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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cruzada de oração e reparação para os Sacerdotes

Os sacerdotes são um dom dado por Deus para a Igreja e para toda a humanidade. Através deles podemos receber a Eucaristia e todos os sacramentos pelos quais conseguimos o perdão dos pecados e a união com Deus. A salvação ou a perda de milhares de almas pode depender da fidelidade de um único sacerdote. Por esta razão, os sacerdotes estão, de modo especial sob ataque espiritual. Eles precisam de orações e apoio de muitos leigos, a fim de cumprir fielmente a sua missão especial. Além disso, em nossos dias também estamos conscientes da grande necessidade de fazer reparação pelos pecados de sacerdotes que sucumbiram à tentação.
Em união com os santos anjos e com sua força, queremos orar e expiar por sacerdotes. Um meio de unir os nossos esforços na guerra espiritual para a salvação dos sacerdotes é através da nossa Cruzada Sacerdotal. Através do nosso compromisso de orar por sacerdotes em geral, especialmente às quintas-feiras, ou por meio da adoção espiritual de um sacerdote particular, Bispo ou seminarista, unimos as nossas forças espirituais para o bem da santificação e salvação de todos os sacerdotes.
Qual a melhor maneira de orar pelos Sacerdotes?
A resposta não é uma oração particular ou até mesmo uma forma particular de oração, mas sim, "rezar com frequência para os sacerdotes e oferecem uma variedade de vossas boas obras para a sua santificação." Aqui estão algumas sugestões que podem ajudar a tornar suas orações mais eficazes.

1. "Adote" ou reze por um sacerdote ou bispo que se encontre em situação preocupante, ao invés de um que você gosta. Isso exige um sacrifício maior e, portanto, escola no amor altruísta de Cristo, a ser mais meritório e eficaz. Nossa caridade é como uma corrente, tão forte quanto seu elo mais fraco. Ao trabalhar sobre nossos "elos fracos" da caridade, que nos faz crescer e contribuir mais para a edificação do Corpo de Cristo, a Igreja.
2. Ore especialmente para os sacerdotes recém-ordenados. Eles são como as plantas jovens no jardim: precisam de cuidados especiais. Sua imersão no apostolado, sua falta de experiência, o isolamento e, às vezes, a desilusão é especialmente doloroso no início do ministério. Um estudo publicado recentemente informou que cerca de 10-15 por cento dos sacerdotes americanos deixam o sacerdócio dentro de cinco anos de sua ordenação.
3. Ofereça uma parte de seus sofrimentos para os sacerdotes, sejam eles doença, noites sem dormir, uma próxima operação ou outros desconfortos.
4. Ore para as almas dos sacerdotes no purgatório, pedindo-lhes que intercedam por seus colegas sacerdotes na terra. Seria bom para ganhar pelo menos uma indulgência plenária por semana para eles. Em geral, as orações para as almas pobres, que não podem ajudar a si mesmos, são uma grande obra de misericórdia, ao qual está ligada uma grande obra de misericórdia: quando chegar ao céu através das nossas orações, eles nunca se esqueçam de orar por nós, pobres pecadores. Para a sua gratidão podemos recomendar e dirigir as suas orações para os padres.
5. Oferecer pelo menos um terço de um dia para os sacerdotes. Sempre que possível, rezar o terço na Igreja diante do Santíssimo Sacramento e com os outros.
6. Se você rezar a Liturgia das Horas, oferecê-la na reparação de todos os sacerdotes que pararam de rezar o seu Ofício. Se você não sabe rezar a Liturgia das Horas, considere aprender a fazê-lo, é a oração oficial de Cristo, nosso Sumo Sacerdote, e com a Igreja.
7. Rezem o Terço da Divina Misericórdia diariamente - ou, pelo menos, a cada Sexta-feira - às 3:00 AM. a Hora da Misericórdia, pedindo ao Senhor que tenha misericórdia de seus sacerdotes. O Senhor revelou a Santa Faustina que grandes graças estão ligados à oração neste momento. "Em três horas, implora a Minha Misericórdia, especialmente pelos pecadores, e, mesmo que apenas por um breve momento, mergulhe na Minha Paixão, especialmente em meu abandono no momento da agonia. Esta é a hora da grande misericórdia para o mundo. Nesta hora, eu nada recusarei à alma que faz uma solicitação a mim, em virtude da minha paixão. "(Diário, 1320). É, portanto, útil e eficaz para rezar também neste momento a curto mas poderosa jaculatória, "Ó sangue e água que derramou do Coração do Salvador como uma fonte de amor e misericórdia, eu confio em Ti".
8.  Faça as Estações da Cruz (Via Sacra), pelo menos, uma vez por semana para os sacerdotes. Tente fazer isso nas três horas da tarde, se for possível. Pois Cristo disse a Santa Faustina: "Minha filha, tente seu melhor para fazer as Estações da Cruz, nesta hora, desde que seus deveres permitam isso, e se você não é capaz de fazer as Estações da Cruz, então pelo menos passe na capela por um momento e adora, no Santíssimo Sacramento, o meu coração, que é cheio de misericórdia, e você deve ser capaz de entrar na capela, mergulhar na oração onde você esteja, mesmo que apenas por um breve instante ". (Diário, 1572).
9.  Visitar uma pessoa doente em um hospital ou em uma casa de repouso em reparação pelos sacerdotes que falharam para consolar os doentes e oferecer-lhes o consolo dos sacramentos.
10. Fazer uma hora santa diante do Santíssimo Sacramento, pelo menos uma vez por semana para os sacerdotes. Se você já está fazendo isso, tente fazer outro, ou passar mais meia hora diante do Santíssimo Sacramento, ou pelo menos tentar fazer uma visita extra em uma igreja ou capela.
11. Faça pelo menos uma comunhão reparadora na semana dedicada ao Sagrado Coração de Jesus para reparar a irreverência dos sacerdotes e em expiação para as comunhões sacrílegas oferecidos por sacerdotes em estado de pecado mortal.

