Quem vai a Portugal, principalmente com intuito de realizar também um turismo religioso, acaba sendo absorvido pela Peregrinação indispensável ao Santuário de Fátima, bem como aos pelos Santuários de Braga, pelos Mosteiros que são Patrimônios da Humanidade pela UNESCO, que se distribuem por toda Portugal (como os de Batalha, Alcobaça, Lisboa, Tomar, para citar alguns), como não dar um pulo bem rápido em Santarém e contemplar o Milagre Eucarístico tão de pertinho?
Porém...muitos passam bem longe, apesar de ser caminho de muitos locais de turismo, da vila pequenina e talvez escondida de Balasar, situada na região de Póvoa de Varzim (distando por alto 32km de Braga). Seja por desconhecimento da existência desse local (até mesmo os próprios portugueses nunca ouviram falar!!) e o que nele há, seja por difícil acesso (nada que um GPS não resolva), e talvez o principal motivo a falta de divulgação da vida e menssagem da Beata Alexandrina.
Balasar hoje conta com um Santuário erigido em honra a essa Beata, com um testemunho de vida cristã incrível. Não somos teólogos, mas falamos sem medo de errar que pode ser uma das grandes místicas de nossa Igreja. Compõe no Santuário uma Igreja com Adoração Eucarística perpétua, dispostos nas laterais da Igreja estão em exposição permanente os objetos usados durante a vida da Beata. Na lateral, ao lado do Altar encontramos o Túmulo de Alexandrina, local mais visitado e as Relíquias da própria e dos Beatos Jacinta e Francisco Marto, a quem tinha uma grande devoção.
Logo à frente da Igreja, a uns 50 metros temos uma minúscula Capela que protege a Cruz de Terra que apareceu naquele solo milagrosamente alguns anos antes do nascimento de Alexandrina (vide a história abaixo). Onde se reza e contempla a Via Sacra constantemente em grupos que se revezam em horários específicos.
Saíndo do Santuário, bem próximo, em uma região chamada de Calvário, subindo uma pequena colina, nos deparamos com a casa de Alexandrina, aberta a visitação do público. Onde a mesma viveu por anos acamada. Em frente a sua casa uma Construção que abriga uma Fundação que leva seu nome.
Segue algumas fotos desse lindo e singelo Santuário, que sem dúvida nenhuma ao visitá-lo, você sairá com uma bela reflexão sobre o amor de Deus.
Interior da Igreja - Altar Principal
Túmulo da Beata Alexandrina, localizado na lateral do Altar Principal da Igreja
Túmulo da Beata Alexandrina, localizado na lateral do Altar Principal da Igreja
Área externa do Santuário em honra a Beata Alexandrina
Quarto da Beata Alexandrina onde ela passou longos anos de sua vida acamada e onde teve experiências místicas. O quarto apresenta-se com a mesma decoração e objetos da Beata Alexandrina tal qual eram na época de sua vida.
Pequeno altar no interior do quarto da Beata, onde se celebra ocasionalmente a Santa Missa.
Janela da casa de Alexandrina que ela pulou para proteger sua pureza e que a deixou paraplégica para o resto da vida.
Familiares da Beata na escadaria que dá acesso a sua casa. Que se conserva até hoje, bem como todo o interior de sua casa, mantêm-se conservados tal qual como eram.
Criado mudo da sua cama, com a caneca que Alexandrina usava nos seus acessos de tosse.
Como chegar:
VIAS RODOVIÁRIAS
Auto-estrada LN A28: Porto-Viana do Castelo
• Saída 15 (Vila do Conde/Guimarães/Famalicão)
• Ligação à EN 206 (Beiriz/Touguinha) (Balasar a 12km da saída)
Auto-estrada A7: Vila do Conde-Vila Pouca de Aguiar
• Saída 3 (Rio Mau)
• Ligação à EN 206 (Balasar a 8km da saída)
Auto-estrada A3: Porto-Valença
• Saída 7 (Cruz)
• Ligação à EN 206 (Balasar a 19km da saída)
Estrada Nacional 13: Maia – Valença
• Ligação com EN 206 em Vila do Conde (Balasar a 14km da saída)
Estrada Nacional 104: Vila do Conde – Santo Tirso
CONTACTOS
AEROPORTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO (Porto)www.ana.pt
Tel.: (00 351) 229 432 400
E-mail: flyopo@ana.pt
(Dista 32 km de Balasar.)
