“Não vamos conseguir mudar nada, mas ao menos eu fiz a minha parte...”
A
maioria de nós já ouviu esta frase (e mais de uma vez!). Mas o fato
de ela ser comum, não faz com que seja espiritualmente menos doente.
Mas me entendam bem.
É verdade que “passa a figura deste mundo” e que devemos lutar para
alcançar o prêmio celeste. É também verdade que sonhar com um paraíso
utópico neste mundo não faz parte da esperança cristã.
Mas Nosso Senhor nos deu esta vida para vivê-la! Por isto, a esperança
da vida no céu não nos autoriza a desistir da vida na terra. Não é
cristão praticar uma “eutanásia espiritual” de nossos projetos aqui
neste mundo. A luta contra a maldade e a promoção do bem comum tem que
obter resultados e não somente nos santificar!
Se sou cristão, eu tenho que desejar que o mundo ao meu redor vá
ficando um pouco melhor. Deus me colocou neste mundo para ser um
instrumento EFICIENTE em suas mãos.
Devo confessar, porém, que eu também já fui atacado por este demônio,
por esta tentação do “não adianta!...”. E o que não me deixou cair?
Claro! Deus e sua graça, a Virgem Maria, os anjos, os santos, a vida
espiritual e... (você vai se surpreender!)... o testemunho dos leigos.
Homens e mulheres de Deus me demonstraram, com a vida, que devo esperar contra toda esperança (cf. Rom 4, 18).
É o casal de noivos que aguarda o matrimônio na castidade mas, desde já,
adota uma criança salva do aborto. O professor que, com o apoio de
mulher e filhos, deixa a direção de uma escola renomada para se dedicar à
defesa da vida e da família. O empresário que, enfrentando os limites
da saúde física, volta a estudar para melhor servir. A especialista em
bioética que enfrenta o furor das feministas. O doutor que renuncia a um
brilhante carreira acadêmica para ajudar os irmãos. (“Eu era um porco
gordo! Precisava dar meu toicinho aos outros”).
Até no campo da política, onde eu achava que já estava tudo perdido,
Deus me fez viajar alguns milhares de quilômetros ao lado de um deputado
para chegar à conclusão: a vida de um leigo pode evangelizar um padre!
Às portas do Campeonato Mundial de Futebol, o testemunho destes leigos e
leigas me recordam o que eu devo fazer para receber uma copa, um
troféu, quando chegar na Pátria do céu: preciso jogar no time que faz
gols aqui na terra!
“Corro, mas não sem rumo certo. Dou golpes, mas não no ar” (1Cor 9, 25-27).
Por Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior
https://padrepauloricardo.org/blog
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