sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Processo de beatificação de Odetinha


Mais de 2 mil pessoas estiveram presentes esta sexta-feira (18), na Igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, para acompanhar a cerimônia de abertura do processo de beatificação e canonização de Odette Vidal de Oliveira. Conhecida como Odetinha, a menina - que morreu em 1939, aos 9 anos, de meningite e febre tifóide -, pode se transformar na primeira santa da cidade do Rio de Janeiro. Uma espécie de caixão contendo os restos mortais de Odetinha ficará exposto à visitação do público até o próximo domingo (20).
Para o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, que participou da solenidade, o ato representa um “sinal de fé para a cidade, num ano em que a fé e a juventude estão caminhando juntas”, em referência à Jornada Mundial da Juventude, evento católico que será realizado em julho deste ano.
“Muitas interpretações existem e alguns podem até duvidar a respeito da santidade. Mas não é nada planejado para promover a Arquidiocese do Rio. Simplesmente entendemos que precisamos reconhecer se aquilo que muitas pessoas dizem é verdade. É um processo no qual vamos investigar a vida, virtudes e a fama de santidade de Odetinha e, graças a Deus, temos a facilidade de ter testemunhas vivas que conviveram com ela”, afirmou Dom Orani.
Uma dessas testemunhas citadas por Orani é Maria Cristina, a Tininha, de 82 anos, que se diz melhor amiga de Odetinha na infância.“Embora tivesse tudo do melhor, ela tinha simplicidade, o que falta para muitas pessoas hoje em dia. Quando criança, ela era um amor como todas as outras, mas a bondade dela chamava atenção”, relatou Tininha.
Bondade esta também ressaltou Maria Helena de Oliveira Araújo, de 89 anos, ex-babá de Odetinha, que trabalhou para a família da Serva de Deus “dos 9 aos 60 e poucos anos”.“Como eu era muito pobre, ela sempre me dizia para usar as roupas dela, dizendo que eu própria poderia abrir o armário e pegar o que quisesse. Ela sempre foi muito boa e agora está no céu”, afirmou Maria Helena.
O afilhado da mãe de Odetinha, David Azoubel, de 74 anos, que convivia e frequentava a casa da menina, lembrou das idas ao colégio Sion.“A mãe dela pedia para o motorista nos levar na escola e, antes de chegar à porta, ela pedia para parar o carro e chamava as outras crianças, que não tinham carro e estavam a pé, para embarcar. Ela gostava de ver a felicidade no rosto dos outros. Canonizada ou não, para mim ela é uma santa”, disse Azoubel, que lembrou a escassez de automóveis na época no Brasil, para justificar o ato de bondade.
Com mais de 40 anos de devoção à Odetinha e idas constantes ao cemitério São João Batista – onde o corpo da menina foi enterrado – para pedir proteção à família, a farmacêutica Maria Aparecida Jannuzzi Fonseca, 80 anos, garante que as orações sempre surtiram efeito.“Quando a minha filha era adolescente e saía de noite, eu rezava um terço inteiro para Odetinha pedindo proteção. Só me sentia mais calma depois da oração. Nunca aconteceu nada de mau com ela”, destacou, muito emocionada, Maria Aparecida.
Primeiro, serão ouvidos no Rio de Janeiro fiéis que possam reproduzir depoimentos de pessoas que conheceram Odette para comprovar as onze virtudes necessárias, obtidas através de uma vida heroica e santa, como esperança, humildade, castidade e bondade. Após a captação e o armazenamento destes documentos, todo o material será enviado para Roma, para ser analisado e aprovado pelo Vaticano.Só depois desta aprovação é que o trabalho retorna ao Brasil. Para comprovar milagres, a comissão aguarda o apoio da população brasileira, para que procurem a arquidiocese e relatem as histórias. No entanto, é necessário ter provas documentais e comprovação científica/medicinal para a cura relevante de uma enfermidade, por exemplo. “Pacientes curados de câncer não estão mais sendo muito aceitos para servir como prova, pois, com o avanço da medicina, já há controvérsias quanto a isso”, afirmou Dom Roberto
Vida de Odetinha
Nascida no bairro de Madureira, em 15 de setembro de 1930, Odette Vidal Oliveira era filha de Augusto Ferreira Cardoso e Alice Vidal, imigrantes portugueses vindos da região do Porto, ricos empresários do ramo de carnes que, ao longo da vida, estabeleceram fortes laços com a Igreja através de grandes doações e apoio. A garota, que estudou no colégio Sion, também morou com sua família nos bairros de Botafogo, Copacabana e Laranjeiras
*Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil


3 comentários:

  1. Acredito muito na santidade desta criança. Mesmo porque, neste mundo sujo, sem amor, sem piedade houve um dia uma criança como esta que tinha todos os bons sentimentos. Que Santa Odetinha rogue ao pai por todas as crianças que sofrem e que as ilumine sempre, amém!!

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  2. Minha mãe ( Dóra Maria Maia Cóssio - 82 anos ) foi colega de colégio de Odetinha.
    Hoje, e já há muito tempo, ela ensinou-nos a apegar-nos e rezar à ela em todos os nossos momentos difíceis.
    Nunca nos falhou !

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