Das muitas histórias contadas em torno da figura do Padre Pio de
Pietrelcina, aquelas relacionadas às suas febres ocupam páginas
particularmente impressionantes. No período em que era forçado a
abandonar o convento para cuidar de sua saúde em casa, o frade italiano
experimentava febres altíssimas, sem registros em toda a história
médica, de modo que, não fossem os relatos e as observações de
profissionais, se pensaria que os testemunhos a este respeito tinham
sido inventados.
O corpo de Pio chegava a temperaturas tão elevadas que os termômetros
normais chegavam a arrebentar. Em carta enviada a uma de suas filhas
espirituais, a 9 de Fevereiro de 1917, ele contava: “Sinto que melhorei.
A febre tão alta, que não havia termômetro capaz de medi-la, deixou-me
há já alguns dias”. Em outra de suas cartas, ele acrescentava: “O calor
da febre era tão excessivo, que fazia rebentar o termômetro”.
O Padre Paolino de Casacalenda, guardião do convento de San Giovanni
Rotondo, conta que, na primeira vez em que se encontrou com o Padre Pio,
este estava de cama. Vendo-o “com o rosto afogueado e a respiração um
pouco difícil”, decidiu tirar-lhe a febre: “Qual não foi o meu espanto
quando, ao retirar o termômetro, me apercebi que o mercúrio, chegado aos
42 graus e meio, ou seja, ao ponto extremo dos termômetros vulgares,
tinha feito pressão e, não podendo sair, tinha quebrado o reservatório
onde estava encerrado”. Curioso para saber até onde ia a febre de Pio,
Paolino pegou um termômetro de banho e ficou ainda mais assombrado
quando viu “na coluna que o mercúrio tinha atingido os 52 graus”.
Naquele momento, o frade ficou convencido de que se encontrava “frente a
um indivíduo fora do vulgar”.
O Padre Raffaele de Sant’Elia de Pianisi, que viveu muitos anos com o
Padre Pio, conta que, em 1934, quando Dom Bosco foi canonizado, o seu
termômetro subiu a 53 graus de febre. “Vi-o com os meus próprios olhos. O
Padre, na sua cama, parecia autêntico fogo, devido ao calor. Para lhe
tirar a febre, tínhamos utilizado um termômetro de banho”. Algumas
pessoas que assistiram à canonização de São João Bosco contam ter visto o
Padre Pio em Roma, durante a cerimônia. “Eu sei muito bem que naquele
dia o Padre Pio estava de cama, e não posso dizer até que ponto tais
afirmações eram verdadeiras”, diz o Padre Raffaele. “De resto, tudo era
possível ao Padre Pio, de quem se contavam tantos casos de bilocação”.
O doutor Giorgio Festa, que cuidou por muito tempo da saúde do frade de
Pietrelcina, examinou regularmente a sua temperatura, duas vezes por
dia, no decorrer de várias semanas. Para tanto, levou consigo “um
termômetro especial, que serve para as experiências científicas e que é
de uma precisão absoluta”. Os registros variavam de 36,2 graus a
impressionantes 48,5 graus. “Quando era atingido por temperaturas tão
elevadas,” escreveu o médico, “o Padre Pio parecia sofrer muito, sendo
tomado por grande agitação na cama, mas sem delirar e sem as
perturbações comuns que habitualmente acompanham alterações febris
significativas. Ao fim de um ou dois dias, tudo regressava ao seu estado
normal.”
Interessado pelo caso do Padre Pio, o doutor Festa correu atrás de
investigações específicas e descobriu que, das temperaturas mais altas
até então registradas pelos médicos, nenhuma passava dos 44 graus, tendo
tais ocorrências recebido o nome de “agônicas” ou “pré-agônicas”, pois
eram fatalmente seguidas de morte.
Tantos episódios, respaldados não só pelos relatos de quem convivia com
São Pio de Pietrelcina, como pela própria ciência médica, são
verdadeiramente milagres. Aliás, é impossível compreender a vida deste
santo sacerdote sem recorrer ao auxílio sobrenatural. Toda a sua
existência nesta terra foi inteiramente devotada a uma contínua e cada
vez mais profunda manifestação de Deus, pela qual o santo assumiu para
si as palavras do Apóstolo: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em
mim” (Gl 2, 20).
De fato, a vida dos santos está repleta de histórias como essas, cheias
de fatos extraordinários e comoventes, capazes de mexer com o coração
até do cético mais obstinado. A caridade cristã realmente supera todas
as medidas humanas e, à semelhança de Cristo, que declarou ter vindo
lançar fogo sobre a terra (cf. Lc 12, 49), também os santos vieram
incendiar a humanidade com a chama do divino amor.
Fonte: Por Equipe Christo Nihil Praeponere