sábado, 17 de novembro de 2012

O resgate e a proteção do Sagrado nos templos católicos


No dia 09 de novembro celebramos a festa da Dedicação da Basílica de Latrão, que é a Igreja do Papa e a Catedral das Catedrais, a Igreja Mãe de todas as Igrejas. Esta solenidade oportuniza um tema e assunto que precisa de uma retomada de consciência e atitude. As Igrejas para nós católicos são lugares sagrados, por serem dedicados a Deus e guardarem o Santíssimo Sacramento, acolhendo também a comunhão dos santos que para São Paulo era a família dos filhos de Deus ou seja todos nós. No entanto, de todos os templos religiosos, parece que por rotina ou costume impensada, se entra nas Igrejas Católicas como se fosse qualquer lugar, e ainda dentro delas, se conversa, se fuma ou até se conserva o chapéu na cabeça. É lamentável que esqueçamos que todo templo equivale a uma nova criação, que transparece o sinal da Jerusalém Celeste, e que em cada centímetro do seu espaço se respira a presença do Senhor. Deveríamos retomar a tradição respeitosa e devota de persignarmos e ajoelharmos ao entrar no recinto do templo fazendo com reverência e fé a genuflexão devida a presença do Santíssimo, e o mesmo ao sair depois certamente de agradecer com santo temor o encontro com a graça e a salvação divinas. As coisas santas são para os santos, neste ano da fé urge também uma catequese do sagrado, uma proteção, defesa e mistagogia que esclareça e explique cada símbolo e sinal da arquitetura, e espaço sacros. A liturgia bem celebrada e vivenciada começa com a percepção de termos entrado no umbral do divino, de estarmos como Moisés diante da sarça ardente, e por isso mesmo devemos tirar as sandálias do profano e do mundano. Nesse mesmo sentido se entende que não podemos trajar ou vestir de qualquer maneira no templo, e que o despudor ou a falta de recato sejam não só deselegantes mas pecados que ofendem o próprio Deus. O grande pensador católico Blondel se converteu diante do clima religioso e misterioso de Notre Dame em Paris. Quando guardamos a santidade dos templos e exercemos nesses recintos sagrados a música e a liturgia condizentes a majestade e soberania de Deus, estamos oferecendo a cada pessoa a experiência fascinante e tremenda do Deus vivo na sua Casa. Que nunca permitamos a profanação e a vulgaridade nos nossos templos, que sempre nos alegremos com a gloria divina que deve brilhar e preencher estes lugares, junto ao santo silêncio, que nos eleva e faz mergulhar em Deus. Que cada um de nós ajude a sustentar e manter a beleza, sacralidade e veneração dos nossos templos.
Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos
Campos dos Goytacazes, 11 de Novembro de 2012.

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