sábado, 12 de março de 2011

Graça que salva

Por Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal/São João Maria Vianney

Em sua mensagem para a Quaresma deste ano, o Papa Bento XVI nos ensina: "Um vínculo particular liga o Batismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva...De fato,desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Batismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mestério pelo qual o homem morre para o pecado, é tornado partícipe da vida nova em Cristo Ressucitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressucitou Jesus dos mortos. Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que, para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã: deveras eles vivem o Batismo como um ato decisivo para toda a sua existência."
Assim, a Quaresma é tempo  propício para renovarmos os compromissos do nosso Batismo, vivermos mais intensamente nossa vida cristã, crescermos na intimidade com Deus na oração comunitária e pessoal, praticarmos o jejum e a mortificação corporal, para mais nos unirmos a Cristo sofredor, e dedicarmo-nos às obras de caridade para com nossos irmãos mais carentes, nos quais vemos o prórprio Jesus. Assim vivendo, esperamos com toda a confiança que Nossa Senhora nos alcance a graça de sermos dignos das promessas de Cristo, ou seja, "que por sua Paixão e Morde de Cruz, sejamos conduzidos à glória da Ressurreição."
Continua o Papa na sua menssagem: " O nosso imergir-nos na morte e ressurreição de Cristo através do Sacramento do Batismo, estimula-nos todos os dias a libertar o nosso coração das coisas materiais, de um vínculo egoísta com a "terra", que nos empobrece e nos impede de estar disponíveis e abertos a Deus e ao próximo.  Em Cristo, Deus revelou-se como Amor. A Cruz de Cristo, a ´palavra da Cruz´ manifesta o poder salvífico de Deus, que se doa para elevar o homem e dar-lhe a salvação:  o amor na sua forma mais radical. Através das práticas tradicionais de jejum, da esmola e da oração, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo. O Jejum, que pode ter diversas motivações, adquire para o cristão um significado profundamente religioso: tornando mais pobre a nossa mesa aprendemos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas - e não só do supérfulo - aprendemos a desviar o olhar do nosso ´eu´, para descobrir Alguém ao nosso lado e reconhecer Deus nos rostos de tantos irmãos nossos. Para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo".

Nenhum comentário:

Postar um comentário