Fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, Dra. Zilda morreu em missão, vítima do terremoto que assolou o Haiti, em 2010. O pleito pela beatificação e santificação não pode ser apresentado antes dos primeiros cinco anos de sua morte, esclareceu o bispo que já convidou os participantes do congresso e voluntários de todo o país para a peregrinação a Curitiba, que vai marcar em 2015 a abertura da causa.
A introdução ao processo de beatificação não é tão complicada ou difícil como se pensa, observa Dom Aldo. "Como grupo somos mais de 200 mil voluntários na Pastoral da Criança, além de bispos e padres. Há o desejo de que as virtudes de Dra. Zilda sejam reconhecidas, um pleito que terá fácil aprovação e aplauso", disse ele.
A beatificação é um ato jurídico canônico pelo qual o Papa, pela autoridade que exerce na Igreja, declara beato um servo de Deus que, após sua morte, sempre foi conceituado pela vivência de notáveis virtudes e de uma vida vivida em santidade.
O primeiro passo é postular a Roma para que a Congregação dos Santos receba a petição. Com a autorização da Santa Sé, caberá ao bispo diocesano, no caso Dom Moacyr Vitti, de Curitiba, postular oficialmente o pleito. Assim, autorizada, "começaremos a coletar os testemunhos que são imensos, casos de salvação de vidas e também de todos os ensinamentos, das práticas da Dra. Zilda", explicou Dom Aldo.
Um processo de beatificação ou santificação não tem prazo para conclusão. Para o bispo, o que importa é o gesto de valorização e o reconhecimento de todas as virtudes da médica e o legado deixado para as duas pastorais. Ele lembra que Dra. Zilda, como humanitária – assim como Madre Teresa de Calcutá – concorreu ao Prêmio Nobel da Paz. "O que já é um reconhecimento de dimensão universal".
A Igreja tem feito muitos santos, personalidades de épocas recentes. A fundadora da Pastoral da Criança poderá ser a santa da modernidade, como o Papa João Paulo II, Giana Beretta Molla, Beato Giorgio Frassatti e outros. Nada mais atual do que os desafios que Dra. Zilda enfrentou para combater a desnutrição, salvar vidas e promover a dignidade humana.
"São praticas tão exitosas que hoje consistem em políticas públicas", frisou Dom Aldo, para quem a médica fez extraordinariamente bem o que precisava ser feito. "E sua obra tem alcance extraordinário. A metodologia, as práticas simples iniciadas há 30 anos hoje estão em vinte países da América Latina, África e Ásia." (MJ/Coordenação Pastoral da Criança)
(Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/08/05/processo_de_beatifica%C3%A7%C3%A3o_de_dra._zilda_come%C3%A7a_em_2015/bra-717315
do site da Rádio Vaticano)
Zilda, pediatra de profissão e que dedicou sua vida ao cuidado das crianças menos favorecidas e no combate à desnutrição, era irmã do arcebispo emérito de São Paulo, cardeal dom Paulo Evaristo Arns, que foi um defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985).
A Pastoral da Infância foi criada como um órgão para o atendimento de crianças com até seis anos de idade nas comunidades pobres, para promover o seu desenvolvimento integral.
Zilda Arns recebeu vários prêmios por seus trabalhos sociais, entre eles o de direitos humanos das Nações Unidas, concedido em 2002, e chegou a ser postulada ao Prêmio Nobel da Paz. O Brasil, o país com maior número de católicos do mundo, conta com dois santos, um deles nascido na Itália, e mais de 30 beatos..
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