RODOVIÁRIA D`ENTRE DOURO E MINHO SA (Vila Nova de Famalicão)
Tel: (00 351) 252 322 820
(Dista 15km de Balasar.)
RODOVIÁRIA D`ENTRE DOURO E MINHO SA (Póvoa de Varzim)
Tel: (00 351) 252 618 400
(Dista 19km de Balasar.)
METRO DO PORTO (Póvoa de Varzim)
www.metrodoporto.pt
Tel.: 225 081 000 / 808 20 50 60
E-mail: metro@metro-porto.pt
(Dista 19km de Balasar.)
COMBOIOS DE PORTUGAL (Trofa/V.N.Famalicão)
www.cp.pt
Tel.: 808 208 208 / 00 351 707 201 280
(Dista 12km de Balasar.)
CENTRAL TAXIS (Praça do Almada, Póvoa de Varzim)
Tel.: 252 622 364
Tel.: 252 621 066
(Dista 19km de Balasar.)
TAXIS (Balasar)
Tel.: 91 754 07 45
Tel.: 91 970 59 80
Acesse o site do Santuário e saiba mais sobre a vida dessa Beata: http://www.alexandrinadebalasar.com
Um resumo de sua vida (retirado do site do Vaticano - http://www.vatican.va):
ALEXANDRINA MARIA DA COSTA nasceu em Balasar, Póvoa de Varzim, Arquidiocese
de Braga, no dia 30 de Março de 1904, e foi baptizada no dia 2 de Abril, Sábado
Santo. Foi educada cristãmente pela mãe, junto com a irmã Deolinda.
Alexandrina viveu em casa até aos 7 anos. Depois foi para uma pensão dum
marceneiro na Póvoa de Varzim a fim de frequentar a escola primária que não
existia em Balasar. Fez a primeira comunhão na sua terra natal em 1911 e no ano
seguinte recebeu o sacramento da Crisma pelo Bispo do Porto.
Passados 18 meses, voltou a Balasar e foi morar com a mãe e a irmã na
localidade do “Calvário”, onde irá permanecer até à morte.
Robusta de constituição física, começou a trabalhar nos campos,
equiparando-se aos homens e a ganhar o mesmo que eles. A sua infância foi muito
viva: dotada de temperamento feliz e comunicativo, era muito querida pelas
colegas. Aos 12 anos, porém, adoeceu: uma grave infecção (uma febre tifóide,
talvez) colocou-a quase à morte. Superou a doença, mas a sua saúde ficou
abalada para sempre.
Aos 14 anos aconteceu um facto que seria decisivo para a sua vida.
Era Sábado Santo de 1918. Nesse dia, ela, a irmã Deolinda e mais uma mocinha
aprendiz, estavam a trabalhar de costura, quando perceberam que três homens
tentavam a entrar na sala onde se encontravam. Embora estivessem fechadas, os três
homens forçaram as portas e conseguiram entrar. Alexandrina, para salvar a sua
pureza ameaçada, não hesitou em atirar-se pela janela, de uma altura de quatro
metros. As consequências foram terríveis, embora não imediatas. De facto, as
várias visitas médicas a que foi sucessivamente submetida diagnosticaram, cada
vez com maior clareza, um facto irreversível.
Até aos 19 anos pôde ainda arrastar-se até a igreja, onde gostava de ficar
recolhida, com grande admiração das pessoas. A paralisia foi avançando cada
vez mais, até que as dores se tornaram insuportáveis; as articulações
perderam qualquer movimento; e ela ficou completamente paralisada. Era o dia 14
de abril de 1925 quando Alexandrina ficou definitivamente de cama. Ali haveria
de passar os restantes 30 anos de sua vida.
Até 1928 não deixou de pedir a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, a graça
da cura, prometendo que se sarasse partiria para as missões. Depois compreendeu
que a sua vocação era o sofrimento. Abraçou-a prontamente. Dizia: “Nossa
Senhora concedeu-me uma graça ainda maior. Depois da resignação deu-me a
conformidade completa à vontade de Deus e, por fim, o desejo de sofrer”.
São desse período os primeiros fenómenos místicos: Alexandrina iniciou uma
vida de grande união com Cristo nos Tabernáculos, por meio de Nossa Senhora.
Um dia em que estava só, veio-lhe improvisamente este pensamento: “Jesus, tu
és prisioneiro no Tabernáculo. E eu por tua vontade prisioneira na minha cama.
