O Perigo do "espiritualmente correto" ou da religião chamada de "auto-ajuda"
Por Dom Roberto Ferrería Paz
Assim como o "politicamente correto" ou a justeza política tornou-se uma ferramenta ideológica para desconstruir a nossa cultura e impor um totalitarismo de gênero, destruindo a família e o casamento; de um tempo para cá tem surgido uma outra falácia ideológica, que visa a descontrução das tradições religiosas, que seriam substituídas por um espiritualismo vago e genérico que seria a religião essencial da humanidade. De acordo com esta visão, o certo é ter espiritualidade e não religião, pois assim, cada indivíduo vai fazendo a sua como um bricolage (colar imagens e símbolos), escolhendo o que mais lhe aprazer ou sentir. Mas nós sabemos que Deus se revela e quer salvar a humanidade formando um povo, o povo da aliança. Para o espiritualmente correto, o ensino religioso devia ser ecumênico ou interreligioso, apresentando um Deus mingau e uma religião "salada de fruta", sincrética, sem eira nem beira. Já a nossa Constituição e tradição cristã, exige um ensino religioso com identidade confissional, pois só podemos conhecer a Deus no contexto de uma religião e, só podemos dialogar a partir de identidades. O partidário do espiritualmente correto afirma que o importante é o amor, esquecendo o discernimento de Santo Agostinho entre amor, Deus e o amor desmedido a si mesmo, este último se torna narcisismo egoísta, sendo escravo do eu sem limites. Já o amor de Deus nos comunica o amor-agape, partilha, que nos torna humanos e fraternos. Os seguidores deste espiritualismo vago defendem que a religião deve buscar o conforto e o bem estar e a prosperidade da pessoa; para a tradição bíblica a religião deve em primeiro lugar amar e servir a Deus o bem supremo. Finalmente, os atraídos por esta modalidade espiritual, gostam de experiências cumes; cultos emocionais e shows; para eles a religiosidade é apenas adrenalina, pele, sensação. Para o culto cristão devemos adorar a Deus em espírito e verdade, glorificando a sua misericórdia e santidade. Como vemos o "espiritualmente correto" termina no vazio, na auto complascência e o pior nos afasta do Deus verdadeiro. Deus seja louvado!
Fonte: Jornal Folha da Manhã, 12 de Fevereiro de 2012.
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