Estas são apenas alguns sacrifícios que podem ser oferecidos para os sacerdotes. Existem muitos outros. Mas o que precisa ser ressaltado neste momento é a necessidade fundamental para todos nós fazer algo a mais não só para a santificação dos sacerdotes, mas também algo extra em reparação dos pecados dos padres que falharam ao Senhor.
João Paulo II escreveu uma carta a todos os bispos dos Estados Unidos, quando um escândalo envolvendo um sacerdote, abalou a Igreja na América. No final de sua carta, o Papa advertiu os bispos, nas palavras que agora parece profética: "Sim, queridos irmãos, a América precisa de muita oração -. Sob pena de perder a sua alma" Vamos, então, redobrar nossas orações e sacrifícios para os sacerdotes.
Nosso Senhor promete: "Quem vos recebe a mim me recebe, ... e quem dá a um destes pequeninos, até mesmo um copo de água fria, porque ele é um discípulo, em verdade vos digo, ele não perderá a sua recompensa. "(Mt. 10, 40-42) Que a recompensa do Senhor seja a graça que você pode ter sempre um sacerdote que lhe dá diariamente Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento e no final da vida a felicidade eterna.

Fonte: http://www.opusangelorum.org

domingo, 4 de agosto de 2013

Tu és Sacerdote para sempre


Boas vocações vem do céu; é Deus que as dá. “Grande é a messe, diz Nosso Senhor, e poucos são os operários; pedi, pois ao Senhor da messe, para que mande operários para a sua messe”. Grande é a messe do Senhor e poucos são os Padres. São as famílias que devem fornecer as vocações; é das famílias que Deus, o Senhor da messe quer escolher seus operários. Trabalhemos, pois, cada um no lugar que Deus lhe determinou na sociedade, pela santificação da família, pela compreensão da sublimidade do sacerdócio; rezemos, para que o reino de Cristo se firme cada vez mais nas famílias; o reino de Cristo com seu espírito de sacrifício e de oração; rezemos pela santificação dos pais, das mães; pais santos, mães santas, que não deixam a Igreja sem sacerdotes. Da árvore do matrimônio virá o fruto santo do sacerdócio. 

Oremos pelas vocações sacerdotais:

Ó Pai, fazei com que surjam, entre os cristãos, numerosas e santas vocações ao sacerdócio, que mantenham viva a fé e conservem a grata memória do vosso Filho Jesus pela pregação da sua Palavra e pela administração dos sacramentos com os quais renovais continuamente os vossos fiéis. Dai-nos santos ministros do vosso altar, que sejam atentos e fervorosos guardiões da Eucaristia, o sacramento do supremo dom de Cristo para a redenção do mundo. Chamai ministros da vossa misericórdia, os quais, através do sacramento da Reconciliação, difundem a alegria do vosso perdão. Fazei, ó Pai, que a Igreja acolha com alegria as numerosas inspirações do Espírito do vosso Filho e, dócil aos seus ensinamentos, cuide das vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada. Ajudai os Bispos, os sacerdotes, os diáconos, as pessoas consagradas e todos os batizados em Cristo para que cumpram fielmente a sua missão no serviço do Evangelho. Nós vos pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém. Maria, Rainha das vocações, rogai por nós.
Bento XVI

sábado, 24 de março de 2012

Institutum Sapientiae em Anápolis

A Ordem dos Cônegos da Santa Cruz mantém um seminário e uma faculdade na qual estudam os religiosos da Ordem e seminaristas de diversas dioceses e congregações religiosas.

O Institutum Sapientiae, faculdade de Filosofia e Teologia, acaba de lançar seu mais novo site:
http://institutumsapientiae.org/ no qual se encontram as principais informações de como estudar no Instituto no qual foi aluno e depois professor Dom Athanasius Schneider. Também poder ser vistas e adquiridas as edições da Revista Sapientia Crucis.
O Institutum Sapientiae é uma instituição de estudo superior de filosofia e teologia da Ordem dos Cônegos Regulares da Santa Cruz. Segundo seus estatutos, aprovados pela Santa Sé (Con­gregação para a Edu­cação Católica), destina-se especifica­mente à formação dos candidatos ao sacerdócio.
Na investigação e no ensino da doutrina católica, o Institutum Sapientiae se empenha particularmente no sentido de fazer “brilhar sempre a luz da fidelidade ao Magistério da Igreja” (cf. Sapientia christiana, art. 70).

No Institutum Sapientiae ensinam atualmente 17 professores, dos quais 8 são doutores e 7 mestres .

