A Igreja concedeu ao seminarista Rolando Rivi - morto aos 14 anos
pelos partiggiani, grupo comunista italiano - a glória dos altares. A
cerimônia de beatificação, celebrada no último dia 05 de outubro, na
cidade de Modena, Itália, foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato, atual
prefeito da Congregação para causa dos santos.
Rolando Rivi teve de enfrentar o ódio da ideologia marxista logo após
o término da II Guerra Mundial. Devido à ocupação alemã do seminário em
que estudava, em 1944, na Diocese de Reggio Emilia, Rivi e os demais
seminaristas foram obrigados a abandoná-lo. Em casa, não só deu
continuidade aos estudos, como também ao uso da batina, mesmo sendo
recomendado pelos pais a não usá-la, por causa da hostilidade à religião
que pairava naquela época. "Estou estudando para ser padre e a batina é o sinal que eu sou de Jesus", dizia o jovem.
A Itália enfrentava uma forte onda de terrorismo. O governo fascista
amedrontava o país ao mesmo tempo em que brigadas vermelhas tinham a
intenção de substituir o autoritarismo de Mussolini pelo totalitarismo
de Stalin. No fogo cruzado, várias vidas foram ceifadas, dentre elas a
de Rolando Rivi e mais 130 padres e seminaristas.
O martírio do rapaz deu-se a 10 de abril de 1945. Trajando a veste talar, Rolando foi alvo fácil da facção partiggiani. Acabou
sequestrado assim que saiu da igreja, onde acabara de assistir à Santa
Missa. Permanecendo três dias sob o domínio dos torturadores, de cujas
mãos recebeu maus-tratos físicos e morais, Revi alcançou a coroa do
martírio, de joelhos, com dois tiros à queima roupa.
A propósito da beatificação, o bispo de San Marino e presidente da
Comissão de Rolando Rivi, órgão responsável pelos cuidados da
canonização do seminarista, declarou que "nesta causa está em jogo não
só o reconhecimento da santidade de vida e do martírio de Rolando, mas
muito do destino da Igreja, não só na Itália". Para Dom Luigi Negri, o
testemunho do mártir beato dá à Igreja "novo sangue". "Se no corpo da
Igreja circular também o sangue de Rolando Rivi, mártir simples e
puríssimo assassinado por ódio à Fé com apenas 14 anos pela violência da
ideologia marxista, se circular o sangue do seu testemunho de vida e do
seu amor total a Jesus, nós daremos à Igreja nova energia para voltar a
ser uma Igreja fiel a Cristo e apaixonada pelo homem".
A Santa Sé incluiu o Beato Rolando Rivi no Calendário Litúrgico
Italiano no dia 29 de maio. A partir de agora, o jovem beato pode ser
venerado publicamente em toda a Itália, especialmente na Arquidiocese de
Modena, onde foi assassinado, e na Diocese de Reggio Emilia, na qual
estudou o seminário. Nos demais países, a não ser que haja autorização
de Roma, os fiéis podem venerá-lo somente em culto privado, enquanto ele
não for declarado santo.
Nestes tempos de laicização do clero, em que tanto se prega a
desobediência e a intolerância às coisas santas, o martírio de Rolando
Rivi lembra as belíssimas palavras de Dom Francisco de Aquino Correa
(Arcebispo de Cuiabá entre os anos de 1922 e 1956): "Oh! Como o bravo envolto na bandeira, contigo hei de morrer, minha batina! Ó minha heróica e santa companheira."
Por Equipe Christo Nihil Praeponere / Informações: Direto da Sacristia e Fratres in unum
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