sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Existe segurança!

    Alguns setores questionam como é possível a Igreja não recomendar o uso de preservativos nas relações sexuais, com a finalidade de se combater doenças sexualmente transmissíveis, principalmente a AIDS.  Talvez, nós católicos, nos sintamos constrangidos quando o Ministério da Saúde ou a Organização Mundial da Saúde (OMS) expressam suas opiniões a favor do uso do preservativo.  Mas, vamos pensar um pouco.

   A OMS parte de um fato: os costumes atuais não seguem as normas tradicionais, em que as relações sexuais estão destinadas a consumar um amor estável dentro do matrimônio aonde, como fruto desse amor, virá os filhos, criados e educados no âmbito familiar.  Isto poderia ser considerado como "ideal", mas não podemos viver de "idealismos", mas de realidades.
   E a realidade mostra que os jovens começam a ter relações sexuais antes do matrimônio; muitos não se casam e mantêm relações eventuais e transitórias; os jovens se deixam levar pelos seus impulsos e sentimentos, e não se vive a fidelidade conjugal.  Há um clima de permissividade e promiscuidade, bem diferente de um eventual e teórico "ideal".
   É preciso encarar essa realidade, deixando de lado certos princípios que estão sendo ultrapassados pelo progresso das ciências e das descobertas dos fármacos anticoncepcionais e dos preservativos.  A verdade é que a Igreja está fora da realidade, dizem.
  E a OMS continua argumentando: Qual é o método mais seguro, barato e de fácil divulgação? O preservativo.  Mas, outros setores da sociedade, inclusive a Igreja, questionam: "O preservativo não tem falhas?" Alguns representantes do Ministério da Saúde e da OMS dizem que não.  Outros admitem que elas existam, mas argumentam que os preservativos têm apanas 10% de falha.  Este risco, porém, é muito maior quando eles não são usados, quando o risco é de 100%.  É por essa razão que a OMS recomenda o preservativo.

   Esses argumentos parecem tão contundentes que não poucos católicos ficam perplexos. Talvez não cheguem a contradizer abertamente a posição da Igreja, mas ficam com dúvidas, acuados ou pelo menos fragilizados.  Devemos, contudo, ponderar que a Igreja tem razões muito sérias para recomendar que não se usem os preservativos.
   As  propagandas recomendam o uso do preservativo como se as relações sexuais promíscuas fossem "normais", inócuas, inevitáveis ou até recomendáveis : "aproveite o carnaval, mas use camisinha". Se aceita um pressuposto inadequado - a promiscuidade - e inclusive incentiva-se a mesma:" não se iniba, divirta-se, mas, cuidado! Use camisinha.", para combater a AIDS. É um meio que convida ao desregramento sexual e que traz consigo muitos incovenientes: o contágio de doenças sexualmente transmissíveis, o enfraquecimento da força de vontade, a perda  do comportamento social correto, a falta de respeito à pessoa humana e , sobretudo, a infidelidade conjugal e a gravidez precoce, da qual não poucas vezes deriva o aborto.
   O descobridor do vírus HIV, Luc Montagnier, disse que "são necessárias campanhas contra práticas sexuais contrárias à natureza biológica do homem. E, sobretudo, há que educar a juventude contra o risco da promiscuidade e o vagabundeio sexual."
   Note-se que não é o Padre que fala no confessionário, mas o cientista descobridor do HIV.

   O Centro de Controle de Doenças de Atlanta, EUA, reconhece que " o uso apropriado dos preservativos em cada ato sexual pode reduzir , mas não eliminar, o risco de doenças de transmissão sexual". E acrescenta:  "a abstinência e a relação sexual com um parceiro mutuamente fiel e não infectado são as únicas estratégias preventivas totalmente eficazes." Esta frase parece um aconselhamento da Igreja, essa oranização contesta suas próprias afirmações.

   Podemos nos inibir às vezes, mas é preciso ter a coragem de dizer a verdade aos filhos, à sociedade e ao Estado: não existe sociedade estável sem famílias bem constituídas;  não existem famílias vem construídas sem maturidade e fidelidade conjugal; e não haverá fidelidade conjugal se não educarmos nossos jovens para a afetividade e para o sexo seguro e responsável.  Por isso, a Igreja recomenda: Não pecar contra a castidade.

Texto baseado na Carta de Dom Rafael Llano Cifuentes, ás famílias brasileiras. Revista Brasil Cristão, Dez 2010 

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