Desde o ano 2000, o Institutum Sapientiae publica a revista Sapientia Crucis. À disposição dos alunos encontra-se uma biblioteca nos principais idiomas modernos e antigos, de autores clássicos e modernos.
O Institutum Sapientiae oferece cursos completos de Filosofia e Teologia, podendo os alunos adquirir o grau acadêmico do Bacharelado em Teologia. A duração do curso de Filosofia é de dois anos, a do curso de Teologia, de quatro anos.

sábado, 10 de março de 2012

Sacerdote cem por cento

"Empresto ao Senhor meu corpo e minha alma: todo meu ser"

Esta fórmula, referida à celebração eucarística, na qual o sacerdote atua in persona Christi Capitis, pode estender-se analogamente à inteira vida do sacerdote, constituindo a sua mais íntima aspiração: ser, sempre e em tudo, ipse Christus, o mesmo Cristo.
São Josemaría descrevia com força esse sentido de totalidade próprio do sacerdote. Dirigindo-se a um grupo de sacerdotes recém ordenados, expressava da seguinte maneira: “Receberam o Sacramento da Ordem para ser, nada mais e nada menos, sacerdotes-sacerdotes, sacerdotes cem por cento” (São Josemaría, Homilia Sacerdote para a eternidade, 13-IV-1973).

Ao mesmo tempo, é evidente que sempre é indispensável à colaboração entre sacerdotes e leigos, cada um segundo a missão que lhes é própria. Como escrevia São Josemaría, “esta colaboração apostólica é hoje importantíssima, vital, urgente” (São Josemaría, Carta 8-VIII-1956, n. 3). Por uma parte, porque os presbíteros, enquanto tais, não têm acesso a muitos ambientes profissionais ou sociais. Por outra parte, porque os leigos, para serem verdadeiramente “outros Cristos” necessitam da vida sacramental e, por tanto, o recurso ao ministério sacerdotal. Sem vida interior, o leigo terminará por mundanizar-se, ao invés de cristianizar o mundo: é necessária uma intensa vida sobrenatural para influenciar cristãmente em ambientes onde parece ter desaparecido a pegada de Deus.
“No exercício do apostolado, os leigos têm absoluta necessidade do sacerdote, no momento em que chegam ao que chamo o muro sacramental, como os sacerdotes – especialmente em meio da indiferença religiosa, quando não se trata ademais de um ataque brutal à Religião, na sociedade desses tempos – tem necessidade dos leigos, para o apostolado” (Ibid.).
Esta colaboração é eficaz na medida em que respeita a natureza mesma da vocação de cada um: o leigo deve ser “Cristo” em meio do mundo, nas circunstâncias normais da sua vida: na convivência com seus familiares, com aqueles que compartilha projetos e afãs. Ao mesmo tempo, o sacerdote deve ser sempre e inteiramente sacerdote, vivendo para sustentar e alentar o afã de santidade de homens e mulheres, com uma entrega abnegada em seu ministério. Dificilmente haverá leigos que perseverem no empenho de buscar a santidade na vida ordinária, sem presbíteros “dedicados integralmente ao seu serviço, que se esqueçam habitualmente de si mesmos, para preocupar-se somente das almas” (Ibid.).

São Josemaría repetia com frequência que tinha uma só panela (un solo puchero) para todos, cujo conteúdo é, em síntese, a busca da santidade no meio das ocupações cotidianas. Dessa panela podem se alimentar o pai e a mãe de família, o engenheiro, o advogado, o médico, o operário, e também o sacerdote. E o sacerdote desempenha um papel insubstituível para ajudar os fiéis a ser santos: há de servir a todos, é sacerdote para os demais. Pela missão que recebeu de Deus tem uma especial obrigação por buscar a santidade. “Muitas coisas grandes dependem do sacerdote: temos a Deus, trazemos a Deus, damos a Deus” (Ibid., n. 17).
Por isso o fundador do Opus Deu falava em ser sacerdote cem por cento, que é a consequência da fazer da própria vida aquilo que acontece na Santa Missa: emprestar ao Senhor o corpo e a alma, dar-lhe tudo. Significa também que o sacerdócio não é um emprego, nem uma tarefa que ocupa parcialmente a jornada, como outros trabalhos. Para São Josemaría não existem âmbitos da existência pessoal que não sejam sacerdotais: até nas situações aparentemente mais intranscendentes, ou nas ocupações profanas, o sacerdote é sempre sacerdote, escolhido entre os homens, constituído em favor dos homens (Cf. Hb 5, 1).

Plenamente congruente com esse “emprestar meu corpo a Senhor” é o dom do celibato sacerdotal. Em meio do mundo, que facilmente tende a banalizar a dignidade do corpo, cobra especial significado entregar totalmente o corpo a Nosso Senhor Jesus Cristo na celebração eucarística. O celibato de Jesus Cristo ilumina com toda sua força e resplendor o celibato do sacerdote. Cristo, nos seus anos de existência terrena e na vida da sua Igreja, demonstrou a que grau extraordinário de paternidade e maternidade, de caridade sem limites, pode-se chegar com esse dom.
Ao longo da sua grande experiência pastoral, São Josemaría experimentou continuamente a necessidade de uma forte identidade sacerdotal: não é verdade que os cristãos desejam ver no sacerdote um homem a mais; o povo cristão, o que deseja do sacerdote é que seja sacerdote. Na sociedade atual, onde poucos pretendem ofuscar a Deus, os cristãos necessitam perceber com mais razão ainda a presença de Cristo no sacerdote; necessitam e esperam, em palavras de São Josemaría, “que se destaque claramente o caráter sacerdotal: esperam que o sacerdote reze, que não se negue a administrar os Sacramentos, que esteja disposto a acolher a todos sem constituir-se em chefe ou militante de bandeiras humanas, sejam do tipo que sejam; que ponha amor e devoção na celebração da Santa Missa, que se sente no confessionário, que console os enfermos e aos afligidos; que dê doutrina na catequese de crianças e adultos, que pregue a Palavra de Deus e não qualquer tipo de ciência humana que – embora conhecesse perfeitamente – não seria a ciência que salva e leva à vida eterna; que tenha conselho e caridade com os necessitados. Em uma palavra: se pede ao sacerdote que aprenda a não estorvar a presença de Cristo nele” (São Josemaría, Homilia Sacerdote para a eternidade, 13-IV-1973).

