quinta-feira, 3 de junho de 2010

Corpo de Deus

Se quisermos compreender o significado da solenidade do Corpo de Deus, basta observar, simplesmente, os gestos litúrgicos que a Igreja usa para celebrar e viver o sentido desta festa. Para além do que tem de comum com as outras festas cristãs, há três aspectos que exprimem o específico da celebração deste dia festivo.

Estar... Caminhar...Ajoelhar

Estar...
É esta ideia original que o Corpo de Deus revive. É a statio urbis: Abrimos a igreja paroquial, dirigimo-nos dos vários cantos da cidade e reunimo-nos em nome do Senhor, para, a partir d'Ele, sermos um só. Estamos juntos, apesar das fronteiras de partidos e grupos, somos governantes e governados, homens do mundo do trabalho e da ciência, homens de todos os quadrantes. O essencial, é justamente que o Senhor nos reúna aqui e que nos leve ao encontro uns dos outros.

Caminhar com o Senhor...
O ser humano só encontra caminho, se se deixar conduzir por Aquele que é ao mesmo tempo palavra e pão. Só caminhando com o Senhor, podemos levar a bom termo a caminhada da nossa história. Assim, a festa do Corpo de Deus explica o que é a nossa vida e o que é a história deste mundo: uma peregrinação para a terra prometida, que só pode chegar a bom termo, se caminharmos com Aquele que é pão e palavra no meio de nós.
O Corpo de Deus explica a história. Apresenta-nos Jesus Cristo, feito homem e pão eucarístico, a mostrar-nos o caminho, como critério da nossa peregrinação pelo mundo. Certamente que isso não resolve todos os problemas. Nem é este o sentido do agir de Deus. Para isso, temos a nossa liberdade e as nossas capacidades, que nos pedem esforço, atitude de busca e de luta. Mas o critério fundamental está lançado. Quando Ele é o ponto de referência e a meta do nosso caminhar, está dado o critério, que torna possível a escolha do caminho. Caminhar com o Senhor é sinal e compromisso destes dias.

Ajoelhar perante o Senhor...
Dobrar o joelho numa atitude de obediência, mesmo hoje, não vai contra a dignidade, a liberdade e a grandeza do ser humano. Quando O negamos e deixamos de O adorar, só nos resta a eterna necessidade da matéria. Então somos verdadeiramente escravos, um grão de poeira que, arremessado no grande moinho do universo, em vão procura conquistar a liberdade. Só se Ele for o criador, então a liberdade é o fundamento de todas as coisas e nós podemos ser livres. A nossa liberdade não é anulada quando se prostra perante Ele, antes é verdadeiramente assumida e torna-se definitiva. Mas neste dia há algo mais. Aquele que nós adoramos, não é um poder distante. Ele mesmo se debruçou sobre nós para nos lavar os pés. Isto transforma a nossa adoração em liberdade, em esperança e alegria, porque nos prostramos perante Aquele que se debruçou a si mesmo. Debruçamo-nos sobre o amor, que não escraviza, antes transforma.

Fonte:www.jam.org.pt

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