predileção de Maria pelos humildes e necessitados, bem como sua disposição em assisti-los.

Fonte: Liturgia das Horas

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Como nasceu o "Stille Nacht" ("Noite Feliz")

Em 24 de dezembro de 1818, a canção “Stille Nacht” (“Noite Feliz”) foi ouvida pela primeira vez na aldeia de Oberndorf (Áustria). Foi na Missa de Galo na minúscula capelinha de São Nicolau.
Estavam presentes o pároco Pe José Mohr, o músico e compositor Franz Xaver Gruber com seu violão, e o pequeno coro da esquecida aldeia. No fim de cada estrofe, o coro repetia os dois últimos versos.
Naquela véspera de Natal nasceu a música que passou a ser como um hino oficial do Natal no mundo todo. Hoje se canta nas capelas dos Andes e no Tibete, ou nas grandes catedrais da Europa.
Há muitas histórias sobre a origem dessa canção. Entretanto, a verdadeira é simples e risonha como a canção ela própria.

O Pe. Joseph Mohr, jovem sacerdote, compôs a letra em 1816. Ele estava encarregado da igreja rural de Mariapfarr, Áustria. Seu avô morava perto e é fácil imaginar que ele criou o texto enquanto caminhava para visitar seu ancião parente.
Nenhum evento particular inspirou o Pe. José para escrever a poética canção do nascimento de Jesus.
Em 1817 ele foi transferido para Oberndorf.
Na véspera do Natal de 1818 o Pe. José visitou seu amigo, o professor de música Franz Gruber, que morava num apartamentinho acima da escolinha da vizinha aldeia de Arnsdorf. Mostrou-lhe o poema e pediu-lhe uma melodia para a Missa de Galo daquela noite.
Quando aqueles dois homens acompanhados pelo coro cantavam por vez primeira em pé diante do altarzinho da capela de São Nicolau, o Stille Nacht! Heiligen Nacht! não faziam idéia da repercussão que o fato teria no mundo.
Karl Mauracher, mestre construtor e reparador de órgãos viajou várias vezes a Oberndorf para consertar o órgão. Numa das viagens obteve a partitura e a levou para sua terra. Foi assim, também despretensiosamente, que começou a difusão.
De início, nem tinha nome e era chamada de “canção folclórica tirolesa”.
Duas famílias que viajavam cantando canções populares do vale de Ziller incorporaram a peça a seu repertório e a entoaram em dezembro de 1832 em Leipzig num concerto de música folclórica. A partir de então a difusão progrediu como mancha de azeite.
Por fim, a família Rainer cantou o Stille Nach na presença do imperador da Áustria Francisco I e do czar da Rússia Alexandre I. A canção natalina passou a ser a preferida do rei Frederico Guilherme IV da Prússia.
O Pe. José morreu pobremente na cidadinha de Wagrain, nos Alpes, como pároco. Ele doou todos os seus bens para a educação das crianças.

O inspetor escolar de São Johann, num relatório ao bispo, descreve o Pe. José como um amigo dos fiéis, sempre perto dos pobres e um pai protetor. Seu nome foi esquecido por todos até ser recuperado posteriormente.
A família de Franz Xaver Gruber conservou alguns dos humildes móveis do músico e o violão daquela noite abençoada, hoje peça histórica. O túmulo de Franz é decorado com uma árvore de Natal todos os meses de dezembro.

A imagem dos dois co-autores está nos vitralzinhos da capelinha de São Nicolau.
Assim é a riqueza insondável da Igreja: faz nascer no coração dos humildes e despretensiosos frutos de graça, perfeição e beleza que os gênios naturalmente mais dotados do mundo jamais conseguem superar.
Essa é a causa sobrenatural do insondável mistério que faz da Civilização Cristã a obra prima por excelência sobre a face da Terra e o bem supremo dos homens logo abaixo, e só abaixo, da Igreja Católica, Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, única Igreja verdadeira.

Blog Professor Felipe Aquino

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

"Tota Pulchra es, Maria!"

Segue a antífona própria deste dia da Imaculada Conceição, com uma lindíssima peça de Frei Alessandro Boroni, OFMConv.


Toda Bela sois, Maria!
Toda Bela sois, Maria!
E a mancha original não há em ti!
E a mancha original não há em ti!
Tu, Glória de Jerusalém!
Tu, Alegria de Israel!
Tu, Honra do nosso povo!
Tu, Advogada dos pecadores!
Ó Maria! 
Ó Maria!
Virgem Prudentíssima,
Mãe Clementíssima,
Rogai por nós.
Intecedei por nós
ao Senhor Jesus Cristo!