Fonte: http://www.presbiteros.com.br/
Imagem: Cristo Sacerdote.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pe.Hélio: 25 anos de Sacerdócio

Louvor a Deus!
No último dia 26 de novembro em Ururaí, foram celebradas lindas Missas em comemoração dos 25 anos de Sacerdócio de Padre Hélio, grande colaborador também de nossa Comunidade. Pela manhã as 10h foi realizada uma Missa com a presença de seus parentes e irmãos de sacerdócio, além da presença do Bispo Dom Rifan e Dom Roberto Guimarães. À noite as 19h uma Santa Missa para as comunidades amigas e amigos de Pe.Hélio.
Capela Nossa Senhora da Conceição - Ururaí. Crianças da catequese cantam em coral para homenagear Pe.Hélio.

Aqui, alguns momentos com o Pe.Hélio em nossa Comunidade:

Que o Senhor o abençoe e o guarde e o faça feliz nesta terra!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Celibato Clerical: quem puder entender, entenda.

Antes de mais nada, é preciso dizer que o celibato de padres e freiras, bem como de todos aqueles que fazem voto de castidade perante Deus e a Igreja, não é um Dogma (matéria de fé), mas apenas uma norma disciplinar interna da Igreja.
Como tal, a Igreja poderá alterar esta disposição (como já fez) ao longo do tempo. Da mesma forma, não há obrigação para que os católicos concordem incondicionalmente com tal regra. No entanto, devido a tantas confusões que o público faz quando se trata do assunto, é interessante saber porque a Igreja optou pelo celibato de seus religiosos.
Na verdade, os clérigos optaram por um outro tipo de matrimônio: um casamento com a Igreja. Assim, um sacerdote, que não tem os deveres de pai e toda as preocupações que são inerentes a um chefe de família, pode se dedicar plenamente a sua paróquia, a sua missão de evangelizador.

Dos doze apóstolos, três eram casados (incluindo São Pedro, o primeiro Papa), mas nove eram celibatários. O próprio Jesus Cristo se manteve casto.

Com o tempo, os bispos e presbíteros da Igreja vão percebendo que esta condição mais próxima de Cristo era também a mais eficaz para o trabalho de evangelização. De fato, um pai de família não tem o mesmo tempo para cuidar da messe que um solteiro. Sem falar em outras questões, como a necessidade de se deslocar de uma região para outra.
Neste sentido, é que em 303 d.C. o Concílio de Elvira (Espanha) recomenda o celibato como norma para os religiosos. Na verdade, o Concílio apenas foi de encontro a uma realidade que já se fazia presente na Igreja.
Da mesma forma que várias instituições têm suas normas internas, a Igreja também as têm, com todo o dever e legitimidade para tanto. Ninguém é obrigado a ser padre, freira ou monge, mas caso decida por esta bela opção de vida, sabe das responsabilidades que está para assumir. Mutatis mutandis, é como quem decide entrar para as forças armadas: sabe das restrições que esta decisão implica, e mesmo dos riscos (tipo ser chamado para a guerra), mas se o faz, entende-se que há um ideal maior a justificar.

Haveria ideal maior do que procurar servir plenamente a Cristo?

Quanto a simples alegações dizendo que "o celibato vai contra a natureza do homem", tal não pode ser considerado, a menos que queiramos reduzir o homem a uma função meramente sexual, quase animalesca, esquecendo que se trata de um ser inteligente, dotado de alma e de ideais. E quanto não foram os exemplos de homens e mulheres que viveram feliz em sua condição de celibatário?
O exemplo típico é o de Santo Agostinho, que antes vivera em concubinato e, depois de converso ao Catolicismo, chega a exaltar o celibato, até mesmo de forma um tanto exagerada.

Mas para não ficarmos apenas no Cristianismo (o que já é mais do que suficiente), devemos lembrar do próprio Gandhi, que deixou a mulher para melhor lutar pelo ideal de libertação de sua pátria.
O que a sociedade moderna não entende é este "contra-testemunho" de pessoas que insistem em se manter castas, quando tudo "conspira contra", a começar pelos meios de comunicação em massa, que elegeram o sexo como um elixir mágico para todos os males.
Obviamente o sexo em si não é algo condenável. Pelo contrário, faz parte do Matrimônio, Sacramento da Igreja, exercendo a função de complementação entre o homem e a mulher, bem como a geração da vida. Funções, aliás, bem mais nobres do que outras que a sociedade moderna elegeu como justificativas das libertinagens a que hoje assistimos.

Mas, e a Bíblia, o que diz?
Os fundamentalistas em uma ponta, e os liberais em outra, dizem que o celibato é condenado pelas próprias Escrituras.
Neste sentido, citam versículos do tipo: "Crescei e multiplicai-vos". Ora, este é um mandamento para a humanidade em geral, e não para cada indivíduo. Se fosse assim, João batista, Cristo, São Paulo e boa parte dos apóstolos estariam, de cara, desobedecendo uma das recomendações que consta logo no início da Bíblia.

O próprio Cristo em Mt 19, 12 exalta o celibato:
"Pois há homens incapazes para o casamento porque assim nasceram do ventre da mãe; há outros que assim foram feitos pelos homens, e há aqueles que assim se fizeram por amor do reino dos céus. Quem puder entender, que entenda".

