No Egito, o sangue dos massacres e as cinzas dos incêndios de templos cristãos clamam por justiça. Foram inúmeras as comunidades cristãs alvo dos recentes protestos políticos ligados à Irmandade Muçulmana – um grupo extremista ligado a Mohamed Morsi, presidente deposto no começo de julho.
A Igreja Ortodoxa Copta não era a única perseguida no país. Também a Igreja Católica, bem como várias comunidades protestantes, sofreram na mão de muçulmanos radicais.
O testemunho de alguns prelados católicos impressiona pela coragem e retrata o terror dos acontecimentos. Sua Beatitude, o Patriarca Isaac Sidrak denunciou, no último dia 19, os atos de "terrorismo" praticados contra dezenas de igrejas, acampamentos e casas de cristãos. Ele expressou "apoio firme, lúcido e livre a todas as instituições do país, particularmente, à polícia egípcia e às forças armadas que dispendem todos seus esforços para proteger a pátria".
O purpurado elogiou "o comportamento dos países que se esforçam lealmente para compreender o caráter específico dos eventos em curso", mas condenou "qualquer intento de intervenção nos assuntos internos do Egito ou de influência em suas decisões soberanas".Sua Beatitude expressou o reconhecimento àqueles "nobres cidadãos muçulmanos que permaneceram ao nosso lado, fazendo todo o possível para defender nossas Igrejas e nossas instituições".
Quem também denunciou a violência sofrida pelos cristãos foi o bispo católico de Luxor, o monsenhor Youhannes Zakaria. Em entrevista concedida à Rádio Vaticana, ele contou como uma interferência policial evitou um massacre. "Os manifestantes pró-Morsi, expulsos do centro da cidade, chegaram ao arcebispado gritando: 'Morte aos cristãos!', mas, felizmente, a polícia chegou a tempo de salvar-nos e agora o exército rodeia o edifício com dois veículos blindados."
Hoje, monsenhor Zakaria está preso em sua residência. "As forças de segurança me aconselharam que não saísse do arcebispado", conta. "A Irmandade Muçulmana pensa que os cristãos foram a causa da queda de Morsi e agora, atacando aos cristãos, pretendem lançar todo o país no caos: foram queimadas mais de 80 igrejas e muitas escolas cristãs". "Faço meu o chamado do Papa Francisco para que reze pela paz no Egito", foi o apelo de um bispo que sofre com a situação lamentável em que se encontra seu país.
Mais lamentável que o drama dos cristãos no Egito, porém, é a indiferença e o silêncio da mídia ocidental diante dos verdadeiros crimes perpetrados contra a dignidade da vida humana, a liberdade religiosa e o próprio patrimônio religioso e cultural do Oriente. Não se vê nenhum veículo de comunicação noticiar o incêndio de templos e a perseguição aos cristãos no Egito. É a omissão da cumplicidade: se, por um lado, parece estar generalizado um sentimento de repúdio a qualquer tipo de perseguição religiosa – o que é justo, posto que, como disse o Papa Francisco, "fé e violência são incompatíveis", quando o alvo é o Cristianismo, paira no ar certa covardia. Caricaturar Maomé é intolerável; zombar de Cristo, porém, seria até aceitável.
"Mas ninguém está perseguindo Jesus Cristo", alguém poderia objetar. É o grande engano dos que não creem na Igreja: separar Cristo dos cristãos. Quando São Paulo "caiu por terra" em um lugar não muito distante do Egito – Damasco fica no atual território da Síria – e ouviu uma voz que dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 22, 7), não imaginava que, perseguindo àqueles simples homens da religião cristã, estaria perseguindo ao próprio Senhor. "Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues" (At 22, 8). Nos cristãos que sofrem no Egito, bem como nos discípulos dos primeiros séculos, sofre o próprio Cristo.
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Vatican Insider
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Vatican Insider
CAIRO, 23 Ago. 13 / 12:43 pm (ACI).- Pela primeira vez em 1600 anos se tomou a decisão de suspender as Missas dominicais frente ao aumento de ataques contra os cristãos em mais de 60 lugares do Egito entre Igrejas, conventos, escolas e instituições, cometidos pela autodenominada "Irmandade Muçulmana".
"Não vamos no mosteiro no domingo para rezar pela primeira vez em 1 600 anos", assinalaram ao jornal al-Masry al-Youm os sacerdotes Selwanes Lotfy do Mosteiro da Virgem Maria e Ibram Monastery em Degla, no sul de Minya.
O Padre Lotfy disse que os muçulmanos destruíram o lugar onde está o mosteiro e que, além do mosteiro, tem três Igrejas, uma das quais é patrimônio arqueológico. "Um dos extremistas escreveu na parede do mosteiro: ‘doem isto aos mártires da mesquita’", indicou.
Os cristãos coptos são aproximadamente 10 por cento da população total do Egito que chega a mais de 80 milhões de habitantes. Esta comunidade sempre sofreu a perseguição por parte dos extremistas muçulmanos. Nestes dias a violência se intensificou, como resultado da violência entre os bandos que apoiam e os que estão contra do deposto presidente Mohamed Morsi.
Os enfrentamentos destes dias já cobraram a vida de pelo menos mil pessoas, muitos cristãos entre eles, vítimas dos ataques aos lugares de culto e de propriedade da minoria cristã.
Por: acidigital.com
Inspiração para a matéria: www.santoanjosdaguarda.blogspot.com
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