Far-nos-emos companhia”. Desde então começou a primeira missão: ser como a
lâmpada do Tabernáculo. Passava as noites como em peregrinação de Tabernáculo
em Tabernáculo. Em cada Missa oferecia-se ao Eterno Pai como vítima pelos
pecadores, junto com Jesus e segundo as suas intenções.
Quanto mais clara se tornava a sua vocação de vítima tanto mais crescia nela
o amor ao sofrimento. Comprometeu-se com voto a fazer sempre o que fosse mais
perfeito.
De sexta-feira, 3 de Outubro de 1938 a 24 de Março de 1942, ou seja por 182
vezes, viveu, em todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão:
Alexandrina,
superando o estado habitual de paralisia, descia da cama e com movimentos e
gestos, acompanhados de angustiantes dores, repetia, por três horas e meia, os
diversos momentos da Via Crucis.
“Amar, sofrer, reparar” foi o programa que o Senhor lhe indicou. Desde 1934,
a convite do padre jesuíta Mariano Pinho, que a dirigiu espiritualmente até
1941, Alexandrina punha por escrito tudo quanto, vez por vez, lhe dizia Jesus.
Em 1936, por ordem de Jesus, pediu ao Santo Padre, através do P. Pinho, a
consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria. Este pedido foi renovado
várias vezes até 1941, pelo que a Santa Sé interrogou três vezes o Arcebispo
de Braga a respeito de Alexandrina. No dia 31 de Outubro de 1942, Pio XII
consagrou o mundo ao Coração Imaculado de Maria com uma mensagem transmitida
de Fátima em língua portuguesa. Este acto foi repetido em Roma na Basílica de
São Pedro no dia 8 de Dezembro do mesmo ano de 1942.
Depois de 27 de Março de 1942, Alexandrina deixou de se alimentar, vivendo
exclusivamente da Eucaristia. Em 1943, por quarenta dias e quarenta noites,
foram rigorosamente controlados por médicos o jejum absoluto e a anúria, no
hospital da Foz do Douro, no Porto.
Em 1944, o novo director espiritual, P. Umberto Pasquale, salesiano, após
constatar a profundidade espiritual a que tinha chegado, animou Alexandrina a
continuar a ditar o seu diário; fê-lo com espírito de obediência até à
morte. No mesmo ano de 1944 Alexandrina inscreveu-se na União dos Cooperadores
Salesianos. E quis pôr o seu diploma de Cooperadora «em lugar bem visível a
fim de o ter sempre debaixo dos olhos» e colaborar com o seu sofrimento e as
suas orações para a salvação das almas, sobretudo juvenis. Rezou e sofreu
pela santificação dos Cooperadores Salesianos de todo o mundo.
Apesar dos sofrimentos, continuava a dedicar-se aos problemas dos pobres, do bem
espiritual dos paroquianos e de muitas outras pessoas que a ela recorriam.
Promoveu em sua paróquia tríduos e horas de adoração.
Especialmente nos últimos anos de vida, muitas pessoas, vindas de longe, atraídas
pela fama de santidade, visitavam-na; muitas atribuíam a própria conversão
aos seus conselhos.
Em 1950, Alexandrina festejou o 25º ano de sua imobilidade. E em 7 de Janeiro
de 1955 foi-lhe preanunciado que aquele seria o ano da sua morte. De facto, dia
12 de Outubro quis receber a unção dos enfermos. E dia 13, aniversário da última
aparição de N. Sra. de Fátima, ouviram-na exclamar: “Sou feliz porque vou
para o céu”. Às 19h30 expirou.
Sobre a sua campa podem ler-se estas palavras por ela tão desejadas:
“Pecadores, se as cinzas do meu corpo puderem ser úteis para a vossa salvação,
aproximai-vos: passai todos por cima delas, pisai-as até desaparecerem, mas não
pequeis mais! Não ofendais mais o nosso Jesus! Pecadores, queria dizer-vos
tantas coisas. Não bastaria este grande cemitério para escrevê-las todas!
Convertei-vos! Não queirais perder a Jesus por toda a eternidade! Ele é tão
bom!... Amai-O! Amai-O! Basta de pecar!”.
É a síntese da sua vida gasta exclusivamente para salvar as almas.
No Porto, na tarde do dia 15 de Outubro, os vendedores de flores viram-se sem
nenhuma flor branca: todas tinham sido vendidas para a homenagem floral a
Alexandrina, que tinha sido a rosa branca de Jesus.