Quem puder entender, entenda...!

Mas Cristo continua:
"E todo aquele que deixar casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou campos por amor de meu nome, receberá cem vezes mais e possuirá a vida eterna." (Mt 19,29).
São Paulo endossa tal posicionamento:
Quisera que todos os homens fossem como eu; mas cada um tem de Deus a sua própria graça; este uma, aquele outra. Contudo, aos não-casados e às viúvas eu digo: é melhor para eles que permaneçam como eu." (1Cor 7,7-8)
Ou ainda:
"Estás ligado a mulher? Não procures a separação. Estás livre de mulher? Não procures mulher." (1Cor 7,27)
"Eu vos quereria livres de cuidados. O celibatário cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado deverá cuidar das coisas do mundo, de como agradar à sua mulher, e assim está dividido. A mulher não casada e a virgem só se preocupam com as coisas do Senhor, com ser em corpo e em espírito. Porém a casada se preocupa com as coisas do mundo, como agradar ao marido. Isto vos digo para vossa conveniência, não para vos armar um laço, senão olhando ao que é melhor e ao que vos permite unir-vos mais ao Senhor, livres de impedimentos." (1Cor 7,32-35)

Por outro lado, quando São Paulo recomenda a São Timóteo que "o epíscopo tem o dever de ser irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, modesto, hospitaleiro, capaz de ensinar" (1Tim 3,2) não está obrigando São Timóteo a casar. Nem podia: um celibatário escrevendo para outro, mandando-o casar? Não faz o menor sentido!
O que São Paulo diz é para São Timóteo ser diligente na escolha de novos bispos, já que estes precisam ser pessoas exemplares para a comunidade. Só. Quem ler o trecho bíblico citado, com um mínimo de sensatez, não pode dar outra interpretação.

Se há clérigos que, infelizmente, não cumpriram os seus votos, isto não pode ser usado como desculpa para dizer que o celibato é imprestável, inviável, etc. Se fosse assim, toda e qualquer lei devia ser abolida, em respeito a seus infratores!

sábado, 8 de maio de 2010

Quinta- feira pelos sacerdotes

“E, do céu, apareceu-Lhe um Anjo, para O confortar”. (Lc 22,143)

O que é?
Toda quinta-feira celebramos a Passio Domini na Comuinidade, onde acompanhamos Jesus no seu sofrimento no Horto das Oliveiras e intercedemos pelos pecadores, pelos que mais precisam, pelos ultrajes a qual a Igreja é ofendida e principalmente pelos sacerdotes. Porque não você nos ajudar nessas orações??

CRISTO, na Última Ceia, em Quinta-feira Santa, instituiu o sacerdócio e a Eucaristia. Nessa mesma noite, Ele - o Sumo Sacerdote - em agonia no Horto das Oliveiras, foi assistido pelo Anjo, a fim de receber do Coração do PAI a força necessária para realizar o Sacrificio da Redenção.
O povo cristão habituou-se desde há muito a comemorar essa Agonia de CRISTO, fazendo as quintas-feiras uma vigília de oração em união com EIe, segundo a palavra dirigida aos Apóstolos: “Vigiai e orai comigo”.
A estima que temos pelos sacerdotes obriga-nos a iniciarmos uma campanha a seu favor e oferecermos os frutos espirituais da mesma aos nossos padres, num cálice cheia de fortaleza.

Ofereçamos neste dia tudo a seu favor:

a Santa Missa,
a Sagrada Comunhão,
as orações,
o terço,
os trabalhos,
as dores e os sacrifícios,
todas as boas obras,
uma vigília, em união
com CRISTO no Horto.

É CRISTO na Sua agonia que nos suplica: não esqueçais os vossos sacerdotes Confio-os aos vossos corações Recomendo-os a vós! Sacrificai-vos e rezai por e1es!
Assim poderemos ser seus auxiliares, mesmo na doença. Assim poderemos dar-lhes “UM CALICE DE FORTALEZA”.


Fonte:Adaptação de http://www.jam.org.pt/

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um ano sacerdotal

O Papa Bento XVI decidiu proclamar um Ano Sacerdotal por ocasião do 150º aniversário da morte de Santo Cura d'Ars, João Maria Vianney, que foi modelo de pastor inteiramente dedicado ao Serviço do Povo de Deus.

«Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote» - é o tema deste ano que começa a 19 de Junho de 2009 e será encerrado pelo Papa no dia 19 de Junho de 2010, com um Encontro Mundial Sacerdotal na praça de São Pedro.

Deste Cristo, o sacerdote recebe o seu código genético, ele não é do mundo, por isso, não é atribuição do mundo definir segundo critérios e concepções horizontais a sua identidade. Nem é fruto de condições sócio-culturais ou religiosas favoráveis, é puro dom de Deus concedido antes de mais e sobretudo à comunidade cristã para a edificação da Igreja (S. Tomás).

Mas é também um dom para agradecer. "Ele foi ordenado para actuar em nome de Cristo-Cabeça, para ajudar os irmãos a entrar na vida nova aberta por Cristo, para lhes dispensar os seus mistérios: a Palavra, o perdão e o Pão da Vida, para os reunir no seu Corpo e ajudá-los a formar-se interiormente, para viver e actuar segundo o desígnio salvífico de Deus" (João Paulo II). E agradecer mesmo quando isto não é possível porque as circunstâncias são adversas, a simples presença, o testemunho silencioso de fé em ambientes indiferentes ou não cristãos...