V. Vós fostes, ó Virgem, imaculada em vossa conceição.
R. Rogai por nós ao Pai, cujo Filho destes à luz
Oremos. Ó Deus que preparastes uma digna habitação para o vosso Filho, pela imaculada conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo pecado, em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa, por sua maternal intercessão. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso.
Amém.

Fonte:
http://www.salvemaliturgia.com/

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Maria, Mãe da Vida no Ventre

A sua postura é a de uma mulher grávida, que coloca as suas mãos sobre o seu ventre e sobre a criança que a habita. A criança reflete a posição de um bebê que ainda não nasceu, mostrando o elo inseparável que existe entre estas duas fases da vida humana. No centro da estátua encontra-se uma pomba que simboliza o Espírito Santo, "Senhor que dá a Vida". A cabeça da pomba, localizada próxima do coração da criança, representa a alma imortal que existe em cada criança. A perna esquerda da criança está suavemente pendurada sobre a mão da Mãe para demonstrar que somente com a proteção e o amor da Mãe, o bebê será capaz de fazer os seus primeiros passos no mundo e viver a vida que lhe foi dada. O terço no braço de Maria recorda-nos que esta poderosa oração pode mudar o mundo.

Foto: Imagem de Maria, Mãe da Vida no Ventre, que encontra-se na Recepção da Domus Pacis, sede também do Apostolado Mundial de Fátima.

Para assinalar o Dia de Oração em Respeito a Vida Humana (primeiro evento realizado no dia 02 de outubro de 2005), foi criada de raiz uma imagem de Nossa Senhora intitulada “Maria, Mãe da Vida no Ventre” e um terço alusivo ao momento. Uma das imagens originais (uma estátua com mais de dois metros de altura) foi colocada no Santuário do Exército Azul nos E.U.A. e a outra foi benzida pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, e ficará exposta permanentemente na Sede Internacional do Apostolado Mundial de Fátima – Domus Pacis, em Fátima.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Advento

Por Dom Fernando Arêas Rifan

Estamos no tempo do Advento, preparação litúrgica para celebrar o Natal de Jesus. As pessoas começam a montar o presépio, cuja história devemos conhecer, como nos explica o padre Pietro Messa, franciscano da Pontifícia Universidade Antonianum de Roma.
Em 1223, exatamente no dia 29 de novembro, o Papa Honório III com a Bula Solet annuere aprovou definitivamente a Regra dos Frades Menores. Nas semanas seguintes Francisco de Assis dirigiu-se para o eremitério de Greccio, onde expressou seu desejo de celebrar o Natal naquele lugar. Para uma pessoa do local ele disse que queria ver com os "olhos de corpo" como o menino Jesus, na sua escolha de humilhação, foi deitado numa manjedoura. Para tanto, determinou que fossem levados para um lugar estabelecido um burro e um boi - que de acordo com a tradição dos Evangelhos apócrifos estavam junto do Menino - e sobre um altar portátil colocado na manjedoura foi celebrada a Eucaristia. Havia um paralelo entre a encarnação e a presença real de Jesus na Eucaristía. Mais tarde, acrescentaram as imagens que constituem o presépio, no sentido moderno, representando o Natal.
Francisco era um homem muito concreto e para ele era muito importante a encarnação, ou seja, o fato de que o Senhor fosse tangível por meio de sinais e de gestos, antes de mais nada , pelos sacramentos. A celebração de Greccio se coloca justamente neste contexto. Com a canonização de São Francisco, dois anos após sua morte, pelo Papa Gregório IX, sua devoção se espalhou por todo o mundo e também sua admirável invenção, o presépio. Desta forma se tornou patrimônio da cultura e da fé popular. A Igreja convida os fiéis a representar, construir e ter presépios em casa e em lugares públicos, porque ela sempre deu importância aos sinais, especialmente litúrgico-sacramentais, tendo sempre o cuidado de que não terminassem numa espécie de superstição. Alguns gestos foram encorajados porque eram considerados  adequados para a propagação do Evangelho e entre esses está justamente o presépio que , em sua simplicidade, dirige toda a atenção a Jesus.
E o presépio entrou na história da arte, pintando, esculpindo, narrando e musicando por inúmeros  artistas, porque , devido à sua plasticidade, o presépio presta-se  às representações na qual o particular pode se tornar o sinal da realidade quotidiana da vida. E exatamente esses detalhes da vida humana - os vestidos dos pastores, as ovelhas pastando, o menino preso à saia da mãe, etc - foram representados também como indícios ulteriores do realismo cristão que emana da Encarnação.
Como São Francisco, nós também precisamos de sinais, que pela sua simplicidade e imediatismo, têm ainda uma eficácia. Entre estes podemos colocar o presépio e, portanto seja sempre bem vinda a sua propagação.

Fonte: Jornal Folha da Manhã do dia 30 de novembro 2011.