domingo, 23 de janeiro de 2011

Bodas de Caná: um Reino com bom vinho

Caná da Galiléia

Caná fica aproximadamente 12Km de distância de Nazaré

São João nos traz o que seria o primeiro milagre de Jesus. Uma festa de casamento. Os judeus e também os árabes sempre se preocuparam com o casamento de seus filhos. As famílias passavam anos economizando para que nada faltasse no casamento. Era e é um momento importante para as famílias.
E Maria não desiste.  Sem insistir com o filho, sem brigar com ele, sem prolongar a conversa, sem dar sermão algum, apenas diz aos serventes: "Fazei o que ele vos disser." E Jesus faz. Faz o seu primeiro milagre.
A menssagem desse texto é muito simples. Maria é a mãe cuidadosa, zelosa, que se preocupa com os problemas de seus filhos.  Aquele casal de Caná representa a humanidade.  Falta vinho em um casamento e Maria está ali para compreender a angústia e para solucionar o problema. Ela não é Deus, não é deusa, não tem o poder de trazer vida ao que falta, mas é a mãe do Filho de Deus, é a intercessora junto ao Mediador.  O vinho é apenas uma metáfora do que "falta".  Maria sabe o que nos falta. E intercede por nós.

Outro detalhe singelo é a paciência de Maria.  As pessoas quando pedem alguma coisa às outras e recebem uma negativa geralmente são insistentes.  Muitas vezes uma mãe briga com o filho que se recusa a atender um pedido seu, dizendo que sacrificou a vida toda pelo filho, que o alimentou, que passou noites sem dormir.  Maria não faz nada disso.  Olha nos olhos de seu filho e apenas mostra a Ele a angústia dos filhos seus.  E Jesus compreende seu pedido.  Demonstra que não estava nos seus planos fazer esse  milagre. Mas um pedido de mãe deveria ser atendido. Sua mãe pede e Jesus traz o melhor vinho.  Não atende de qualquer jeito, não faz com má vontade. Faz o melhor.
O papel de Maria na história da salvação é extraordinariamente simples e essencial.  Maria esteve sempre presente. Sem alardes. Sem estardalhaços.  Chorou a dor de seu filho. Esperou por sua volta junto aos apóstolos, os mesmos que haviam negado e abandonado Jesus. Não guardou ódio.

Há uma linda história real retratada em um filme chamado O óleo de Lorenzo. Um menino aos oito anos de idade começou a desenvolver os sintomas de uma rara doença, a ADL (adrenoleucodistrofia é uma doença genética rara que afeta o cromossomo X).  Os pais quando ficaram sabendo do diagnóstico do filho, não se conformaram e começaram a travar uma batalha contra a ciência, ou a favor dela, para não desistir da vida do filho. A mãe tudo fez para cuidar da criança que, aos poucos, foi ficando paralítica, cega, surda e incapaz de se comunicar. O amor foi maior que as limitações. Os pais estudaram mais do que os médicos. Buscavam um tipo de tratamento que minimizasse os sofrimentos do filho. Foram vítimas de preconceito, foram mal compreendidos, mas partiram na ventura de dar dignidade ao fruto gerado pelo amor.
Com o tempo, eles conseguiram criar uma combinação de óleos que recebeu o nome de "Oléo de Lorenzo". Um dos óleos que compunham a fórmula era mortal para os ratos, mas os pais do garoto tiveram a coragem de administrá-lo no filho, convictos de que era capaz de amenizar os efeitos da doença nos seres humanos. Apesar das fortes críticas recebidas, foi uma vitória. A doença foi estacionada.  As crianças doentes à época e que não receberam o óleo de Lorenzo não chegaram à idade adulta. Apesar das dificuldades que seu reconhecimento vem tendo, esse óleo é um alento para crianças que possuem a mesma enfermidade.
Pai e mãe não desistem de amar os filhos. Pai e mãe terrenos, cheios de imperfeições, não desistem do amor.  Deus é nosso Pai. E é perfeito. E Maria, a mãe escolhida para cuidar da humanidade, a rainha da paz, mãe Ágape, a presença do amor.

Fonte: Livro Ágape. Padre Marcelo Rossi. Editora Globo.2010.

Um comentário:

  1. Fico agradecido de ter essa oportunidade de receber uma evangelização através do blog. Deus continue te abençoando mais e mais.
    Beijo.
    Paulinho

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