Porque o sacerdócio ministerial é um sinal do amor salvador que o Senhor Jesus dedica à Igreja, uma comunidade que não pode criá-lo antes deve estar disposta a aceitá-lo, porque o recebe do Espírito, não pode, senão obedecer ao mandato de Jesus: Rogai ao Senhor da Messe para que envie trabalhadores para a sua messe (Mt 9,38)

Será ainda um ano naturalmente importante para os padres, para que reavivam o dom que lhes foi conferido pela imposição das mãos, cuidando-o em si próprios. "Diariamente somos chamados à conversão. Mas, neste Ano, o somos de um modo todo particular, juntamente com todos os que receberam o dom da ordenação sacerdotal. Para que conversão? Converter-se para ser sempre mais autenticamente aquilo que somos. Conversão à nossa identidade eclesial para que o ministério seja totalmente consequente com tal identidade, a fim de que uma renovada e gozosa consciência do nosso "ser" determine o nosso "agir", ou melhor, ofereçamos espaço a Cristo Bom Pastor, a fim de que viva em nós e actue através de nós" (D. Mauro Piacenza). Não apenas a partir das perspectivas dos instrumentos e instituições eclesiais de comunhão mas a partir dos processos reais pessoais da própria comunhão.

Referência incontornável deste Ano Sacerdotal será sem dúvida o Santo Cura d'Ars, de quem se celebra século e meio sobre a sua morte. Por si só, pastor sem igual - como o definiu João Paulo II - cumprimento pleno do ministério sacerdotal e da santidade do ministro, poderia constituir todo um programa para este ano. João Maria Vianney morreu em Ars a 4 de Agosto de 1859, depois de quarenta anos de entrega abnegada, quando contava setenta e três anos.

Quando chegou a Ars encontrou um povo esquecido da arquidiocese de Lyon, que é actualmente de Belley. No final da sua vida, ali acorriam pessoas de toda França, e a sua fama de santidade, após a sua morte, cedo chamou a atenção da Igreja Universal. São Pio X beatificou-o em 1905, Pio XI canonizou-o em 1925 e em 1929 declarou-o patrono dos párocos de todo mundo. "A sua paróquia que apenas tinha 230 pessoas, com a sua chegada, mudará profundamente. Recordamos que naquele povo havia muita indiferença e muito pouca prática religiosa entre os homens. O bispo tinha advertido João Maria Vianney: "Não há muito amor a Deus nesta paróquia, tu o porás". Mas muito cedo, inclusive de fora do seu povo, o Cura veio a ser o pastor de uma multidão que chega de toda a região, de diversas partes de França e de outros países. Fala-se de 80.000 pessoas no ano 1858. Têm que esperar às vezes muitos dias para o poder ver e se confessar. O que atrai não é certamente a curiosidade nem a própria reputação justificada, pelos milagres e curas extraordinárias, que o santo procurava ocultar. É sobretudo o pressentimento de encontrar um santo, surpreendente pela sua penitência, tão familiar com Deus na oração, que sobressai pela sua paz e a sua humildade no meio do sucesso junto do povo, e sobretudo tão intuitivo para corresponder às disposições interiores das almas e libertá-las dos seus pesos, particularmente no confessionário." (João Paulo II)

Seja este Ano Sacerdotal ocasião para compreender na fidelidade de Cristo o caminho para a fidelidade do sacerdote, de cada baptizado e de toda a Igreja.

Pe. Jorge Madureira,Secretário Comissão Episcopal Vocações e Ministérios

Fonte:www.jam.org.br

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A grandeza do celibato no sacerdócio

Na Igreja Católica Ocidental, o celibato se tornou uma prática universal no século IV, a começar com a adoção de Santo Agostinho pela disciplina monástica para todos os seus sacerdotes. Além das várias razões práticas para esta disciplina – presumia-se que ela desencorajava o nepotismo – o estilo de vida celibatário fazia com que os padres fossem mais independentes e disponíveis. Este ideal também sensibilizou os padres diocesanos para que vivenciassem o mesmo testemunho de seus irmãos de vida monástica. A Igreja não mudou suas diretrizes sobre o celibato, porque através dos séculos ela percebeu o valor prático e espiritual deste costume (Pope Paulo VI, “On the Celibacy of the Priesthood”, Encyclical letter, 1967). De fato, até mesmo na Igreja Católica de Rito Oriental – que aceita padres casados – os bispos são escolhidos somente entre os padres solteiros. Cristo revelou o significado e o valor verdadeiro do celibato. Os padres católicos desde São Paulo até hoje imitam-no na auto-doação total a Deus e aos outros como celibatários. Embora Cristo tenha elevado o casamento ao plano de um sacramento que revela o amor e a vida da Trindade, Ele também era testemunha viva da vida no mundo que a de vir. O sacerdócio celibatário é para nós uma testemunha viva para esta vida na qual a unidade e a alegria do casamento entre um homem e uma mulher é superada na comunhão amorosa perfeita entre homem e Deus. O celibato devidamente compreendido e vivido libera a pessoa para amar e servir os outros como Cristo fez. Durante os últimos quarenta anos, o celibato tem sido uma testemunha ainda mais poderosa para o sacrifício de homens e mulheres que se oferecem a serviço de suas comunidades.

O celibato dos padres não os leva à pedofilia.

O celibato não tem nenhuma relação de causa com nenhum tipo de vício sexual, incluindo a pedofilia. Na verdade, homens casados são tão suscetíveis à violência sexual de crianças como os padres celibatários (Jenkins, “Priests and Pedophilia”). Na população em geral, a maioria dos violentadores são homens heterossexuais reprimidos que violentam sexualmente meninas. Também se encontram mulheres entre os violentadores sexuais.

