No Apocalipse (3,15 a 20) ,o Anjo diz a Igreja de Laodicéia: "Veja tuas obras, não és nem quente, nem frio. Oxalá fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, e nem quente, nem frio, vou vomitar-te da minha boca. Porque tu dizes "sou rico, enriqueci e não preciso de nada", e não sabes que és infeliz, miserável e pobre, cego e nu, aconselho-te a vires comprar de mim ouro purificado ao fogo, para te tornares rico (na fé), roupas brancas para te vestires (as roupas da aliança) e não deixares aparecer a vergonha da tua nudez, e um colírio para que unjas teus olhos e possas enxergar. Todos aqueles que eu amo, repreendo-os e corrijo-os."
Essas palavras poderiam ser dirigidas a nós da Comunidade e a cada um de nós, em primeiro lugar. "Vamos, um pouco de ardor, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo"
É triste ver comunidades que abandonaram seu primeiro amor (Ap 2,4). Todos precisamos ser encorajados e estimulados para nos arrependermos e recomeçarmos com mais entusiasmo e mais ardor. Mas, para isso, precisamos reabrir a porta dos nossos corações e deixar entrar Jesus: " Desposar-te-ei para sempre; desposar-te-ei na justiça e no direito, na ternura e na misericórdia; desposar-te-ei na fidelidade e tu conhecerás Javé (Os 2,21)
Nos dias difíceis em comunidade, há um texto de Isaías que nos sustenta e ilumina:
"Soltar as correntes injustas,
retirar os laços do jugo,
devolver a liberdade aos oprimidos,
dividir teu pão com quem tem fome,
levar para tua casa os pobres desabrigados,
cobrir os que estão nus."
"A justiça irá à tua frente,
e atrás estará a glória de Javé.
Tu terás a proteção de Deus.
E quando tu chamares,
principalmente nos tempos difíceis,
Javé responderá;
se pedirdes socorro do fundo de tua pobreza,
de tuas fraquezas e de teus cansaços,
ele dirá: "Aqui estou eu"
E se revelará.
Sim,Javé te guiará sempre
te alimentará nos desertos,
e nos sítios áridos;
te dará forças
e tornará teus ossos vigorosos" (cf.Is 58)
E depois, sustentados, guiados, envolvidos por Deus, seremos como jardins irrigados, cheios de flores e de vida, seremos como fontes de água que nunca secam, poderemos dar de beber a uma humanidade ressequida, que morre de sede.
Fonte: Adaptação de texto do Livro Comunidade Lugar do Perdão e da Festa. Ed.Paulinas. Jean Vanier.
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