quinta-feira, 24 de maio de 2012

Recado a um filósofo não cristão

O escritor e filósofo da Folha de São Paulo, Hélio Schwartsman, que se diz ateu, escreveu uma matéria com o título “Toda forma de amor vale a pena”, no dia 18/5/2012. Entre outras coisas, que muito me chocaram ele disse:
“… defendo hoje a poligamia e outras variações mais extravagantes do amor” (…) “Tenho uma proposta que resolve de vez toda a novela em torno do casamento gay e questões correlatas: basta o Estado pular fora do ramo das núpcias e reconhecer apenas uniões civis, sejam elas entre homem e mulher, pares do mesmo sexo e as múltiplas possibilidades combinatórias”.
“Quanto aos polígamos, que mantêm um (a) ou mais amantes (o que não é ilegal, frise-se), desde que inventemos uma fórmula jurídica para não onerar demais a Previdência, também eles poderiam finalmente gozar das delícias do casamento”.

Como o Hélio Schwartsman publica seu email (helio@uol.com.br), resolvi enviar-lhe um recado; penso que essa defesa da imoralidade pela mídia não pode ficar sem nossa resposta cristã, senão pecaríamos por grave omissão. Eis o meu recado a ele:

Helio,
“Permita-me dizer-lhe que fiquei horrorizado com o seu artigo; o título já mostra toda a sua incoerência. Não existem vários tipos de amor como se ele fosse uma mercadoria na “feira dos prazeres”.
Amor é aquilo que Jesus ensinou e viveu: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. E como ele nos amou? Na Cruz. São Paulo disse aos maridos que amassem suas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25s). “Se entregou por ela”, isso é amor.
Amar é renunciar-se para fazer o bem aos outros. Não confunda, por favor, amor com mero prazer, libertinagem, desequilíbrio sexual, orgia e coisas semelhantes. São João evangelista disse que “Deus é amor” – “Deus caritas est”. Não desclassifique tanto o amor, por favor. Esse “amor” que você defende é o que viviam os romanos… que os levou à destruição completa.

Que tal o pensamento de John Spalding, que você deve conhecer muito bem: “As civilizações perecem não por falta de recursos e de conhecimentos, mas por falta de princípios morais”.”
Além do que lhe escrevi, poderíamos ainda acrescentar outras palavras em defesa da moral cristã. A poligamia que o Hélio defende foi algo que a Igreja conseguiu abolir no mundo Ocidental porque é uma grave violação ao respeito à mulher e contrária à vontade de Deus. O Catecismo da Igreja diz que:

“A poligamia não se coaduna com a lei moral. Opõe-se radicalmente à comunhão conjugal, pois nega diretamente o plano de Deus tal como nos foi revelado nas origens, porque contrária à igual dignidade pessoal entre o homem e a mulher, que no matrimônio se doam com um amor total e por isso mesmo único e exclusivo (GS 47,2)”.

“O amor dos esposos exige, por sua própria natureza, a unidade e a indissolubilidade da comunidade de pessoas que engloba toda a sua vida: “De modo que já não são dois, mas uma só carne” (Mt 19,6). “Eles são chamados a crescer continuamente nesta comunhão por meio da fidelidade cotidiana à promessa matrimonial do dom total recíproco.” (§1645)

Sobre a liberdade abusiva de se usar o sexo de qualquer forma, chamando a isso de “amor”, é preciso lembrar que o ato sexual sem o verdadeiro amor (renúncia, doação) é prostituição; comércio vil do corpo de outra pessoa. Além do mais, nosso corpo é templo do Espírito Santo e não pode ser profanado em relações fora ou antes do casamento. Não podemos esquecer o que disse o grande Apóstolo:

“Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós” (1 Cor 3, 16-17). “O corpo não é para a fornicação, e sim para o Senhor, e o Senhor é para o corpo” (1 Cor 6,13). “Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus… Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?” (1 Cor 6, 9).

Professor Felipe Aquino

Nenhum comentário:

Postar um comentário