Mesmo sendo difícil obter estatísticas precisas sobre abuso sexual infantil, os padrões característicos do violentador sexual em série de crianças tem sido bem explicados. Os perfis do molestador de crianças jamais incluiu adultos normais que são atraídos eroticamente pelas crianças como resultado de abstinência. (Fred Berlin, “Compulsive Sexual Behaviors” in Addiction and Compulsion Behaviors [Boston: NCBC, 1998], Patrick J. Carnes, “Sexual Compulsion: Challenge for Church Leaders” in Addiction and Compulsion; O’Leary, “Homosexuality and Abuse”).

Algumas pessoas – incluindo alguns católicos dissidentes – estão explorando esta crise para atrair a atenção do público para suas causas próprias. Alguns estão exigindo a condição de casamento para o clero católico em resposta ao escândalo, como se o casamento fosse fazer com que os homens parassem de machucar as crianças. Isto vai de cara com a estatística mencionada acima de que os homens casados são tão suscetíveis a abusar de crianças quanto qualquer celibatário. (Jenkins, “Pedophilia and Priests”). Já que nem o fato de ser católico nem o de ser celibatário predispõe uma pessoa a desenvolver pedofilia, o casamento do clero não resolveria o problema (“Doctors call for pedophilia research”, The Hartford Courante, March 23). Basta olhar para crises parecidas em outras denominações e profissões para ver isto. É fato concreto que jamais se soube que homens heterossexuais física e psicologicamente saudáveis tenham desenvolvido atrações eróticas por crianças como resultado de abstinência sexual.

Fonte: Adaptação do texto "Desfazendo mitos sobre pedofilia envolvendo sacerdotes" do blog do Professor Felipe Aquino.
Nosso maior exemplo de sacerdote celibatário: Jesus.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Orar por santos sacerdotes

Bom dia a todos! A PAZ!
Uma das nossas práticas na Comunidade é orar pelos sacerdotes do mundo inteiro, principalmente os que sofrem tribulações, perseguições, esfriamento da fé, pobreza, necessidades, efim, unimos nossas orações em favor deles. Aqui vai um história, sim uma História com H e não uma Estória, de um entre milhares de fatos que beneficiam os sacerdotes e novas vocações sacerdotais pela simples intercessão seja de um fiel leigo a um religioso:



O BARÃO WILHELM EMMANUEL KETTLER (1811-1877)
Todos nós devemos o que somos e a nossa vocação às preces e aos sacrifícios dos outros. No caso do famoso bispo Ketteler, excelente personagem do episcopado alemão do século XIX e figura de destaque entre os fundadores da sociologia católica, a benfeitora foi uma religiosa conversa, a última e a mais pobre freira do seu convento.Em 1869 estavam juntos o bispo de uma diocese na Alemanha e o seu hóspede, o bispo Ketteler de Mainz. Durante a conversa o bispo elogiava as tantas obras benéficas do seu hóspede. Mas o bispo Ketteler explicou ao seu interlocutor: “Tudo o que alcancei com a ajuda de Deus, devo-o às preces e ao sacrifício de uma pessoa que não conheço. Posso somente dizer que alguém ofereceu a Deus a sua vida em sacrifício para mim e graças a isso tornei-me sacerdote ”. E continuou: “Antes eu não me sentia destinado ao sacerdócio. Eu havia prestado alguns exames na faculdade de direito e desejava fazer uma rápida carreira que me permitisse ter um lugar de prestígio no mundo, ser respeitado e ganhar muito dinheiro. Um evento extraordinário porém impediu-me tudo isso e conduziu a minha vida noutras direcções. Uma noite, enquanto estava sozinho no meu quarto, abandonei-me aos meus sonhos de ambição e aos planos para o futuro. Não sei o que me aconteceu, não sei se estava acordado ou não. O que eu via era a realidade ou um sonho? Só uma coisa sei com certeza: vi aquilo que sucessivamente provocou a reviravolta da minha vida. Claro e límpido, Cristo estava por cima de mim numa nuvem de luz e mostrava-me o seu Sagrado Coração. Frente a Ele estava uma freira ajoelhada com as mãos erguidas em posição de imploração. Da boca de Jesus ouvi as seguintes palavras: ‘Ela reza ininterruptamente por ti!”. Eu via com clareza a figura da irmã, e a sua fisionomia impressionou-me de maneira tão forte que ainda hoje a tenho frente aos meus olhos Ela parecia-me uma simples conversa. A sua roupa era pobre e rude, as suas mãos avermelhadas e calosas pelo trabalho pesado. Qualquer coisa tinha sido, um sonho ou não, para mim foi extraordinário pois fui atingido no íntimo e a partir daquele momento resolvi consagrar-me inteiramente a Deus no serviço sacerdotal. Recolhi-me num mosteiro para os exercícios espirituais e conversei sobre tudo isto com o meu confessor. Comecei os estudos de teologia aos trinta anos. O resto, o senhor já conhece. Se agora o senhor acredita que algo de bom foi feito com a minha intermediação, saiba de quem é o mérito: daquela irmã que rezou por mim, talvez sem sequer me conhecer.Tenho a certeza que por mim se rezou e ainda se reza em segredo e que sem aquela prece eu não poderia alcançar a meta à qual Deus me destinou”.

