sábado, 12 de novembro de 2011

Da exibição da Santa Missa

A propósito da decisão do Conselho Curador da TV Brasil determinando que a "Santa Missa" não mais fosse exibida, apesar de ser o mais antigo programa da televisão brasileira, a Arquidiocese do Rio obteve liminar na vara federal suspendendo tal decisão.
O fato de a TV Brasil veicular em sua grade o programa "Santa Missa" não caracteriza desrespeito ou intolerância religiosa, muito pelo contrário. A suspensão da veiculação deste programa religioso denota o caráter materialmente intolerante da emissora, incabível quando incutimos este pensamento em um Estado liberal.
Não é aceitável, nos dias de hoje, que tal pensamento, que fere a liberdade religiosa, tome um condão de decisão democrática.
Como bem acentua o bacharelando Augusto Miranda, que é coautor deste artigo, a adoção de feriados religiosos no calendário oficial não obriga que as outras religiões cultuem a data (o que é considerado constitucional, já que as leis que instituíram os feriados religiosos,apesar de serem de antes de 1988, foram recepcionadas pela Constituição da República).
Por respeitar a liberdade religiosa e o uso consciente de fundos, a Igreja Católica, o maior credo do país, não compra tempo na televisão, como outros credos o fazem. Utiliza seus recursos exclusivamente como um substrato para praticar a inclusão social, agindo em parceria com o Estado em prol da sociedade.
A grade programática da TV Brasil transmite os programas católicos "Santa Missa" e "Palavra de Vida"; e o programa evangélico "Reencontro" (os quais atendem a maioria esmagadora da sociedade).
Não há o que se falar em relação à falta de pluralidade na grade  de programação da TV Brasil. O fato de haver veiculação de um programa tradicional na emissora, não exclui a pluralidade. Ao invés disso, destaca as nuances e afirmações culturais do povo brasileiro.
Qual o verdadeiro motivo de retirar a "Santa Missa" da grade da programação? Não é falta de audiência. Muito pelo contrário, o programa mantém ponderáveis índices, muito acima da média geral. É de se concluir que se trata de medida com caráter ideológico semelhante aos movimentos discriminatórios que pretendem retirar símbolos religiosos das repartições públicas e logradouros públicos. Substituir a missa por desenhos animandos é uma decisão grosseira.

Por Sérgio Pereira da Silva
Membro da Academia Fides et Ratio
Jornal Testemunho de fé - 23-29 outubro - Arquidiocese do Rio de Janeiro.

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