A IRMÃ DO ESTÁBULO
No dia seguinte o bispo Ketteler foi visitar um convento de freiras na cidade próxima e celebrou para elas a S. Missa na capela. Quando estava prestes a terminar a distribuição da S. Comunhão, já na ultima fileira, o seu olhar deteve-se sobre uma irmã. O seu rosto empalideceu e ele ficou imóvel, mas recompos-se e deu a comunhão à freira que não percebera nada e estava devotamente ajoelhada. E concluiu serenamente a liturgia. Para o café da manhã chegou ao convento também o bispo do dia anterior. O bispo Ketteler pediu à madre superiora que lhe apresentasse todas as irmãs e elas vieram imediatamente. Os dois bispos aproximaram-se e Ketteler cumprimentava-as observando-as, mas via-se com clareza que não encontrava o que estava a procurar. Em voz baixa dirigiu-se à madre superiora: “Estão todas aqui as irmãs?” Ela olhou para o grupo e respondeu: “Excelência, mandei chamá-las todas mas de facto falta uma!”. “E porque não veio?” A madre respondeu: “Ela cuida do estábulo, e de maneira tão exemplar que às vezes no seu zelo esquece-se das outras coisas”. “Desejo conhecer esta irmã”, disse o bispo. Pouco depois a freira chegou. Ele empalideceu e após ter dirigido algumas palavras a todas as freiras pediu para ficar a sós com ela. “Você conhece-me?” perguntou. “Excelência, eu nunca o vi!”. “Mas você rezou e ofereceu boas obras por mim?” perguntou Ketteler. “Não tenho consciência disto, pois não sabia da existência de Vossa Excelência”. O bispo ficou alguns instantes imóvel em silêncio, depois continuou com outras perguntas. “Quais devoções ama mais e pratica com maior frequência?” “A veneração ao Sagrado Coração”, respondeu a irmã. “Parece que você tem o trabalho mais pesado de todo o convento!” continuou. “Ah não, Excelência! Certamente não posso negar que às vezes me repugna”. “Então o que é que faz quando é atormentada pela tentação?”. “Acostumei-me a enfrentar, por amor a Deus, com zelo e alegria todas as tarefas que me custam muito e depois oferecê-las por uma alma no mundo. Será o bom Deus a escolher a quem dar a Sua graça, eu não quero saber. Também ofereço a hora de adoração da noite, das vinte às vinte e uma horas, para essa intenção”. “E como teve a ideia de oferecer tudo isto por uma alma?” ”E’ um costume que eu já tinha quando ainda vivia no mundo. Na escola o pároco ensinou-nos que devíamos rezar pelos outros como se faz para os próprios parentes. E também acrescentava: ‘Seria necessário rezar muito por aqueles que correm o risco de se perderem para a eternidade. Mas visto que só Deus sabe quem tem mais necessidade, a coisa melhor seria oferecer as orações ao Sagrado Coração de Jesus, confiantes na sua sabedoria e omnisciência’. E eu assim fiz, e sempre acreditei que Deus encontra a alma certa”.

DIA DO ANIVERSÁRIO E DIA DA CONVERSÃO
“Quantos anos tem?” Perguntou Ketteler. “Trinta e três anos, Excelência”. O bispo, impressionado, interrompeu um instante e depois perguntou: “Quando nasceu?” A irmã disse o dia do seu nascimento. O bispo então fez uma exclamação: tratava-se exactamente do dia da sua conversão! Ele vira-a exactamente assim, à sua frente como estava naquele momento. “Você não sabe se as suas preces e os seus sacrifícios tiveram sucesso?” “Não, Excelência”. “E não gostaria de saber?”. “O bom Deus sabe quando fazemos algo de bom, isso me basta”, foi a simples resposta. O bispo estava abalado: “Então, pelo amor de Deus, continue com essa obra!”. A irmã ajoelhou-se à sua frente e pediu a bênção. O bispo levantou solenemente as mãos e com profunda comoção disse: “Com os meus poderes episcopais, abençôo a sua alma, as suas mãos e o trabalho que elas cumprem, abençôo as suas orações e os seus sacrifícios, o seu domínio de si e a sua obediência. Abençôo-a a si, principalmente para a sua última hora e peço a Deus que a assista com a Sua consolação”. “Amém”, respondeu pacata a irmã e afastou-se.

UM ENSINAMENTO PARA A VIDA INTEIRA
O bispo estava abalado no seu íntimo. Aproximou-se da janela para olhar para fora, tentando reconquistar o seu equilíbrio. Mais tarde despediu-se da madre superiora e voltou à casa do seu amigo e coirmão. E confidenciou-lhe: “Agora encontrei aquela à qual devo a minha vocação. É a última e a mais pobre conversa do convento. Não poderei nunca agradecer a Deus o bastante pela Sua misericórdia, porque aquela freira reza por mim há quase vinte anos. Deus porém já havia aceite a sua prece e também tinha previsto que o dia do seu nascimento coincidisse com o dia da minha conversão; depois, Deus acolheu as orações e as boas obras daquela irmã. Que ensinamento e que advertência para mim! Se um dia cair na tentação de me orgulhar pelos eventuais sucessos e pelas minhas obras frente aos homens, devo sempre lembrar que tudo me vem da graça e da oração e do sacrifício de uma pobre serva que está no estábulo de um convento. E se um trabalho insignificante me parecer de pouco valor, devo reflectir sobre isto: o que aquela serva faz com humilde obediência a Deus e oferece em sacrifício com domínio de si, tem um valor tão grande perante Deus que as suas obras criaram um bispo para a Igreja!”.

Fonte:http://www.jam.org.pt/index.php option=com_content&task=view&id=874&Itemid=238

Colaboração: Luciana (Com.Aliança Eterna)